Tópicos | Círio 2020

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O Círio 2020 já está registrado na memória, na história e no coração do povo paraense. Na manhã de 26 de outubro, as celebrações se encerraram com a subida ao glória da centenária imagem de Nossa  Senhora de Nazaré encontrada pelo caboclo Plácido.

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A festa católica paraense teve alcance mundial, como em anos anteriores, transmitida on-line. Os protocolos de segurança sanitária e prevenção ao novo coronavírus impediram a realização das grandes procissões. 

Tudo foi diferente, como diz a música: “Novo! Tudo novo! Renovado!”. Mas o paraense devoto da Santinha de Nazaré, ou quem se faz paraense por amor ao Círio de Nazaré, sentiu a mesma emoção e caminhou com fé neste período em que o sofrimento esteve em total evidência por conta da pandemia da covid–19. 

Ao longo da história, essa foi a terceira vez que a festividade teve a sua programação alterada. Porém, um detalhe fez a diferença: o universo virtual conectou a fé real. As celebrações na Basílica Santuário, como nas demais paróquias, puderam ser acompanhadas pelos fiéis.

Se houve o cancelamento das romarias tradicionais, como a fluvial, a rodoviária e a trasladação noturna, outras maneiras de homenagear a Virgem de Nazaré foram realizadas, como no caso da romaria principal, no segundo domingo de outubro, quando, após missa na Catedral Metropolitana, a Imagem Peregrina seguiu de helicóptero e sobrevoou o céu da capital paraense para saudar e abençoar os devotos, em especial os doentes hospitalizados ou limitados de alguma forma. 

O resultado premiou o esforço conjunto dos padres barnabitas, da Diretoria da Festa de Nazaré, de empresas particulares e públicas, do Governo do Estado do Pará, da Arquidiocese de Belém, dos meios de comunicação e do povo. “O Círio é a festa do povo”, declarou dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém. 

Com o mesmo espírito acolhedor, a cidade recebeu convidados que vieram prestigiar a festa da Rainha da Amazônia, entre esses dom Irineu Roman, Santarém (PA); dom Bernardo Johannes Bahlman, Óbidos (PA); Francisco Biasin, Rio de Janeiro (RJ); dom Bernardino Marchió, Caruaru (PE); dom Anuar Battisti, Maringá (PR); dom Geraldo Gusmão, Porto Nacional (TO); e dom Evaldo Carvalho dos Santos, Viana (MA).

O rigor do protocolo de saúde foi seguido, mas não impediu a emoção de cada momento da rica programação religiosa, cultural, musical e do almoço do Círio em família. 

Esse aspecto  familiar acentuado do Círio 2020 inspirou o tema do Círio para 2021, “O evangelho da família, na casa de Maria". E, assim, houve Círio outra vez.

Por Rosângela Machado.

 

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A Basílica Santuário, com número permitido de acordo com os protocolos de segurança, teve todos os lugares disponíveis ocupados pelos devotos da Virgem de Nazaré que participaram do encerramento do Círio 2020, no último domingo (25). A missa foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira, e cocelebrada por dom Geraldo Vieira Gusmão, bispo emérito de Porto Nacional. Também participaram dom Antônio de Assis e do reitor do santuário nazareno, padre José Maria Ramos das Mercês.

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O arcebispo destacou em sua homilia alguns dos títulos marianos e disse que cada um deles expressa o amor de Deus por todas as suas criaturas. “Todos devem ser amados porque somos igualmente amados por Deus.” Mesmo com as limitações impostas pelo momento, dom Alberto citou o gesto concreto da penitência como um dos principais realizados neste período de  quinzena mariana.

Jorge Xerfan, membro da Diretoria da Festa, comentou o quanto foi perceptível a presença forte dos devotos durante os momentos de oração tanto nas igrejas quanto na Basílica Santuário, em família e locais de trabalho. “O Círio aconteceu nos corações, isso é marcante neste Círio 2020. Esse é o nosso objetivo, que a evangelização aconteça em todos os lugares, e o realizaremos com mais intensidade, como disse dom Alberto, no próximo Círio em 2021”, assinalou.

Após a celebração, um espetáculo de luz e cores confirmou o tema do Círio 2021, anunciado durante a missa pelo arcebispo de Belém: “O evangelho da família, na escola de Maria”.

O público presente à Praça Santuário aplaudiu a história do caboclo Plácido, contada em imagens projetadas na Basílica Santuário, acompanhada pelos fogos coloridos no céu da capital paraense. Os jovens Alessandra Pinheiro e Mayson da Silva Baía sintetizaram a emoção: "Não importa o que aconteça, temos a certeza de que Deus nos abençoa e a Virgem de Nazaré está presente em nossas vidas".

Por Rosângela Machado.

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O Círio 2020 foi marcado pelo distanciamento. Em vez de procissões, recolhimento. Para os devotos de Nossa Senhora, no entanto, as manifestações consagraram a fé dos paraenses, de maneira diferente. 

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"Foi superestranho estar num lugar onde ano passado era tudo diferente. Fiz quase exatamente a mesma foto da equipe, só que nesse ano as máscaras se destacaram no lugar dos sorrisos. As ruas mais desertas, mas ainda era possível ver a mesma emoção nas pessoas que ali estavam", relata Mariana Siqueira, fotógrafa e assessora de imprensa da Cruz Vermelha Brasileira, seção Pará. Todos os anos, a Cruz Vermelha tem papel fundamental no atendimento dos romeiros durante o Círio e a Trasladação.

"Eu pedalava da Igreja Matriz de Ananindeua até o trapiche de Icoaraci com os meus amigos. Todos anos ficava animado. Mas esse ano, fiquei desanimado, porque o Círio ficou diferente. Nem parece Círio", disse Manoel Corrêa, que há 28 anos participa da Ciclorromaria, uma das procissões canceladas pela Igreja por causa da pandemia do novo coronavírus.

"Eu sou acostumada a participar das procissões. Hoje eu acordei cedo pra assistir à missa virtual, mas continua a mesma emoção, até mais forte, por ser diferente, por estar com a minha família reunida, e também triste, por aqueles que não tiveram a oportunidade de estar com as suas famílias, por conta da covid-19. Mas o sentimento de gratidão é o mesmo e as lágrimas também", conta a estudante Samara Sena.

"Não tivemos as tradicionais procissões, o traslado da berlinda, a Trasladação, a grande procissão de domingo. Todas essas dificuldades, a pandemia, pessoas perdendo seus empregos, seus entes queridos, mas a nossa Santa nos mostrou que ela sempre esteve presente. Ela sobrevoou, simbolicamente, os céus de Belém, passando por hospitais e vários lugares da cidade. Ela nos mostra que sempre esteve ao nosso lado, intercedendo por nós. Eu me sinto aparado pelo manto de Nossa Senhora de Nazaré", diz o estudante Jorge Mateus.

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Os peregrinos saíram às ruas de Belém. Alguns, não os milhares de outubros passados. Os romeiros cumpriram seu percurso de fé, na rota das procissões. Poucos, não os milhões de todos os anos. A Imagem Peregrina de Nossa Senhora saiu da Catedral para a Basílica Santuário, depois da missa tradicional. Saiu pelo alto, em sobrevoo de helicóptero, com paradas em cima de hospitais que acolhem as vítimas da covid-19. O Círio de número 228, o Círio diferente, o Círio virtual, marcado pela pandemia do novo coronavírus, foi o Círio do distanciamento social, do recolhimento, sem a multidão de pés e mãos unidos no asfalto, mas foi também o Círio da renovação da fé, do agradecimento, do apelo por saúde e da celebração da vida. 

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A programação oficial da Igreja católica começou com a Santa Missa na Sé, presidida pelo arcebispo metropolitano de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa. "Círio é luz acesa, que se acendeu no nosso batismo e representa a fé. Círio remete à Páscoa. É Cristo ressuscitado. Que este Círio seja consolo para pessoas que sofreram ou sofrem neste quadro doloroso que tantas pessoas sofreram e sofrem", disse no sermão dom Taveira. "O Círio é feito por todos nós. Vivemos um Círio diferente, mas ainda Círio. Viemos aqui para proclamar que a nossa fé não tem distâncias. Hoje, todo o povo de Deus está reunido. Que esse sentimento esteja gravado em oração, no coração de todos nós."

Desde as primeiras horas da manhã, grupos de fiéis se aglomeravam na área próxima da catedral, na praça Frei Caetano Brandão, na Cidade Velha, isolada por policiais militares. No fim da missa, dom Alberto Taveira levou a imagem da santa para um rápido encontro com os devotos, antes do embarque em carro que a levou até o Portal da Amazônia, para o helicóptero.

A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré sobrevoou os seguintes locais: Santa Casa de Misericórdia, Pronto-Socorro Municipal, Hospital Ophir Loyola, Hospital Otávio Lobo, Hospital Barros Barreto, Hospital Porto Dias, Hospital Metropolitano, Hangar – Centro de Convenções e Hospital Abelardo Santos. Depois da viagem, de forma simbólica, a Imagem atravessou as avenidas do trajeto do Círio e desceu no Arraial de Nazaré, ao lado da Basílica Santuário. Nos próximos 15 dias a Santa ficará na Basílica Santuário.

No sábado à noite, na hora da Trasladação, contrariando as recomendações da Igreja e das autoridades sanitárias do Estado, grupos de promesseiros e fiéis caminharam de Nazaré até a Cidade Velha. Muitos estavam sem máscara. De manhã, no domingo, a cena se repetiu no sentido oposto, numa reprodução em diminuta dimensão da grande romaria do Círio. (Veja vídeo abaixo)

Círio on-line

Jornalista e professora, estudiosa do Círio de Nazaré nas mídias, a pesquisadora Regina Alves escreveu artigo sobre o Círio eletrônico ao longo da história, da primeira transmissão pela TV até a cobertura on-line que se impôs aos paraenses em 2020. “A televisão chegou a Belém em 30 de setembro de 1961, em pleno clima do Círio, que seria dia 8 de outubro. A TV Marajoara Canal 2 ficava no Largo de Nazaré e mostrou logo a que vinha: tirou do estúdio para a rua um enorme videoteipe – dois metros de altura e 800 quilos -, instalou o caminhão de externa ao lado da praça e uma câmera no ângulo oposto. Isso garantiria as imagens da chegada do Círio à Basílica. Para cobrir a romaria, apenas um cinegrafista, com uma câmera de cerca de 70 quilos e filme mudo”, registrou.

Em 1997, já com internet, destacou a professora, os avanços da comunicação permitiram que  a TV abrisse canais para a manifestação de devotos no mundo todo. “Da Alemanha, um grupo contava que ia almoçar pato no tucupi (o pato era búlgaro, mas o tucupi e o jambu eram paraenses!). Todos estavam emocionados, muitos diziam ‘estar em casa’, outros pediam e agradeciam graças. A celebração dos ausentes se ampliou quando as mídias permitiram a participação ao vivo nas transmissões”, escreveu.

Em 2009, lembrou Regina, o padre Vladian Alves, de Roma, denominou uma nova categoria criada pela tecnologia, ao declarar-se um “peregrino on-line”. “Na evolução, smartphones permitem autonomia na criação de narrativas pessoais sobre a festa, principalmente veiculadas nas redes sociais”, observou a professora.

Para Regina Alves, os registros das transmissões do Círio são importantes para a história da festa e da própria TV paraense. “Na externa da Marajoara, que foi perdida, como todo o acervo do Canal 2, começava a crônica da narrativa televisual do Círio de Nazaré, eterno desafio para o jornalismo. Seria um documento precioso. Como será precioso o registro do trabalho das emissoras paraenses neste domingo, construindo mais uma narrativa do Círio quando, pela primeira vez, o desafio será trabalhar a ausência da romaria nas ruas de Belém”, assinalou.

No mais incomum dos Círios da história, as redes sociais ecoaram a fé e a devoção dos católicos em mensagens que emocionam:

“Sem a multidão nas ruas, sem as lágrimas dos fiéis, sem a Berlinda, sem a Trasladação, mas dentro de nós muitos sentimentos: paz, amor, fé e devoção! Feliz Círio”;

"O Círio 2020, atípico e em um contexto de pandemia, deve reproduzir em nós os sentimentos de amor ao próximo, de fé e de temperança. Desejo o melhor a todos os paraenses - e que Nossa Senhora de Nazaré possa nos abençoar e nos amparar, hoje e sempre. Feliz Círio!";

"Nossa senhora de Nazaré nos abençoe. Cuide de cada um de nós. De nossas famílias, amigos e da humanidade. Nos dê saúde e tranquilidade. Feliz Círio. A festa linda já começou! Diferente e com a fé mais fortalecida!";

"Feliz Círio! Acordei com Nazica passando aqui no Tapanã, indo para o Albelardo!";

"É Círio outra vez, e a nossa festividade da fé está acontecendo no lugar onde nasceu: dentro do coração dos paraenses."

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Todo ano a berlinda e os carros de promessa passam por um reparo antes da procissão do Círio de Nazaré. Mas com a pandemia do novo coronavírus, a festa paraense foi suspensa, seguindo as normas e medidas de prevenção, de acordo com o Decreto Municipal n° 97299 de 16/09/2020. Clique no icone abaixo e ouça podcast.

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Segundo a assessoria de imprensa da Diretoria da Festa de Nazaré, no entanto, todos os preparativos tiveram seu andamento normal. Na segunda quinzena de setembro ocorreu a manutenção da berlinda, com pequenos ajustes, de troca de lâmpadas, trincos, entre outros. E nos carros de promessas também foram realizados pequenos reparos, na estação Nazaré, que fica localizado no Centro Social de Nazaré. O serviço foi concluído em cinco dias.

Segundo Ronaldo Pinheiro, diretor de Engenheira e Patrimônio, os carros de promessas já fazem parte da tradição do Círio. São considerados símbolos da procissão e têm uma importância enorme por receberem os ex-votos dos promesseiros. “Muitos só consideram sua promessa cumprida quando depositam nos carros no dia da grande procissão de domingo. Depois eles são levados para a Basílica onde são selecionados para irem para a Memória de Nazaré, que guarda a história do Círio durante anos", contou  Ronaldo.

O diretor do evento relata a importância e as histórias dos carros de promessa, berlinda e barcos de velas para o Círio de Nazaré. "O Carro de Plácido foi doado para o Círio em 2000, pela Prefeitura de Ananindeua. O Carro dos Milagres foi introduzido na festa em 1803, pelo presidente da província na época, Dom Marcos Antônio de Brito, atendendo a um pedido da rainha de Portugal, Dona Maria I. A barca com Velas é de 1982, doada por Chico Fonseca, na época diretor da festa. E o Carro da Sagrada Família foi incluído pelo pároco de Nazaré, padre Giovanni Incampo, em 2017, representando a Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José", relatou.

Rosângela Machado, professora da rede pública estadual de ensino e estudante de jornalismo, tem devoção ao Círio de Nazaré. Em homenagem à Virgem escreveu um livro que está disponível no seu instragam @rosangela.poeta. “Eu também escrevo poesias e uma delas foi publicada na Voz de Nazaré. E depois um livro que o título é 'O Círio'”, contou a devota.

Para João Carlos Pereira, jornalista e professor, que há 21 anos transmite o Círio de Nazaré pela TV Liberal, da Rede Globo, o Círio 2020 será como nunca houve antes. "Na festa de honra de um santo, no caso a mais santa de todas as santas, que é a mãe do próprio Deus, Nossa Senhora, sem a presença da imagem nas ruas de Belém, é estranho, é diferente, chega ser até confuso pra nós de Belém que vivemos essa época com intensidade máxima, acostumados todos  a homenagear Nossa Senhora. E continuaremos a homenagear, mas sem a imagem nas ruas”, afirmou.

Por Suellen Cristo.

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“Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de 12 estrelas.” O versículo 1, do capítulo 12 do livro bíblico do Apocalipse, inspirou o manto que cobre a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré no Círio 2020, apresentado pela Arquidiocese de Belém na sexta-feira (0). O governo do Pará é um dos realizadores da programação, que neste ano sofreu alterações em razão da pandemia de covid-19.

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A apresentação do manto é um dos momentos mais aguardados da festividade em homenagem à padroeira. A Basílica Santuário de Nazaré – que tradicionalmente estaria lotada para o evento - nesta noite ficou com as portas fechadas, apenas com a participação restrita de membros da Diretoria da Festa, vigários episcopais e profissionais de imprensa, responsáveis pela transmissão por internet e televisão.

Após a missa celebrada pelo arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, as luzes se apagaram e a imagem com o novo manto foi erguida. “Tenho certeza que o manto de Nossa Senhora de Nazaré nos cobriu com seu amor. Os nossos sofrimentos não foram tão grandes como poderiam ser porque o povo daqui se dirigiu a Ela com muita confiança”, afirmou Dom Alberto Taveira, se referindo à curva descendente de casos de Covid-19 no Pará.

A simbologia do manto foi materializada em uma peça de cetim de seda pura italiana, branco, ornamentada com renda francesa, vidrilhos, cristais, pérolas e outros materiais. O dourado e o azul remetem ao céu e ao brilho do sol. A coroa rodeada de 12 estrelas está na parte de trás, sobre dois anjos e a lua. As pontas do manto se conectam a um broche em formato de cruz, em prata e ouro branco cravejado.  Como ocorre todos os anos, o manto foi doado por um casal voluntário.

O arquiteto Sandoval Ferreira recebeu um texto base para orientar o projeto de criação. “As minhas mãos apenas representaram algumas figuras, e a Kátia Novelino, com o seu talento, fez suas adequações para que coubessem todas as nossas ideias dentro do manto. A minha vida se transformou quando fui convidado a integrar a Diretoria do Círio, e depois para ajudar na criação do manto. Estou há oito meses tentando encontrar uma palavra que descreva o que sinto. Em todo o dicionário e todas as línguas não consigo descrever a emoção”, admitiu o arquiteto. 

Para a estilista Kátia Novelino não há coincidências. “É a coroação de Nossa Senhora. Coroa é também o significado de corona. Apesar de não ter sido algo pensado, lá em janeiro, quando a pandemia ainda não estava aqui, parece que foi feito para o momento. Não teve relação, mas parece que Nossa Senhora enviou uma mensagem”, disse Kátia, que utilizou materiais de que já dispunha em casa, devido ao fechamento do comércio durante vários meses.

Da Agência Pará.

 

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A edição 228ª do Círio de Nazaré, uma das maiores procissões religiosas do Brasil, não terá peregrinações com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, devido à pandemia do novo coronavírus. A Arquidiocese de Belém e a Diretoria da Festa do Círio 2020 decidiram cancelar as procissões oficiais.

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A procissão que reúne em média mais de dois milhões de pessoas pelas ruas de Belém, no segundo domingo de outubro, contará com uma programação por meios virtuais, para evitar a propagação da covid-19. Este ano, o Círio ocorre no dia 11 de outubro. 

As romarias costumam reunir milhares de devotos pelas ruas da capital paraense. Por causa da pandemia, a Romaria Fluvial, que percorre as águas da Baía do Guajará, não será realizada este ano. O percurso pelas águas da Baía de Guajará tradicionalmente corresponde a aproximadamente 18 quilômetros, saindo do distrito de Icoaraci até a praça Pedro Teixeira (escadinha do cais - ao lado da Estação das Docas).

Mas os devotos da padroeira dos paraenses garantem que vão celebrar a data e expressar sua  fé. "Com certeza a demonstração de fé deve ocorrer todo ano, todo momento e não somente em uma data específica. A minha fé nunca irá esmorecer e a devoção por Nossa Senhora de Nazaré tampouco. E o Círio deste ano será no seio de minha família, com muito amor e carinho e regado de muito tucupi e muita maniçoba’’, conta o advogado Maurício Filho, de 23 anos, que há três participa da Romaria Fluvial ao lado da família.

Maurício revela que já esperava que o tradicional Círio fosse cancelado. ‘’A notícia chegou de uma maneira bem desconfortável, a gente já havia criado o hábito de ir todo ano, já era uma festa que era esperada, juntamente com as demais demonstrações de fé e acabou que esse ano vai ser de uma maneira diferente. Acredito que o Círio Fluvial seja uma viagem que a gente faz com a imagem da Santa, com o espírito de felicidade, proteção, segurança que aquela Imagem nos traz. A viagem é uma representação de uma união, motivação, de uma mobilização comum das pessoas que estão ali. Inclusive dos meus familiares que todo ano se preocupam em antecipar as passagens e garantir os locais, garantir que o trajeto seja confortável’’, disse.

No primeiro ano, Maurício foi a convite de sua mãe, depois continuou participando por acreditar ser uma festa de fé, em que a celebração ocorre de maneira completamente diferente ao longo do trajeto, onde ele pode expressar sua fé sem muito desgaste físico comparada com as demais procissões que ocorrem. "Acabei gostando do evento e virou um hábito pra nossa família presenciar a passagem da Santa na Romaria Fluvial. Inúmeras promessas eu já fiz, algumas delas venho mantendo ao longo do tempo; inclusive, uma delas é acompanhar todo ano junto da minha família, no intuito de demostrar minha fé, e também de tê-los sempre juntos. Eu peço a procissão inteira pela saúde de todos, bem-estar e a felicidade de geral’’, explica o advogado.

Símbolo da fé

A corda do Círio, um dos principais símbolos da festividade, carregada por milhares de fiéis na Trasladação e no Círio, este ano será dividida em partes iguais e distribuída para às 95 paróquias da Arquidiocese de Belém. A decisão foi tomada pela Igreja em função do cancelamento das procissões por causa da pandemia do novo coronavírus. O objetivo é fazer com que os devotos possam se sentir acolhidos por Nossa Senhora de Nazaré.

Muitos fiéis vão na corda para pagar alguma promessa por uma vitória alcançada. A corda acaba sendo disputada por romeiros durante toda a procissão. Heitor Pantoja, 26 anos, vai na corda há 7 anos. "Primeiro eu ia acompanhando uma amiga jogando água e ajudando quem ia. Depois eu fiz uma promessa no tempo em que eu estava doente e disse que, se eu melhorasse, eu iria na corda por 10 anos e assim vem sendo’’, revela.

O promesseiro explica a sensação de ir na corda. ‘’É emocionante, mas ao mesmo tempo complicado. Tem momentos que a gente pensa em desistir. Nem tanto pelo aperto, mas sim pelo calor. Ano passado eram poucos os pontos de distribuição de água pra subir a avenida Presidente Vargas. Foi tenso. E isso não só no Círio, mas na Trasladação também. No fim, quando cortam a corda, a gente vê que tudo valeu a pena. E chega até ser pouco pelo o que Ela fez pela gente’’, comenta.

Heitor também conta que ficou triste com a notícia de que o Círio de Nazaré deste ano ia ser cancelado e que vai celebrar a data em família. ‘’Fiquei pensando na promessa que eu tinha feito, entre outras coisas, mas, no fim, a gente sabe que é algo necessário pra que ano que vem a gente possa continuar. Acho que uma das tradições mais importantes do Círio é a celebração em família e isso não vai mudar’’, afirma o promesseiro. Heitor é de uma família bastante católica e tudo o que eles têm hoje agradecem à Nossa Senhora de Nazaré e a Jesus Cristo.

Além das procissões oficiais do Círio terem sido canceladas, também não vai ser ativada a Casa de Plácido, onde promesseiros se dirigiam após realizarem longas caminhadas. Mesmo assim, muitos devotos não vão abrir mão de cumprir suas promessas e vão fazer longas caminhadas até Belém. É o caso da tia da Ariana Oliveira, 27 anos, estudante de Fisioterapia. Ela preferiu não se identificar. Diz que paga promessa há três anos caminhando do município de Marituba até à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém.

 A tia da estudante sai na madrugada de sábado até chegar na Basílica. Ela tem a companhia dos seus dois filhos. Eles fazem o percurso sem paradas.

Além da tia da Ariana, outras pessoas de sua família também já pagaram promessas, como levar velas de cera e ir na corda. A estudante também já pagou promessa por conseguir encerrar um ano letivo.

Há 5 anos Ariana participa da Romaria da Juventude junto com amigos. Ela conta que no dia em que foi oficializado o cancelamento das procissões do Círio deste ano, o coração apertou, mas entendeu que foi necessário. Ela e sua família vão celebrar a data mais uma vez, mesmo em formato virtual. "Iremos assistir às programações e continuar nossa tradição do almoço do Círio, afinal, ele está, sim, vivíssimo, dentro de cada um de nós. Nossa Senhora representa amor, perdão. Difícil explicar os sentimentos que uma pequena Imagem causa, é um misto de sensações. Um sentimento de paz e gratidão, de alma lavada e limpa pra um novo ciclo. A saudade bate, mas na esperança que 2021 estejamos caminhando junto com Maria e mais forte’’, finaliza a estudante de fisioterapia. 

Fiscalização da Marinha

Segundo o Comando do 4º Distrito Naval da Marinha do Brasil, não há ações previstas para atender especificamente demandas do Círio Fluvial, já que a procissão não ocorrerá este ano, por decisão da Arquidiocese de Belém, devido à pandemia do novo coronavírus.

Ainda segundo a Marinha, a inspeção naval realizada pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental ocorre diariamente na orla de Belém.

A Diretoria da Festa de Nazaré recomenda que os devotos fiquem em casa e acompanhem as programações pela TV Círio e pela TV Nazaré, que contarão histórias e mostrarão os bastidores do Círio.

Programação do Círio 2020

09 de outubro (sexta-feira): Missa na Basílica Santuário, às 18 horas. Às 19 horas, haverá a apresentação do manto de Nossa Senhora de Nazaré 2020. Às 19h30, Live musical – Grupo Ama, da Basílica Santuário.

10 de outubro (sábado): Missa na Basílica Santuário, às 8h30. Às 9h30, a programação terá Pregação na Basílica Santuário. Às 11h30, descida da imagem original. Às 18 horas, haverá missa na capela do colégio Gentil Bittencourt. Antes, essa missa ocorreria às 17h.

Às 19 horas está programada a exibição do documentário “Plácido” (anteriormente agendada para as 18 horas). Às 19h30, haverá exibição de outro documentário, com grandes momentos da Trasladação (antes estava previsto para as 18h30).

Às 20h40 ocorrerá a live musical com transmissão ao vivo da decoração da berlinda (inicialmente prevista para as 19 horas). Foi cancelada a queima de fogos que antes havia sido marcada para as 20h30, numa balsa sobre o rio Guamá, às proximidades da Catedral Metropolitana de Belém.

Às 22h10, serão mantidas as bençãos do cônego Roberto Cavalli (antes marcadas para as 20h45). E às 22h15, outra novidade: uma live na Catedral.

11 de outubro (Domingo de Círio): Às 7 horas começa com missa na Catedral de Belém, na Cidade Velha, celebrada pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira.

Às 8 horas, a programação televisiva (documentários, entrevistas, grandes momentos do Círio, Círios antigos, testemunhos de fé e conversão, sobrevoo da imagem peregrina sobre hospitais da cidade etc.).

Às 10 horas, ocorrerá o Terço Mariano, com Dom Alberto Taveira. Às 10h30, ocorre a sequência da programação televisiva, com missa de encerramento do Círio 2020, às 11h30, celebrada por Dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém.

O encerramento da programação do domingo de Círio está previsto para às 12h30.

Quinzena Mariana (de 12 a 25 de outubro)

- 5h15: Terço da alvorada – Basílica santuário.

- 8h: visitação da imagem peregrina a hospitais na região metropolitana.

- 12h: exposição da imagem peregrina no altar central da Praça Santuário.

- 18h: missas da festividade – Basílica Santuário.

- 21h: encerramento da visitação.

Atividades preliminares (7 a 9 de outubro)

- Dia 7 de outubro, às 8horas, missa de abertura da Vigília de Adoração.

- De 7 a 9 de outubro, Vigília de Adoração (Casa de Plácido).

- Dia 9 de outubro, às 6h30, encerramento da Vigília de Adoração.

Para acompanhar o Círio

-  TV Nazaré (Canal 30.1)

- Rádio Nazaré (91,3 FM)

- Facebook da Festa de Nazaré e da Arquidiocese de Belém 

Youtube da TV Nazaré

- TV Círio - parte da programação também será transmitida pelo canal, que estará em cadeia com a Rede Nazaré de Comunicação, a emissora oficial da Arquidiocese de Belém e do Círio de Nazaré.

Por Amanda Lima (com apoio de Gabriela Puga).

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O Círio de Nazaré se aproxima, diferente, mas com a mesma fé e expectativa de todos os anos. A Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), por causa da pandemia do novo coronavírus, precisou mudar eventos tradicionais que ocorrem em Belém no mês de outubro.

As procissões estão canceladas. Pela primeira vez na história, o Círio será virtual, sem manifestações de rua, voltado para o recolhimento. No domingo, 11 de outubro, dia da grande procissão, haverá missas na Catedral, às 7 horas, e na Basílica Santuário, às 11 horas. Tudo será transmitido ao vivo pela TV Nazaré, canal 30. Acesse aqui a programação completa.

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Também no domingo começa a funcionar o Arraial, no estacionamento do Centro Social de Nazaré, no horário de 17 às 22h, até 26 de outubro. Cerca de 24 estandes foram montados na área, com vendas de produtos artesanais, alimentos, vestuário e artigos religiosos.

Além disso, os participantes poderão acompanhar as lives do Círio Musical, em um telão no centro do Arraial, que serão transmitidas ao vivo pela TV Nazaré, a partir das 19 horas. A entrada só será permitida com o uso de máscaras e cumprindo as orientações de distanciamento social.

O parque de diversões ITA, que tradicionalmente participa do arraial há 28 anos, não estará na programação. “De todos esses anos de parceria do ITA com a Diretoria, esta é a primeira vez que não teremos o parque aqui. Claro que sentimos muito, pois ele alegra e enriquece a programação, mas estamos providenciando um evento igualmente belo, como forma também de ajudar nossos parceiros, os pequenos comerciantes, que precisam da renda adquirida neste período”, enfatiza Sérgio Reis, responsável pela Diretoria de Arraial e Arrecadação.

“Barraquinhas, luzes e cores que nos remontarão aos saudosos tempos de infância. Tudo isso envolvido pelo clima que invade outubro. Um arraial pequeno em sua dimensão, mas imenso na recordação dos momentos que fazem parte da essência do Pará. Um Círio histórico e sem precedentes, sem procissão, é fato, mas não menos sublime. Para além de tudo isso, o arraial permitirá que trabalhadores exponham seus produtos ao público, propiciando movimentar a economia desses pequenos empreendedores, que, na sua grande maioria, dependem essencialmente do Arraial de Nazaré para prover suas famílias”, finaliza o diretor.

O Arraial de Nazaré é uma tradição que começou na primeira edição do Círio de Nazaré, em 1793. Na época, consistiu em uma grande feira de produtos agrícolas. O Arraial começou a ser chamado desta forma em virtude da construção das casas em volta da ermida de Plácido após o achado da imagem, aproveitando-se do grande fluxo de peregrinos que passou a ocorrer desde então.

As primeiras festas de Nazaré eram realizadas no mês de setembro, época do verão amazônico, quando a intensidade de chuvas diminui. Para a realização do primeiro Círio o governador organizou uma grande feira de produtos agrícolas vindos de diversos municípios, até mesmo providenciando transporte de pessoas e mercadorias pelos rios de lugares distantes de Belém.

Segundo pesquisadores e historiadores, no início era realizado em frente à Basílica, onde hoje está situada a Praça Santuário de Nazaré. No entanto, com o passar do tempo, mudou de lugar e se aprimorou. Passou a ser formado por uma série de brinquedos direcionados para o divertimento dos fiéis, bem como por várias barracas de venda de artesanato, comidas típicas e outros produtos industrializados.

EcoCírio

Desde 2016, a Diretoria da Festa de Nazaré criou o EcoCírio, um projeto de conscientização que une responsabilidade social e ambiental, que visa conscientizar as quase 200 mil pessoas que visitam o Arraial de Nazaré, desde quando é montado.

A ação tem como objetivo estimular todos os frequentadores do arraial e da Praça Santuário ao descarte apropriado de resíduos sólidos. O projeto conta com a parceria da Equatorial, que durante a quadra nazarena disponibiliza um ponto de coleta na Praça Santuário.

Serão disponibilizados pela Diretoria totens coletivos na Praça Santuário, no Arraial e próximo da Basílica Santuário para a coleta. “Devemos fazer nossa parte para servir de exemplo e estímulo para a preservação do meio ambiente. Sabemos que o EcoCírio é o primeiro passo para uma mudança de atitude definitiva que visa cuidar do meio ambiente, nossa casa comum. A ideia é ir aos poucos ajudando a formar a consciência das pessoas nesse pequeno espaço”, avalia Sérgio Reis.

O que pode ser reciclado

Plásticos: garrafas de refrigerante, água mineral, óleo, vinagre, plástico duro (embalagens de shampoo, produtos de limpeza, embalagens de massas, potes de margarina, baldes, bacias, entre outros), sacolas de mercado e sacos de alimentos.

Metais: latas de aço (ervilha, milho, leite em pó), alumínio (latas de cerveja, refrigerante), panelas, bateria de carro.

Papel: jornais e revistas, papel branco e colorido, caixas de papelão em geral.

Treta Pak: caixa de leite, sucos, molhos, milho, ervilha e achocolatados.

Resíduos orgânicos: óleo de cozinha usado. 

Com informações da assessoria da Diretoria da Festa de Nazaré.

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O Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações religiosas do Brasil, este ano não terá as peregrinações pelas ruas de Belém com a imagem de Nossa Senhora, devido à pandemia do novo coronavírus. A programação ganhou novo formato para evitar aglomerações dos fiéis, que inclui lives musicais e transmissão on-line da decoração da berlinda. O anúncio oficial das mudanças foi feito pela Diretoria da Festa e Arquidiocese de Belém, no dia 6 de agosto.

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Para retratar o novo cenário do Círio de 2020, os músicos Leno Rocha e Moisés Araújo lançaram o single "Círio em casa", da banda Outubro Dez, no último dia 12 de agosto. A intenção da dupla é levar um pouco da festividade de Nazaré para o lar dos devotos, por meio de uma composição carregada de simbologias, significados e resgates do verdadeiro valor do Círio, a fé.

Leno Rocha, cantor e produtor da banda, afirma que os fiéis levam à Nossa Senhora de Nazaré os sentimentos de gratidão, os sonhos e angústias. Com a pandemia, os devotos estão impossibilitados de pagar as promessas. Ele conta que a letra foi escrita para reforçar a campanha para que as pessoas permaneçam em casa se cuidando, e que apesar de ser uma comemoração atípica, nada mudará.

“As pessoas estão acostumados a ir à procissão. Tem um trecho da música que fala: ‘O Círio em casa será bem melhor, é Nossa Senhora cuidando de nós’. Ele define bem a ideia de conforto que queremos passar. Não precisamos estar na rua, ou dentro da igreja, para que Ela esteja conosco, Ela cuida de todos o ano inteiro”, diz o cantor.

Para o poeta e compositor Moisés Araújo, o momento atual é de ficar em casa, mas sem deixar de manter as tradições do Círio. “Faça a sua maniçoba, as comidas típicas da data e reúna a família. O importante é ter fé que tudo vai passar e em breve, vamos poder festejar como estamos acostumados”, afirma.

A renovação espiritual que os católicos sentem no mês de outubro é inexplicável, e é capaz de emocionar qualquer pessoa que chegue perto da berlinda, segundo o compositor. Moisés ressalta que o Círio consegue atrair os olhos do mundo inteiro, tamanha a importância que possui, seja pelo âmbito religioso ou cultural.

O mês de outubro é tão importante para a dupla que originou o nome do grupo, Outubro Dez. A ideia foi criar um disco de músicas regionais, com ritmos que valorizassem a cultura paraense. As composições retratam o cotidiano paraense, as comidas típicas, as danças, os costumes e o clima que se instala todo mês de outubro, no Círio de Nossa Senhora de Nazaré. 

“O tema maior dos discos são músicas que refletem o Círio, mas também temos produções com estilo de músicas regionais, samba e forró. A nossa maior inspiração são os paraenses e as celebrações do Pará”, afirma o compositor Moisés Araújo.

A primeira música lançada da dupla foi "O Círio", em 2015, que fala do trajeto do Santa da catedral até a Basílica. Depois saíram, em 2016, o "Rio de gente", que fala das pessoas dentro da procissão e da emoção que sentem; "O arraial e a lua", dos turistas que acompanham o Círio; "Outubro", que fala da comemoração, do almoço de domingo do Círio; e "O promesseiro", homenagem às pessoas que vão na corda.

O CD tem uma música chamada "Oração", interpretada pela esposa de Leno Rocha, Nayla Nunes, que também é integrante da banda. A letra fala da condição de rezar, que vai além do que está escrito nos livros, e ressalta a importância do sentimento envolvido no ato da rezar e ser escutado por Nossa Senhora de Nazaré. O novo single "Círio em casa" pode ser escutado no site da banda.

Por Amanda Martins.

 

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Um dos mais importantes símbolos da devoção à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira dos paraenses, a corda do Círio já está em Belém. Sem as procissões em 2020, por causa das mudanças ocorridas na festividade deste ano em função da pandemia do nvo coronavírus, a corda ficará em exposição para que os fiéis possam expressar sua fé na Virgem e pagar promessas, conforme a tradição.

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Uma parte dela ficará na Estação das Docas, a partir de 23 de setembro, e outra seguirá uma programação definida pelo arcebispo de Belém, dom Alberto Taveira Corrêa, entre as 95 paróquias de Belém. No sábado, dia 12, a partir das 15 horas, a corda será vistoriada pela Diretoria da Festa de Nazaré no colégio Santa Catarina.

A corda foi produzida em Santa Catarina, como nos anos anteriores. Um dos símbolos que representam a fé dos devotos de Nossa Senhora de Nazaré é de sisal, tem 800 metros de comprimento com 50 milímetros de diâmetro.

A corda chegou a Belém dividida em duas partes de 400 metros. Ela permanece adaptada às estações de metal que auxiliam no traslado das berlindas durante as romarias.

A corda passou a fazer parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la. Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis. As informações são do site da Basílica Santiário de Nazaré.

Também nesta quinta-feira (10) houve o lançamento da campanha feita pela Guarda de Nazaré para a festividade deste ano: “Corda que nos une”. O objetivo é dar sentido às principais características da fé dos paraenses na Virgem de Nazaré, união, fraternidade, caridade, humildade, entre outros, que este ano estão sendo colocados em prática especialmente em família, no lar.

Outro propósito é demonstrar que assim como a corda une os promesseiros, a mesma ligação, mesmo que não presencial, é necessária para o fim da pandemia da covid-19. O lançamento também promove a venda de um kit promocional que contém camisa e máscara, e será comercializado por R$ 40,00. O valor arrecadado será destinado às obras pastorais e evangelizadoras da Guarda de Nazaré. 

Clique no ícone abaixo e ouça entrevista com Albano Martins, coordenador do Círio 2020.

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Da assessoria da Diretoria da Festa.

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Para devotos, Círio virtual terá a mesma exuberância de fé

Websérie aquece o coração dos devotos de Nossa Senhora

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Devido à pandemia do novo coronavírus, o Círio de Nazaré não poderá ser realizado da forma tradicional pela primeira vez na história. Por isso, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) lançou na ultima sexta-feira, 4 de setembro, a websérie “Testemunhos”, com o intuito de divulgar depoimentos de devoção à Nossa Senhora de Nazaré.

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Os vídeos serão divulgados às sexta-feiras e terão duração de cinco minutos, contando com testemunhos de fiéis de todo o Pará. A produção da série é feita pela TV Círio, tendo apoio do Laboratório Amaral Costa.

Cada episódio é gravado em diferentes igrejas de Belém, como Basílica Santuário e Catedral. A intenção é captar ao máximo a sensação de estar nesses locais mesmo vendo através de um celular ou computador.

Albano Martins, coordenador da Diretoria da Festa, falou sobre a importância da divulgação desses relatos durante a pandemia. “A partir do surgimento da TV Círio e dentro da decisão de consolidar a presença digital no Círio, nós entendemos que em um momento como esse seria pertinente e evangelizador que esses depoimentos fossem gravados e divulgados nas redes sociais”, disse.

De acordo com Rosana Pinto, assessora da DFN, quatro vídeos já estão prontos para o mês de setembro. Outros serão preparados dentro de uma programação regular e permanente na TV Círio.

Iolinda Sousa, aposentada e devota de Nossa Senhora, faz parte do grupo de risco da covid-19 e diz que a websérie a faz se sentir próxima da igreja. “Todos os domingos eu ia na missa rezar por mim e pela minha família, mas agora com o vírus a única opção que tenho é ver pelo celular, e apesar de não ser a mesma coisa, ainda consigo sentir a fé que sentia na missa. Ver a emoção dos devotos sempre me emociona. Me sinto acolhida e mais perto de Nazinha”, relatou.

Por Henrique Herrera.

 

O Círio de Nazaré é uma manifestação religiosa realizada em Belém-PA e reúne mais de dois milhões de pessoas em sua sua procissão. Organizada pela arquidiocese da cidade em parceria com o Governo do Estado, a celebração sai às ruas, tradicionalmente, em outubro.

Por conta do novo coronavírus, há a possibilidade de a festa religiosa ser cancelada. Segundo informações da Eko Agência, a Diretoria da Festa de Nazaré informou que no dia 6 de agosto sairá o anúncio oficial sobre o Círio 2020. A divulgação será feita pelo arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, após informações técnicas-científicas da Comissão Especial de Análise da Pandemia da Covid-19, organizada para orientar a decisão sobre o evento católico.

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A Diretoria da Festa dará seu posicionamento após o pronunciamento do arcebispo. A Comissão Especial de Análise da Pandemia da Covid-19 foi criada com o objetivo de avaliar a evolução da pandemia em Belém e Região Metropolitana, com coletas de dados, exame de estudo e artigo técnicos e projeções de estatísticas. Médicos e biólogos integram o grupo.

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