A busca incansável para alcançar o padrão de beleza. A insatisfação com o próprio corpo. Os resultados dos exercícios praticados não são os esperados. Vagarosos. É assim que milhares de pessoas iniciam o uso de suplementação alimentar, para driblar o tempo e acelerar o fortalecimento da musculatura. E foi assim que o praticante de jiu jistu Hugo Muniz decidiu agir. "Estava precisando mudar. Não me sentia bem quando me olhava no espelho". Procurando alimentar o ego sem se preocupar com a saúde, o estudante de 22 anos, começou o uso dos suplementos. Porém, sem acompanhamento.
No caso de Hugo, ao invés de musculatura, o estudante de fotografia ganhou massa gorda. O que deveria ser um benefício, se tornou um problema para o lutador de jiu jitsu. "Vi meus amigos tomando suplemento sem acompanhamento e sem problema nenhum. Então, resolvi tomar também". Em três meses, somou oito quilos e multiplicou a taxa de gordura do corpo. "Se pudesse refazer essa escolha, sem dúvida não teria utilizado os suplementos. Tive até dificuldade para perder esse peso (8 kg)", conta.
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No caso dos atletas e não-atletas - Hugo especificamente – é completamente desaconselhável esse tipo de procedimento. "O usuário tem que ser muito cauteloso. Não deve tomar um suplemento, apenas por tomar. Os atletas devem ter ciência do que está sendo ingerido. O essencial é consumir somente aquilo que o corpo está precisando ou vai precisar. Já vi vários casos de retrocessos no organismo, por pessoas que consumiram aquilo que o corpo já tinha em grande quantia", explicou o preparador físico Eduardo Barbosa.
Para os esportistas, o uso dos suplementos, na maioria dos casos, é tido como fundamental. Pelo fato de os atletas dependerem da condição física e emocional para se saírem bem nas competições. Entretanto, o mau uso desses produtos, que estão cada vez mais em evidência no mercado, pode acarretar muitos transtornos ao consumidor.
O Brasil, inclusive, caminha a passos largos para se tornar um país como os Estados Unidos, onde se encontram vários tipos de suplementos nas prateleiras dos supermercados, lojas de conveniência e lanchonetes. O professor acredita que existem outras técnicas para se obter o resultado desejado. Dentre elas, uma é primordial para melhorar o desempenho de atletas e não-atletas. Este recurso foi denominado por ele como: "promoção da saúde".
"Aos não atletas eu já trato de outra forma. A princípio, a receita é caseira, eu chamo de promoção da saúde. A promoção de saúde é fazer meus clientes começarem a pensar mais em si. Dormir bem, se alimentar adequadamente e evitar estresse. Quando você promove isso o corpo favorece", pontuou.
Sob os cuidados
Desde os 20 anos, Carlos Henrique - hoje com 33 anos - participa de corridas de rua. Para ele, o consumo de suplementos é essencial para a sua recuperação e desenvoltura nas competições. “Eu exijo muito do meu corpo. Todo final de semana, estou participando de provas. Eu tenho acompanhamento de uma nutricionista, que me indica o que eu devo tomar. Sei dos riscos que corro, mas faço da maneira certa”, explicou o corredor que participa dos eventos apenas por hobby.