Limoeiro, Agreste de Pernambuco, 2011. Após ser testado e aprovado no Náutico, Everton Felipe, de volta à casa de sua família, por conta de problemas estruturais que impediram sua permanência no Timbu, recebe ligação do técnico Fernando Lasalvia. Chega o convite para atuar na base do Sport – o treinador havia ‘virado a casaca’. Ele aceita prontamente. Acontece que o atleta tinha somente 13 anos de idade. Veio, então, a desconfiaça do então diretor leonino Gustavo Bueno: “Se não prestar, demito ele e você também”, disse ao ‘professor’ que descobriu o jovem talento. O comandante bancou. Hoje, aos 18 anos, a revelação faz parte do elenco profissional da Ilha do Retiro, com contrato assinado até o fim de 2020.
##RECOMENDA##Everton sempre jogou, pelo menos, em uma categoria acima da correspondente à sua idade. O próprio Lasalvia cuidou dessas promoções que aparentavam precoces, mas mostraram-se coerentes. “Desde o começo, ele é acostumado a jogar com o pessoal mais velho. Já apanhou muito em campo, mas nunca se amedrontou”, contou o treinador, aproveitando para indicar as qualidades que chamaram sua atenção no futebol da joia rubro-negra, logo no primeiro teste realizado, há cinco anos. “ O garoto é cheio de personalidade e habilidade. Vai pra cima, independente de quem estiver do outro lado. Além disso, tem um arranque absurdo”, descreveu, em entrevista ao Portal LeiaJá.
Atualmente, Lasalvia comanda o time Sub-20 do Náutico, e não tem mais contato com o meio-campista. Mesmo assim, a torcida pela ‘cria’ continua. Afinal, o técnico põe o atleta no topo de sua lista de revelações. “Acompanho a carreira dele e tenho certeza de que dará certo. Trabalho com futebol de base desde 1994, e Everton Felipe foi o melhor que já passou por minhas mãos. O único que chega perto é Cléber Santana”, garantiu. “Ele é abusado, no bom sentido. Sempre se destacou fisicamente. E não é assim por acaso. O garoto treina muito!”, orgulhou-se.
O ‘professor’ apostou alto na hora de efetivar o meia nas categorias de base do Leão e, agora, mira um futuro nem um pouco modesto para o atleta. “Everton não vai demorar aqui, não. Vai para a Europa rápido. Diria que ele combina com o futebol da Espanha. Pode anotar. Se ele tiver oportunidade durante essa temporada, vai chover proposta para tirá-lo do Brasil”, previu Fernando Lasalvia.
De fato, a carreira da revelação do Sport sempre foi um turbilhão. Ele atuou na base do Leão durante dois anos, tempo suficiente para ser campeão pernambucano Sub-15 e Sub-17. Com apenas 16 anos, foi promovido ao elenco profissional. Desta vez, o responsável pela aposta foi o técnico Geninho, que acreditou no atleta e lhe deu a camisa 10. Neste momento, o time disputava a Copa do Nordeste 2014. No meio do torneio, houve troca de comando, e Eduardo Baptista assumiu a prancheta. A partir daí, Everton Felipe teve menos oportunidades, mas a equipe rubro-negra venceu o torneio, com o jovem talento entre os campeões.
Com a faixa do Regional no peito, o atleta foi para o Internacional, onde conheceu o futebol gaúcho, ganhou ‘rodagem’ e se destacou, além da técnica, pela liderança em campo. Agora, está de volta ao Sport. Cabe ressaltar que o Colorado tinha preferência para adquirir seus direitos econômicos e federativos, mas não houve acordo com o Rubro-negro. Everton, portanto, integra o atual elenco leonino, e está participando normalmente da pré-temporada comandada pelo técnico Paulo Roberto Falcão. Inclusive, tem sido presença constante entre os titulares nas escalações testadas pelo treinador, jogando como meia centralizado.
Apesar de ter afirmado, em entrevistas concedidas a veículos de comunicação do Rio Grande do Sul, que tinha o objetivo de jogar no time profisisonal do Internacional, Everton garantiu que a volta ao Sport terminou como um desfecho positivo. O jovem meia atendeu ao Portal LeiaJá com exclusividade, e contou a história de sua carreira – curta, porém impactante. Ele comentou sobre o momento que vive no clube rubro-negro; falou sobre assuntos de bastidores, como os desentendimentos que teve com Eduardo Baptista; revelou o que aprendeu no futebol gaúcho; e fez análise de seu amadurecimento físico e psicológico nos últimos dois anos. Confira vídeo abaixo:
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