Não foi apenas o deputado federal Tadeu Alencar (PSB) que falou, nessa segunda-feira (6), sobre a reforma da previdência proposta pelo governo Temer chegando a afirmar que o “projeto é um desrespeito aos brasileiros. Um deboche”. A senadora Fátima Bezerra (PT) também falou sobre o assunto destacando que as mulheres serão prejudicadas.
A senadora afirmou que as mulheres têm maiores dificuldades para encontrar emprego e, quando conseguem, são com salários mais baixos e inserções mais precárias. “Na proposta de reforma da Previdência encaminhada pelo governo, a idade e o tempo de contribuição serão equiparados, ignorando que as mulheres têm maiores dificuldades”, comentou.
##RECOMENDA##“A reforma proposta também acaba com a aposentadoria especial de professores da educação básica prejudicando, mais uma vez, as mulheres que são 81,5% do total, segundo o MEC. Dos quase dois milhões de professores do país, mais de 1,6 milhão são do sexo feminino. Para as mulheres camponesas o golpe é também muito duro. A proposta apresentada pelo governo extingue a condição de segurado especial que garante aos trabalhadores do campo se aposentar aos 60 anos e as trabalhadoras aos 55. Assim, se essa reforma passar penalizará especialmente as trabalhadoras rurais que terão que trabalhar dez anos a mais”, acrescentou.
A petista ainda disse que nada justifica um ataque “tão cruel e desumano” aos trabalhadores declarando que o presidente está “na contramão da promoção da igualdade de gênero no país e que despreza as mulheres e suas lutas”.
Também contra a reforma da Previdência e temas que envolvem as mulheres, movimentos feministas planejam uma greve geral, na próxima quarta (8), quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Diversos estados devem fazer manifestações. Hoje, sob comando da vereadora Marília Arraes (PT), foi realizada uma reunião pública, na Câmara de Vereadores do Recife, com o objetivo de discutir os impactos da reforma da Previdência Social na vida das mulheres brasileira.
“Estamos num momento importante para realizarmos este debate considerando que, desde o ano passado, com o governo golpista, os trabalhadores vêm perdendo os seus direitos. Na semana dedicada à mulher, decidimos realizar esse ato de alerta para conscientização contra a Proposta de Emenda Constitucional [PEC 287], que prevê a reforma da Previdência. Nós, mulheres, somos as mais afetadas por essa iniciativa”, chegou a dizer Arraes.