Tópicos | Galeria de arte

De acordo com o dicionário, arte é o que “representa as experiências individuais ou coletivas, por meio de uma interpretação ou impressão sensorial e estética”. Sendo assim, as expressões artísticas nascem como fruto de um tempo e das experiências dos indivíduos dentro da sociedade. A pandemia do novo coronavírus atingiu o mundo de forma inédita e os artistas das mais diferentes linguagens não poderiam ficar alheios aos reflexos da crise. 

Os protocolos de segurança relativos ao contágio da Covid-19 fecharam as portas de galerias, museus e ateliês nos quatro cantos do planeta e os impactos, sem precedentes no setor, forçaram artistas e espaços culturais a procurar novas alternativas e se reinventar, bem como outros segmentos artísticos.   

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A crise foi sentida em toda uma cadeia produtiva voltada ao universo das artes plásticas e visuais. Segundo pesquisa realizada pelo Observatório Ibero-Americano dos Museus, em 2020, com a participação de 434 instituições de 18 países, 73% declarou haver reajustado suas atividades em resposta às medidas restritivas. Dentre os respondentes, 60% das instituições mistas afirmaram que tiveram que renunciar a parte de seus funcionários; sendo os profissionais responsáveis por visitas guiadas, mediação e educação presencial, exposições, loja, cafeteria e serviços terceirizados, os mais afetados por demissões ou adequações de contratos. 

O jeito, assim como feito em vários outros segmentos da sociedade, foi migrar para o meio digital. Vários museus, no Brasil e fora dele, passaram a funcionar através das ondas da internet para manter exposições ativas e visitação constante. Entre eles estão o Reina Sofia, em Madri; o Museu do Louvre, em Paris; o Metropolitan Museu de Arte de Nova York (MET); e os brasileiros Museu de Arte de São Paulo; e Paço do Frevo, no Recife. Muitos deles já mantinha, em seus sites, conteúdos paralelos aos vistos em seus espaços físicos, porém, o fechamento de suas portas fez com que esses espaços virtuais ganhassem mais força.

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Mais que isso, a pandemia fez surgir novos espaços, ainda que não necessariamente físicos. O CAM - The Covid Art Museum, foi o primeiro museu criado durante a crise sanitária e traz em seu acervo o que tem sido chamado de “arte da Covid”. O projeto é uma criação dos publicitários espanhóis Irene Llorca, José Guerreiro e Emma Calvo e reúne, no Instagram, obras de artistas de todo o planeta, todas produzidas durante a pandemia e baseadas nelas. Uma iniciativa semelhante foi desenvolvida pela brasileira Luiza Adas, o Museu do Isolamento Brasileiro, que abriga, também no IG, a produção artística de diversos nomes do cenário nacional das artes.

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O Covid Art Museum reúne obras de todo o mundo. 

O museu 'tá' diferente

Para além dos sites de grandes museus e galerias, outras plataformas passaram, também, a abrigar a produção de pintores, escultores, fotógrafos e grafiteiros. As redes sociais passaram a ser usadas ainda mais como fonte de escoamento da produção, a exemplo do que fez dos museus recentemente criados, mencionados acima. 

Alguns artistas, em iniciativas individuais, "ressignificaram" seus perfis nas redes transformando-as em verdadeiras galerias. A exemplo do que fez a pernambucana Ianah Maia, que produziu a mostra Me apaixonei pelo filtro que eu projetei em você, especialmente para o formato de exposição virtual no Instagram.

Expondo seu trabalho desde 2012, esta é a primeira vez que Ianah produz vislumbrando essa plataforma digital. “O Instagram já era um pouco a minha própria galeria de arte no sentido de ser um espaço onde eu estava constantemente divulgando o meu trabalho mas esse realmente foi pensado para ser divulgado em meios virtuais”, disse em entrevista ao LeiaJá.

A migração para o ambiente virtual possibilitou, tanto para a artista, quanto para o público, uma nova experiência no escoamento e consumo de sua arte, através de diferentes ferramentas disponibilizadas pelo aplicativo. “Eu consigo brincar com a coisa da localização, adicionar música à experiência de cada uma das obras, não é uma música ambiente que tá tocando em toda a exposição. Tem os stories que me faz conseguir interagir em tempo real com as pessoas. Isso tudo eu tô deixando no destaque do perfil que é uma forma de quem está acessando a exposição agora conseguir acessar quais foram as interações que já aconteceram ao longo da exposição”. 

Ianah levou sua exposição para o Instagram. Foto: Ianah Maia

Não só a plataforma como o mote para a mostra vieram por influência do atual momento pandêmico. Trabalhando de casa, a artista visual passou a lidar com novos apelos no seu fazer artístico e a sua própria vivência durante a quarentena acabou lhe despertando para esse trabalho. “Eu fiquei realmente bem isolada em casa mesmo e  acabou que meus momentos de lazer eram muito voltados para a arte. Fiquei bastante tempo pintando e meu processo criativo se tornou muito mais intenso nesse sentido porque as referências estavam ali borbulhando. Depois que eu vivenciei tudo, essa experiência específica de uma relação vivida em contexto pandêmico eu percebi que aquilo poderia virar um produto artístico a partir do momento que eu vi que talvez eu não era a única a estar vivendo relações utilizando o meio virtual ou então essa relação de solitude comigo mesa ou outras coisas que são bem características dessa época que a gente tá vivendo”. 

Quanto ao futuro das artes visuais, Ianah não se atreve a predizer, “porque a pandemia deixa tudo bem díficil de se prever”, mas a jovem artista acredita que, assim como o resto da humanidade, ficará marcada por esse momento e que todo trabalho artístico, a partir de então, será “consequência” dessa experiência. “Eu costumo brincar que o fato de eu ter esse privilégio de trabalhar dentro de casa me fez ficar quase como numa residência artística forçada porque eu procuro sempre estar alimentando minhas pesquisas. Através da internet eu consegui acessar certos espaços educativos e outras obras de artistas que estão em outros estados e países, então é um período bem interessante nesse sentido. Espero conseguir seguir nessas investigações que eu venho fazendo, nesse ramo dos sentimentos, e  trazer a minha vivência enquanto mulher negra pro mundo através da arte”. 

 

 

A Arte Plural Galeria, localizada no Bairro do Recife, está retomando suas atividades presenciais. A partir desta semana, com horário reduzido e alguns protocolos de segurança, será possível visitar duas exposições em cartaz no local. Nesta primeira fase, a galeria estará aberta às segundas, quartas e sextas.

Para receber os visitantes, nesta retomada gradual, a Arte Plural providenciou algumas medidas de segurança contra o coronavírus. Além de um tapete para higienização na entrada do espaço, também estará disponível aos frequentadores álcool em gel. Só será permitido o acesso de até cinco pessoas por vez nas dependências da galeria e todos devem fazer uso de máscara de proteção individual.

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Nesta primeira fase, a galeria funcionará e horário reduzido, nas segundas, quartas e sextas, das 10h às 17h. Estão em cartaz duas exposições, Fotografia de João Urban em Pernambuco: a paisagem e o sagrado, disponível nos dois ambientes térreos; e Ressignificados, que reúne, no primeiro andar, obras de sete artistas com DNA pernambucano: artistas Gabriel Petribu, Gustavo Bettini, Manoel Veiga, Antônio Mendes, Conchita Brennand, Gegê Pedrosa e Roberto Ploeg.

Serviço

Arte Plural Galeria

Segunda, quarta e sexta - 10h às 17h

Rua da Moeda, 140 - Bairro do Recife

A exposição Retrato: substantivo feminino continua em cartaz na Galeria de Arte do Centro de Artesanato de Pernambuco, no Bairro do Recife. O projeto reúne retratos em foto e vídeo confeccionados por duas artistas visuais e mulheres ligadas a tradições culturais brasileiras e está aberta ao público até o dia 22 de dezembro, das 14h às 20h (segundas) e das 11h às 19h (de terça a domingo).

Idealizada pelas artistas visuais Laura Tamiana e Tatiana Devos Gentile, a mostra é resultado de uma dinâmica cultural que mobilizou 25 mulheres, de 12 a 95 anos, ligadas às tradições do Cavalo Marinho (PE), do Reinado (MG) e do Batuque de Umbigada (SP). A realização da exposição é do Ministério Público de Pernambuco, da Fundarpe, Secretaria de Cultura do Governo do Estado e da Terreiro Produções.

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A exposição conta com fotografias em diferentes suportes (monóculos, tecido, impressões); video retratos de cada integrante, exibidos em um dispositivo em forma de 'caixinha', para visualização individual; correspondências em vídeo trocadas pelas integrantes de um local a outro do país; e intervenções sonoras criadas pelo músico pernambucano Helder Vasconcelos, a partir dos sons gravados durante as residências.

Serviço

Retrato: Substantivo Feminino

 Até 22 de dezembro | Segunda das 14h às 20h e terça a Domingo das 11h às 19h

Galeria de Arte - Centro de Artesanato de Pernambuco (Avenida Alfredo Lisboa, Armazém 11 - Bairro do Recife)

Gratuito

(81) 3184 3090

A exposição O Legado, com entrada gratuita ao público, acontece da próxima sexta (20) até o dia 20 de outubro, na Galeria de Arte – Instituto CPFL, em Campinas, São Paulo.  Os visitantes vão poder conferir 21 protótipos de Da Vinci, todos construídos a partir de seus estudos e desenhos. Seis protótipos são inéditos e, diferentemente de outras mostras sobre o gênio, a maior parte das peças foi construída em tamanho natural.

Carro Metralhadora, Balestra, Escavadeira de Trincheira, Catapulta, Inclinômetro, Mecanismo de Bater Asas Parafuso e Porca, Estudo da Asa, Máquina Voadora, Bate Estaca, Bicicleta, Câmbio, Caminhar Sobre a Água, Grua, Barco Canhão Giratório, Barco com Pás, Serra hidráulica, Carro Cortador, Anemômetro, Máquina para Medir a Velocidade do Vento, Ponte Giratória e Técnica de Assalto, são peças apresentadas na exposição.

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O Legado é realizada pela MAISCOM com Curadoria do Instituto Vinciano Italiano, com patrocínio da UNIESP, GRUPO BRASILINVEST e apoio da Associação das Nações Unidas-Brasil, Prefeitura Municipal de Campinas e CPFL Energia.

Serviço

O Legado

Sexta (20) até 20 de outubro

Galeria de Arte – Instituto CPFL Cultura (Rua Jorge de Figueiredo Corrêa, 1632 - Chácara Primavera/Campinas - SP)

Terça a sábado das 10h às 18h | Domingo até às 16h

Entrada: gratuita

 

A alegria, cores e os encantos do Carnaval pernambucano estão impressos nas obras de quase 40 artistas pernambucanos na exposição "Interferências do Carnaval II". São trabalhos que traduzem em várias técnicas e leituras, diferentes expressões sobre uma das principais festas do calendário brasileiro. A mostra é composta por obras do acervo permanente da Rodrigues Galeria de Artes e permanece em cartaz até 31 de março.

As obras são assinadas por nomes importantes do cenário como Abelardo da Hora, Badida, Cavani Rosas, Luciano Pinheiro e Marianne Peretti. Também participam Aylton Thomaz, Augusto Rodrigues e José Carlos Viana, entre outros.

Serviço:

Exposição "Interferências do Carnaval II"
Até 31 de março
Rodrigues Galeria de Artes (Rua Othon Paraíso, nº 430, Torreão)
Informações: (81) 3241-3358 ou 8690-7602

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