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O aumento da inflação tem levado os brasileiros de menor renda a ter de fazer escolhas não apenas ao comprar alimentos, mas também na hora de usar produtos básicos de higiene pessoal, como sabonete e xampu. No segundo trimestre deste ano, aumentou em 9% o número de banhos sem uso de sabonete entre os que tomam o segundo banho diário, comparado ao mesmo trimestre de 2018.

Os dados foram revelados por um estudo nacional sobre hábitos de higiene e consumo feito pela consultoria Kantar e obtido com exclusividade pelo ’Estadão’. Por meio de um aplicativo, a consultoria monitora diariamente o comportamento de 4 mil pessoas. Os hábitos de higiene desse grupo representam um universo de 115 milhões de brasileiros, pouco mais da metade da população do País. Hoje, quase 70% da população toma dois banhos diariamente.

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"Não é que os brasileiros estejam abandonando o sabonete, mas um em cada cinco banhos é apenas com água, e essas ocasiões são feitas por cerca de 31% da população", afirma Jenifer F. Novaes, executiva sênior da consultoria e responsável pela pesquisa.

O acompanhamento desse quesito, iniciado no segundo trimestre de 2018, mostra que, desde 2019, as ocasiões de banho sem sabonete têm crescido. O pico foi atingido no segundo trimestre de 2021, com um avanço de 28% ante o mesmo período de 2018. "A situação vinha se complicando antes da pandemia, piorou no auge da pandemia e agora perdeu fôlego. Mas ainda se mantém em um patamar elevado em relação a 2018?, ressalta Jenifer.

Desde o último trimestre do ano passado até o segundo trimestre deste ano, a trajetória da quantidade de banhos sem o uso de sabonete é ascendente e aumentou 3,9%, aponta pesquisa.

O crescimento de banhos só com água ocorreu apenas entre os brasileiros das classes D e E, segmento no qual a renda média individual é de R$ 791,63, equivalente a 65% do salário mínimo. A região Sudeste foi a principal alavanca desse crescimento, onde estão 54% dos indivíduos com essa rotina. Destes, mais da metade (53%) é mulher, a maioria mães que trabalham em tempo integral e são responsáveis pelo sustento da casa.

"O aumento da inflação e o agravamento do cenário econômico levaram o consumidor a ter de fazer escolhas, seja cortando produtos, seja racionalizando o uso para que durem mais", afirma Rafael Couto, diretor de soluções avançadas da consultoria.

Esse é o caso de Ulisses dos Santos, de 38 anos, educador infantil. "Os produtos de higiene pessoal subiram demais, principalmente o aparelho de barbear, o desodorante e o sabonete. Nem me fale", observa.

Santos não chegou a cortar o sabonete, mas está racionalizando o uso nos dois banhos diários. A forma encontrada para gastar menos o produto foi mudar o jeito de tomar banho. Hoje, primeiro ele se molha, depois fecha a torneira do chuveiro, ensaboa o corpo. Só depois dessas etapas ele volta para debaixo do chuveiro. "Desse jeito economizo muito: 50% no sabonete e também gasto menos água e energia", conta.

Os preços do trio - sabonete, água e energia elétrica - também pressionam o orçamento da maquiadora Nayalla Mendes de Carvalho, de 35 anos. Mas ela tem mantido a rotina de dois banhos diários e ambos com sabonete. Nayalla frisa que o banho mais rápido hoje é por conta do gasto com a eletricidade e a água. Apesar de ter constatado a alta do preço do sabonete, diz que "está pagando o que tem de pagar". "Estou economizando é no xampu", conta a maquiadora.

Nos últimos meses, Nayalla observou uma alta de 24% no preço do xampu que costuma usar. Neste caso, acha arriscado trocar de marca. Por isso, a saída para economizar foi reduzir a frequência de uso do produto. "Lavava o cabelo quatro vezes na semana e agora são duas. O resto a gente disfarça e usa cabelo preso."

Bernardo Remus, de 29 anos, diretor de arte, é outro que optou por reduzir a frequência de uso e a quantidade utilizada a cada vez do creme para pentear o cabelo. Nos últimos meses, o creme para cabelo cacheado subiu 33%. "Agora o preço do frasco está chegando a R$ 40?, observa.

Para driblar a alta de preços, Remus, Nayalla e muitos consumidores têm optado pela compra de embalagens econômicas de produtos para cabelo. Esse movimento fica nítido nos resultados do estudo. No segundo trimestre deste ano, o consumo de produtos para cabelo em embalagens de 400 mililitros (ml) a 599 ml cresceu 6,8% em unidades ante o primeiro trimestre de 2022.

Frascos com mais de 600 ml registraram um acréscimo de 4,1%, na mesma base de comparação. Juntas, essas embalagens maiores responderam por 31% do mercado, com avanço de 2 pontos porcentuais entre os dois períodos. Em contrapartida, o consumo de embalagens com até 399 ml ficou estável no segundo trimestre deste ano ante o primeiro.

Apesar de a comida estar no foco das pressões inflacionárias, os preços dos produtos de higiene pessoal registram altas equivalentes aos dos alimentos. Em 12 meses até agosto, o preço do sabonete subiu 27,97%, enquanto alta do óleo de soja foi de 27,52%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, a prévia da inflação oficial do País.

Neste ano, até agosto, o reajuste do sabonete (20,95%) superou o do óleo de soja (19,76%), de acordo com o IPCA-15. No mesmo período, a inflação dos produtos de higiene pessoal (11,85%) e da alimentação no domicílio (12,79%) foram praticamente equivalentes e mais que o dobro do IPCA-15 geral (5,02%).

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) diz, por meio de nota, que encerrou o ano passado com inflação setorial de 3,1%, 7 pontos porcentuais abaixo do IPCA. De acordo com a nota, "nesse período (2021), não havia espaço para repassar preço, pois o consumidor seguia com sua despesa mensal crescente e comprometida. A atual situação (2022) é diferente, há um certo ‘respiro da renda’ com a deflação em alguns itens".

Em 12 meses até julho, a entidade ressalta que o IPCA acumulou alta de 10,1%, enquanto a inflação dos cuidados pessoais foi de 8,5%. "Esse resultado da inflação do setor nos últimos 12 meses foi fortemente impactado pela inflação de sabonetes (27,2%); produtos para pele (16,9%), produtos para cabelo (12,4%) e produtos para higiene bucal (11,8%). No ano passado, os fabricantes fizeram muito esforço para não repassar aumento de preços. Tal movimento tem um limite, e 2022 vem sendo o ano de, aos poucos, operacionalizar a recomposição de margens em prol da sustentabilidade financeira dos negócios", diz a nota

Segundo a entidade, as razões para os aumentos desses produtos estão relacionadas à alta de preços de insumos, principalmente os importados, que passaram por momentos de escassez no mercado. Como exemplo, a Abihpec cita o sebo animal, que teve redução de oferta para produção de itens de higiene e beleza por causa do maior interesse em abastecer o mercado de biodiesel.

Uma estação itinerante de higienização pessoal atenderá a população usuária de droga e em situação de rua do Recife. O trailer, que oferta banho e lavagem de mão, começa a operar nesta segunda-feira (20). A praça de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, é o primeiro local a receber o equipamento.

A estação conta com chuveiros e pias em trailer anexado à unidade móvel do Programa Acolhe Vida Recife, um serviço itinerante de abordagem social para usuários de álcool e outras drogas. "O incremento da unidade móvel do Programa Acolhe Vida Recife permitirá, além da oferta de banho, que nossas equipes deem continuidade ao acompanhamento junto aos usuários de álcool e outras drogas que têm a rua como local de moradia e que também já são acompanhados por outros serviços da rede socioassistencial da Prefeitura do Recife", diz a secretária executiva de Políticas sobre Drogas do Recife (Sepod).

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O serviço deve seguir enquanto o período de emergência causado pela Covid-19 estiver vigente. A estação funcionará das 8h30 às 16h em locais como Praça do Derby, Mercado de Afogados, Mercado da Encruzilhada, Praça do Jordão, Viaduto da Avenida Caxangá e Viaduto da Avenida Agamenon Magalhães. Durante a ação, serão entregues kits de higiene e máscaras de proteção.

Inaugurada em 2019, a unidade móvel do Acolhe Vida consiste em um micro-ônibus que leva o atendimento de prevenção, cuidado e inserção para pontos com maior demanda de usuários de álcool e outras drogas. O Programa Acolhe Vida Recife propõe atendimento baseado nos vínculos do usuário, da família e da comunidade e visa promover o cuidado especializado por meio da escuta qualificada e acompanhamento individual, assim como a realização de encaminhamentos para as redes de serviços.

Alunos do segundo ano A da Escola Santos Cosme e Damião, localizada no município de Igarassu, Região Metropolitana do Recife, gravaram uma paródia em ritmo de brega com a música “My Baby”, da banda Furacão Love. A versão pede doações de produtos de higiene pessoal para lares de idosos do município, por meio de uma inciativa que faz parte do “Projeto Natal Solidário, Idosos em Foco”, realizado pela instituição de ensino. Confira o vídeo:

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A aluna Cíntia Epifânio, de 18 anos, que participou do vídeo, afirma que a ideia da paródia foi uma inciativa de um grupo de amigos da sala, com o intuito de arrecadar o maior número de doações possíveis. “Meus amigos tiveram a ideia de fazer o vídeo. Passaram 20 minutos criando a paródia e apresentaram para turma, a gente ensaiou e no outro dia gravamos. No mesmo dia de noite, a nossa paródia foi divulgada por algumas páginas nas redes sociais e depois disso a gente conseguiu bastante doações. Até pessoas que não moram em Igarassu se disponibilizaram para ajudar depois que assistiram o vídeo”, disse a estudante.

De acordo com a coordenadora pedagógica da escola, Edna Alves, “o projeto é uma espécie de gincana entre os alunos para arrecadar itens de higiene pessoal para os lares”. Edna relata que a iniciativa tem por intuito trabalhar questões que vão além do currículo educacional, como solidariedade e respeito ao próximo.

O lar “Jesus de Nazaré”, localizado no distrito de Cruz de Rebouças, e o lar “Portal da Luz”, que fica no Loteamento Bonfim, também em Cruz de Rebouças, serão os comtemplados com os mantimentos. As doações podem ser feitas até o dia 5 de dezembro na Escola Santos Cosme e Damião ou diretamente nos lares de idosos. A unidade de ensino fica na Rua Joaquim Nabuco, 222, área central da Igarassu.

Na noite desta terça-feira (20), um caminhão que carregava produtos de higiene pessoal avaliados em R$ 400 mil foi recuperado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no município de Garanhuns, Agreste pernambucano. De acordo com informações da polícia, o motorista do veículo foi detido enquanto transportava a carga pela rodovia. 

A apreensão foi realizada na altura da BR 423, após a PRF receber informações de que o roubo que teria acontecido em Paulo Afonso, na Bahia, e que a carga estaria acoplada a outro caminhão.  O veículo foi localizado próximo à Central de Abastecimento de Garanhuns (CEAGA), quando os policiais avistaram o caminhão suspeito e conseguiram abordá-lo no quilômetro 96 da rodovia.

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Ainda de acordo com informações da PRF, o motorista do veículo, de 38 anos, não ofereceu resistência e informou que havia sido obrigado a dirigir para os assaltantes, após ser abordado na Bahia. Ele foi encaminhado junto com o caminhão para a Delegacia de Polícia Civil de Garanhuns, que irá investigar o caso.

O setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos cresceu 18,9% no País em 2011, com faturamento de R$ 43 bilhões, na comparação com 2010, segundo estudo do instituto Euromonitor divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). O Brasil se manteve como o terceiro maior mercado do setor, atrás dos Estados Unidos (1º) e do Japão (2º), e à frente da China. A participação global do Brasil no segmento é de 10,1%.

O presidente da Abihpec, João Carlos Basilio, ressaltou que o setor vem crescendo nos últimos dez anos a taxas maiores do que a indústria brasileira em geral. "Crescemos quatro vezes mais do que a indústria", disse Basilio, durante a apresentação do estudo.

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A pesquisa prevê ainda que, até 2015, o setor registre um crescimento médio de 6,6% ao ano. "Esse estudo nos dá sinais claros de que vamos continuar crescendo; vamos dobrar o mercado nos próximos cinco anos", avaliou o dirigente. Outro destaque do estudo é que 70% do crescimento do faturamento do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos deverão vir da América Latina e da China até 2016.

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