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Ineficaz no tratamento da covid-19 e contraindicada por autoridades sanitárias, a ivermectina foi tomada por 79,5% dos brasileiros que tiveram sintomas da doença. A informação faz parte de um levantamento conduzido pelo Instituto Global de Saúde de Barcelona (ISGlobal), que analisou dados de 23 países, entre eles o Brasil, que representam mais de 60% da população mundial. O trabalho foi publicado na revista científica Nature.

Globalmente, 27% das pessoas disseram ter tomado ivermectina ao primeiro sintoma da doença. As principais agências sanitárias de todo o mundo não recomendam o uso do remédio no tratamento da covid-19. Diversos estudos científicos já comprovaram que o medicamento, indicado em caso de infecções parasitárias, é ineficaz contra a doença.

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"Maiores esforços são necessários para desencorajar o uso de ivermectina e outros remédios sem eficácia comprovada e potencial efeitos tóxicos", escreveu o chefe do Grupo de Pesquisa em Sistemas de Saúde da ISGlobal, Jeffrey V. Lazarus, principal autor do levantamento.

O trabalho revelou ainda que 40% das pessoas entrevistadas disseram que estão prestando menos atenção às novas informações sobre a pandemia. Ao todo, foram ouvidas 23 mil pessoas (mil em cada país), entre 29 de junho e 10 de julho de 2022; todos com mais de 18 anos de idade.

O trabalho foi feito na África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, Cingapura, China, Coreia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Gana, Índia, Itália, Quênia, México, Nigéria, Peru, Polônia, Rússia, Suécia, Turquia e Reino Unido.

A CPI ouve na próxima quarta-feira (11) o diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista. Ele deve falar sobre as vendas do “kit Covid”, um conjunto de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus. O depoimento está marcado para as 9h30.

A Vitamedic foi alvo de um requerimento de informações aprovado em junho pela comissão. De acordo com relatórios enviados à CPI, apenas as vendas da ivermectina saltaram de 24,6 milhões de comprimidos em 2019 para 297,5 milhões em 2020 — um crescimento superior a 1.105%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90 — um incremento de 226%.

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O requerimento original previa a presença de outro representante da Vitamedic, o empresário José Alves Filho. A convocação dele foi sugerida pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL). José Alves Filho já teve os sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI.

Em ofício enviado à comissão, o empresário argumenta que, como acionista da Vitamedic, poderia responder apenas sobre “investimentos fabris e novas aquisições”. Ele sugere que a CPI tome o depoimento de Jailton Batista, a quem caberia “a administração das rotinas diárias” da empresa.

*Da Agência Senado

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