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Quatro anos após conquistar seu primeiro título mundial, Gabriel Medina poderá sacramentar o bicampeonato na etapa de Portugal do Circuito Mundial de Surfe, que terá início nesta terça-feira (16), nas ondas da cidade de Peniche. Para tanto, o brasileiro precisará desbancar o compatriota Filipe Toledo e o australiano Julian Wilson, seus principais rivais nas últimas etapas.

O campeão mundial de 2014 poderá assegurar a nova conquista por antecipação graças à boa reação na temporada nas etapas mais recentes. O crescimento culminou na boa campanha na França, onde foi até a semifinal, na sexta-feira passada. Foi o suficiente para superar Filipinho no ranking da temporada, ainda que por breve margem.

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Agora Medina exibe 51.770 pontos, contra 51.450 do compatriota. Wilson, o vencedor da etapa francesa, corre por fora, com 47.125. Em Portugal, somente o líder do campeonato tem chances de sair com o troféu da temporada.

Mas ele tenta evitar a pressão. "Meu objetivo é manter a liderança do ranking. Mas estou tentando encarar com leveza esta etapa. Sei o que tenho que fazer. Estou focado somente em mim. Já estive nesta situação antes. Espero que dê tudo certo", diz Medina. "É ótimo voltar a Portugal. As ondas são muito poderosas aqui."

Apesar do foco em si mesmo, o brasileiro sabe que será quase impossível não acompanhar as ondas dos rivais, porque somente uma combinação de resultados lhe dará o título já nas praias portuguesas. Para levar o troféu com antecedência, Medina terá que ser campeão da etapa e ainda torcer por tropeços de Filipinho e Wilson.

O título será sacramentado se Medina vencer, Filipinho não passar do 10º lugar e o australiano ficar, no máximo, na quarta colocação. Se um dos concorrentes obter uma posição acima destas, a disputa do troféu será adiada para Pipeline, no Hawaí, na etapa final da temporada. Caso Medina não alcance o título da etapa, a definição também ficará para dezembro.

Enquanto Medina sonha com o bicampeonato, Filipinho tenta recuperar o terreno perdido. Ele foi o surfista que vestiu a camiseta amarela, concedida ao líder do campeonato, por mais tempo nesta temporada. Mas deixou a primeira colocação escapar, de forma inesperada, nas águas francesas.

O então líder foi eliminado logo na terceira fase por um rival um tanto desconhecido. O australiano Ryan Callinan era convidado da organização e disputa neste ano a categoria de acesso à elite mundial do surfe - o surpreendente surfista da Austrália chegou à final e só parou diante de Julian Wilson, na final.

"Neste ponto da minha carreira, eu aprendo com as minhas derrotas. Antes eu sentia muito a decepção e ficava paralisado. Neste ano, passei a admitir que muitas vezes não há o que fazer", afirma Filipinho, sem se abalar com a derrota precoce. "Vou fazer o meu melhor e ver o que acontece."

Em Peniche, o brasileiro espera retomar a ponta apostando na manobra que o tornou um dos principais destaques do campeonato: o tubo. "Os supertubos daqui são um sonho", projeta o vice-líder do campeonato.

O brasileiro Gabriel Medina não resistiu ao australiano Julian Wilson e caiu nas semifinais da etapa da França do Circuito Mundial de Surfe. Nesta sexta-feira, Wilson conseguiu a única nota 10 do evento até o momento e garantiu a classificação à decisão, mas não impediu que Medina assumisse a liderança da temporada.

Com o resultado, Medina chegou aos 51.770 pontos, superando o também brasileiro Filipe Toledo, o "Filipinho", agora vice-líder com 51.450. Desta forma, Medina vai na liderança para a etapa de Portugal, a partir da próxima terça-feira, penúltima etapa da temporada e onde venceu no ano passado.

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Nas águas de Soorts-Hossegor, Medina começou o dia avançando às quartas de final. Na disputa da quarta fase, o brasileiro ficou na segunda colocação de sua bateria, ao cravar 13,90 contra 13,96 do australiano Mikey Wright, resultado suficiente para garantir sua classificação. Na mesma disputa, o também brasileiro Michael Rodrigues foi eliminado, ao terminar com apenas 6,70 pontos.

Outro brasileiro a garantir vaga nas quartas foi Adriano de Souza, o "Mineirinho". Ele também terminou na segunda colocação de sua bateria, com 16,50, atrás do australiano Ryan Callinan, que teve um desempenho quase perfeito e anotou 18,53. Willian Cardoso obteve 12,44 e também foi eliminado.

Nas quartas, Medina obteve notas 6,67 e 5,77, somando 12,44 contra os 10,73 do havaiano Sebastian Zietz, garantindo-se nas semifinais. Por outro lado, Mineirinho não foi páreo para o norte-americano Conner Coffin, perdendo com ampla distância, por 13,50 a 7,83.

Foi então que Medina encarou Wilson. O brasileiro começou melhor e encaixou a primeira boa onda da bateria, conseguindo a nota 7,67 logo em sua segunda tentativa. Ele liderou boa parte da disputa, até que o australiano encaixasse um aéreo em uma bela onda, que lhe garantiu a nota 10.

Medina ainda foi para cima, tentou e, a dois minutos para o fim, teve uma onda com dois aéreos, mas sem a mesma plasticidade da onda obtida pelo australiano. O resultado foi uma nota 7,77, insuficiente para virar o placar. Melhor para Wilson, que seguiu para a decisão.

O 10 dado a Wilson e o 7,77 para Medina geraram alguma polêmica, mas o brasileiro minimizou. "Foi uma boa bateria, estou feliz com meu surfe, foi divertido. É o que é. Só quero só ver o 10 dele. Estou feliz com meu desempenho, ainda tem dois eventos pela frente. Foi um bom resultado. Estou ansioso para Portugal, é muito divertido lá", disse na saída do mar.

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