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O jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista, nesta edição do Nota PE, o escritor e também jornalista Marcelo Mário de Melo. A última obra lançada pelo autor foi o livro “Os colares e as contas – poemas políticos. “A política faz parte da minha vida desde a infância. Afinal, papai havia fugido da revolução de 30 e se instalado em Caruaru. Foi lá que comecei a me interessar pela leitura, principalmente com os contadores de histórias”, explica Melo.

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Durante a conversa, marcada por um clima de descontração e humor, Marcelo diz que, na sua visão, não existe muito espaço para a poesia política no Brasil hoje. “Drummond, Oswald de Andrade e João Cabral de Melo Neto chegaram a fazer poemas políticos. Acontece que os críticos literários decretaram a falência dessa forma de se fazer poesia, mas eu nunca me rendo”, afirma o jornalista.

O programa Nota PE é uma parceria entre o portal LeiaJa.com e o Blog Nota PE.

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Nesta edição do Nota PE, o jornalista e crítico literário Cristiano Ramos continua a entrevista com o escritor e professor da Universidade Francesa Clermont-Ferrand Saulo Neiva. Durante a conversa, ele explica sobre suas pesquisas e fala sobre seus livros. Um deles, “Avatares da Epopéia”,  analisa o processo de reabilitação da epopéia na poesia brasileira do século XX (de Cassiano Ricardo a Marcus Accioly, passando por Jorge de Lima, Gerardo Mello Mourão, Carlos Nejar e Haroldo de Campos).

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Considerada por muitos outros autores como uma forma poética antiquada ou em ponto de ser ultrapassada (opinião partilhada por personalidades importantes como Hegel, Edgar Allan Poe e Victor Hugo), a epopéia parece estar condenada a ser uma forma anacrônica, incompatível com a estética moderna, de acordo com Neiva.

"Avatares da Epopéia” constitui o terceiro volume de uma trilogia, também formada por duas obras coletivas, organizadas pelo autor, sobre a problemática do declínio e o reinvestimento da epopéia: “Déclin & confins de l'épopée au XIX e siècle” e “Désirs & débris d'épopée au XX e siècle”. O programa Nota PE é uma parceria entre o Blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

Nas quartas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz mais intenções do que impressões. Espaço para dicas de leituras e eventos. Nesta semana,pedidas são:

As edições de bolso da Cosac Naify. Conhecida por seu catálogo de livros com design caprichado, verdadeiros fetiches para os amantes dos livros, a editora agora investe no formato pocket. Ideia é publicar títulos que aliem beleza, praticidade e preços mais acessíveis. Os primeiros da coleção Portátil são O africano, de J. M. G. le Clézio,

Como funciona a ficção, de James Wood, e Lero lero, de Cacaso. Projeto que vale conferir.

Edição comemorativa dos Contos Gauchescos, de Simões Lopes Neto, que tem Luís Augusto Fischer como responsável pela introdução e notas explicativas. Esse clássico da literatura brasileira, ainda pouco lido fora dos pampas, está completando 100 anos. A publicação é da editora L&PM, e custa R$ 45,00.

“A melhor maneira de aproximar os jovens da literatura não é, portanto, submetê-los a compêndios, a apostilas e a cânones. Mas levá-los, desde os primeiros momentos, a se defrontar com os próprios livros. Não existe outro caminho para a experiência da leitura senão a própria leitura. A literatura é a própria salvação da literatura”. Esta é a opinião do escritor e crítico José Castello, em texto da edição de junho do jornal Rascunho – uma das mais importantes publicações literárias do Brasil. Quem não conhece o projeto, pode visitar o site www.rascunho.com.br.

O pensamento e a obra de Benedito Nunes são os temas de Hermenêutica e crítica, estudo de Jucimara Tarricone, doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP. Ainda não li, mas é de meu completo interesse tudo que diz respeito ao filósofo e crítico paraense, que faleceu ano passado, em 27 de fevereiro – mesmo dia em que perdemos também o escritor Moacir Scliar.

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O jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista, nesta quinta-feira (21), Saulo Neiva, escritor e professor de Letras da Universidade Francesa Clermont-Ferrand. Nesta primeira parte da conversa, Saulo deixa claro que universidade não é lugar para todos. “O jovem tem que ter vocação para entrar numa universidade, tem que ser o desejo dele. É preciso lembrar que existem excelentes cursos técnicos que podem atrair a atenção profissional desta pessoa. Até mesmo na prática é possível se tornar um bom profissional. A graduação por si só não garante emprego para ninguém”, arremata o professor.

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Neiva cursou o ensino médio no Recife e foi para a França quando ainda estava na universidade. “Aprendi que lá se valoriza muito o ensino técnico. A academia e as grandes escolas escolhem os melhores alunos após o ensino médio. Aqueles que possuem as melhores notas passam por uma formação rigorosa de dois anos. Se passarem no teste final, se tornam funcionários públicos e precisam trabalhar para o estado por no mínimo dez anos”, explica Saulo.

O professor conclui a primeira parte da entrevista dando uma boa notícia aos estudantes que queiram fazer um intercâmbio na Universidade Francesa. “No curso de Letras existe um projeto que dura de seis meses a um ano, onde o aluno aprende a lidar, por exemplo, com programas de rádio e TV, onde lhe é ensinado todo o processo de produção, edição e apresentação”, comenta. De acordo com Neiva, esse intercâmbio não depende de universidade. Cabe o aluno entrar em contato com a Clermont através do site www.univ-bpclermont.fr e se inscrever.

Na próxima semana você confere a segunda parte da entrevista com Saulo Neiva aqui, no portal LeiaJa.com.

Nas quartas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz mais intenções do que impressões. Espaço para dicas de leituras e eventos. Nesta semana, negócio é

Conferir novo livro de Jorge José, que tem feito trabalho inestimável, publicando obras sobre a história da mídia local. Depois de escrever sobre a televisão (em dois volumes) e o rádio, o pesquisador lançou ontem Jornais e jornalistas – imprensa pernambucana. Além de testemunha rara de vários momentos da comunicação no Estado, Jorge José B. de Santana realizou centenas de entrevistas em vídeo, ou seja, há também um acervo riquíssimo criado a partir desses projetos editoriais.

Hoje é a vez de Marcelo Mário de Melo, que lançará Os colares e as contas – poemas políticos. Evento acontece às 19h00, no Museu do Estado de Pernambuco, que fica na Av. Rui Barbosa, 960, bairro das Graças. Para o prefaciador, também poeta Everardo Norões, “a poesia de Marcelo transita entre o iconoclasta e o satírico e faz o difícil cruzamento entre ética e política”.

Programa NotaPE grava entrevista também com Marcelo Mário de Melo logo mais, no estúdio da UniNassau. Além dele, estará nos estúdios o professor e poeta Ângelo Monteiro. Mas, amanhã, programa que será veiculado pelo portal LeiaJá é com o professor e pesquisador Saulo Neiva, radicado na França, estudioso das epopeias e da literatura contemporânea.

Não canso se sugerir Carpeaux. E, como na vez derradeira falei sobre o relançamento da História da Literatura Ocidental, termino a coluna de hoje recomendando... Ou melhor, ordenando, quase obrigando a tapas, a leitura dos Ensaios Reunidos, que saíram em dois volumes pela Topbooks. Cada texto de Otto Maria Carpeaux é um convite incomparável, que vale cada Real investido.

Sempre que autor me presenteia com livro que foi “escrito e publicado sem pretensão” vontade é de perguntar: “Não lhe parece muito pretensioso querer que leiam obra que foi realizada sem objetivos”? Mas abro sorriso e agradeço, pois carrego aquela suspeita de que não existe escritor mais ambicioso do que o super humilde.

Por trás de quase todo São-Francisco-das-Letras existe cidadão que gasta boa parte da noite sonhando em vencer Jabuti e ser entrevistado na televisão. O desdém com a reputação é, na verdade, sintoma terminal de pretensões olímpicas. Sujeito que afirma não desejar protagonismo é aquele que se morde quando é chamado para evento como mediador, ao invés de atração principal. É também o mesmo que semanalmente digita o próprio nome no Google para conferir quantas ocorrências aparecem.

Super humilde é gente trabalhadora e teimosa, que gasta as poucas horas vagas escrevendo. Que envia seus trabalhos para os mais variados concursos, tenta ser aceito por editoras, e, se necessário, não hesita em torrar suas economias bancando publicação de suas obras “sem pretensão”.

O cabotino e o despretensioso são sujeitos exagerados e aparentados, eles tomam caminhos opostos de olho nas mesmas botijas. E, convenhamos, são divertidos, além de necessários. Nenhuma cena literária pode se projetar seriamente se não tiver pelo menos uma penca de metidos e dois cachos de super humildes.

O cabotino às vezes é tão excessivo que termina sofrendo acidente vascular. Ele teima e teima, até que o não reconhecimento lhe dá nos nervos e estraga algum órgão vital. Já o super humilde é comedido até nisso, ele geralmente adoece de coisas pequenas, arranja caspa ou brotoejas, unhas encravadas ou gastrite. Um explode, o outro vai definhando.

Diferente do arrogante, que reage violentamente à indiferença, o despretensioso não grita, não protesta, sequer reclama pelas beiradas. Ele guarda a raiva. Seu extravasamento é pela via da paranormalidade. Se topar com um super humilde no banco, e os caixas eletrônicos desligarem, não duvide, foi ele – a não ser que você seja do convívio com meu azarado amigo jornalista Diogo Monteiro, que faz cair qualquer sistema eletrônico ou toldo de festa em dia de chuva.

Lembro de um humilde que adorava propor pautas ao programa Opinião Pernambuco, da TV Universitária. Ele ficava de olho em datas e outros ganchos, aí sugeria tema e lista de convidados. Três, ele recomendava com empolgados elogios. O derradeiro, no entanto, era ele mesmo, que se justificava mais ou menos assim:

– Poderia ser eu, porque estudei bastante esse assunto. Seria, contudo, apenas para compor, porque os demais é que são inestimáveis!

E terminava que, como ele tinha realmente boas propostas, a produção acatava as ideias. Preferindo, contudo, fechar a mesa com entrevistado que pudesse mais do que somente compor.

Note que outro traço do despretensioso é a pretensão de ser conhecedor de muitos temas. Tanto assim que nosso super humilde, esse colaborador do Opinião Pernambuco, foi tentando participar de conversas cada vez mais distantes da literatura. Numa dessas, programa sobre relacionamentos na internet, ele conseguiu finalmente ser chamado. Mas a vontade de falar também sobre arte, filosofia, política, economia e astronomia foi tão grande que ele travou, ficou com pescoço engessado nos 40 graus, os dentes batendo alto.

Pouco antes de se encantar, o saudoso Rubem Rocha Filho pediu para ver originais de meu livro de contos. E, naturalmente, comecei a negociação dizendo que eram narrativas sem pretensão alguma. Ao que ele respondeu: “Meu querido, não faça isso, essas ressalvas são das coisas mais cretinas que um escritor pode cometer. Pior que isso, só aquele nosso conhecido, que está pensando em criar instituto com o próprio nome, ‘em benefício de todos os escritores pernambucanos’”.

Nunca cheguei a perguntar quem era esse conhecido meu e de Rubem. Com o despretensioso do Opinião, entretanto, eu cruzei recentemente, numa livraria. Ele se fazendo passar por seu leitor, perguntando ao funcionário da loja se tinha um romance que lhe fora muito indicado por José Castello e Jomard Muniz de Brito! Essa fantasiosa conjunção de recomendações me pareceu tão sensacional que, confesso, quase comprei o danado.

No mundo, existe exatamente o mesmo número de cabotinos e despretensiosos. Desse rigoroso equilíbrio, depende a sobrevivência do planeta. Toda vez que algum autor metido morre, um super humilde entrega seu livro de estreia aqui na guarita do predio. Cada dia em que vejo notícias na mídia, que deixam entender que a literatura ainda vive, dou graças aos cabotinos e despretensiosos, porque são açúcar e sal dessa terra das letras. Sem eles, os demais alimentos findariam sem graça, seriam como biscoitos que só têm recheio.

Mas vamos terminar esta coluna, que já está bem longa, e o caro leitor não tem tempo ou paciência para ler mais que três dezenas de linhas desses meus textos modestos, publicados assim, assim, sem maiores ambições. Sem falar que a dermatite está incomodando, minha orelha está queimando mais do que fogueira de São João.

Até mais (caso deseje voltar a essa humilde casa). Abraço grande!

Nas quartas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz mais intenções do que impressões. Espaço para dicas de leituras e eventos. Nesta semana, as pedidas são:

Conferir a III Mostra SESC de Literatura Contemporânea, que reúne nomes de vários lugares do país, como Ignácio de Loyola Brandão, José Castello, Marcelo Rubens Paiva, Adriana Falcão, Bráulio Tavares e Marcelino Freire. Os encontros acontecem de amanhã até sábado, no SESC Santa Rita, a partir das 19h30. No domingo, encerramento é na Livraria Cultura, a partir das 17h00. Entradas são gratuitas, então negócio é chegar cedo para garantir lugar.

José Castello está ministrando oficina durante esse evento realizado pelo SESC, oportunidade em que fala sobre os bastidores do seu recente Ribamar – o que me leva a outra intenção: ler esse livro que, apesar de pisar em terreno bem conhecido, o do diálogo entre diversos gêneros literários, tem assinatura de um dos mais talentosos escritores e críticos brasileiros contemporâneos.

Falando em livros, a Confraria do Vento lançou títulos de dois nomes bem conhecidos no meio pernambucano: Memória Líquida, décimo livro de Majela Colares, e Da arte de untar besouros, primeira publicação de poesias da professora e pesquisadora Renata Pimentel – dois grãos raros, entre tanto joio que o mercado editorial tem despejado nas prateleiras.

Gravações do NotaPE esta semana são com professor e pesquisador Saulo Neiva, que tem estudado e ratificado a presença da epopeia na literatura contemporânea, e com o professor, editor e poeta Fábio Andrade. Mas, amanhã, programa que o portal LeiaJá veicula é com Karla Melo, da Confraria do Vento. Ela fala sobre lançamentos e mercado editorial.

Amigo Sidney Rocha repete o conselho: Dê menos atenção aos geniosos, escreva sobre os geniais! Não ouso discordar. Mas que os geniosos têm um charme especial, isso têm. É um charme que cansa, vale só por um dia ou dois, nem por isso deixa de merecer registro. De cabotinos, por exemplo, todos guardam alguma história.

Publicaram-me em livro uma crônica sobre rapaz que encontrei no banco, junto ao caixa, que jurava de pés juntinhos ter escrito uma obra-prima. Mas nada demais, nem chegou perto do Cabotino da Jaqueira. Este, o do bairro da Jaqueira e adjacências, parecia adivinhar a hora de minhas caminhadas (prefiro crer que era somente isso, adivinhação). Ele emparelhava comigo e, sempre, sem maiores ou menores constrangimentos, soltava o aviso: “Você ainda vai ouvir falar muito de mim”!  

Primeira vez, tive medo. Aquele vaticínio podia servir para qualquer coisa, principalmente as que puxam cadeia. Aquele senhor, no entanto, que fazia jogging com sapatos mocassins e meias sociais, fazia parte da família dos cabotinos. Na espécie escritores, esse ramo é vasto, variado e vigilante, não deixa escapar oportunidade de divulgar suas excelsas qualidades narrativas ou poéticas.

O Cabotino da Jaqueira era chato, muito, quase insuperável. Mas tinha seus momentos. Um deles era quando repetia que, quando vencer o Jabuti, não irá receber, mandará um índio pankararu, pois assim serão duas tapas no sistema:

– Como romancista dos marginalizados, lembrarei que no país de Lula nem tudo é peixe gordo, que tem gente ainda desprovida de seus direitos históricos. Como escritor independente, realizarei meu protesto contra o mercado editorial e seus prêmios de encomenda.

Esse Marlon Brando das letras faz tempo que não aparece em minhas caminhadas. De repente, desistiu de me cooptar para seu fã clube, e agora faço parte do sistema que não lhe dá o justo reconhecimento.

Nas redes sociais, existem dezenas de cabotinos. Alguns são bem conhecidos. De três em três dias (ou duas em duas horas), publicam imagens das capas de seus livros, legendadas com inesgotável acervo de elogios aos seus próprios e indiscutíveis dotes literários.

Um deles, que publicou romance histórico, é do tipo Moisés, não cansa de propalar que escreveu um “divisor de águas, que devolverá Pernambuco ao mapa dos grandes autores”. Estão duvidando? Então fiquem de olho nas minhas redes sociais. Ele está por lá, todo ancho, esperando pipocos dos fogos de artifício que celebrarão sua chegada ao Panteão!

Eles seriam até engraçados, cativantes, se fossem apenas pitorescos. Aporrinhação, contudo, é que muitos cobram espaço seriamente, são grosseiros, acusam você de ser uma das carrancas do sistema, sempre tentando afugentar os grandes escritores que surgem. Um deles é cordelista, e suspeito que também sofre de esquizofrenia, pois escuta vozes, rebate críticas que você não fez, defende-se de ofensas que você não disse (ainda que ele merecesse). E deve ter parte com o demo, porque quando você tenta lembrar quem ele é, quando foi desrespeitado, logo vem a resposta: “Nós somos muitos”! Ou esse doido se refere aos cordelistas, que supostamente seriam perseguidos pelos críticos literários e pela mídia, ou Àquele-que-fede-a-enxofre-e-chega-na-desgraça! Seja lá como for, resolvi excluir de minha rede social.

O mais recente cabotino foi sutil, enviou mensagem com a pergunta: “Quando você vai escrever sobre mim na sua coluna”? Perguntou de forma tão delicada, próxima, íntima mesmo (apesar de eu nunca tê-lo visto nesta e nas anteriores vidas), e às vésperas do Dia dos Namorados, que não resisti...

Eis sua coluna, meu querido! E não reclame, porque toda forma de amor vale a pena.

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O programa Nota PE desta semana traz uma entrevista com Clarissa Loureiro. Os pais da escritora, também professores, fizeram de Clarissa uma leitora assídua, tanto que aos 19 anos ensinava e escrevia. Foi neste período que ela começou a se interessar pela obra de João Cabral de Melo Neto. "Fiquei escrava da obra e me envolvi completamente. A poesia dele foi tão forte na minha vida que travei, me exauri completamente", confessa.

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Após um período de reflexões, Clarissa conta que lançou um livro que nada tem a ver com poesias. "Escrevi um livro chamado Mau Hábito, com nove contos. A primeira parte fala da sexualidade feminina e, a segunda, da família.  O que me chamou a atenção é que esse livro aguçou a curiosidade principalmente dos adolescentes. Por conta da sexualidade, eles ficam envolvidos pela linguagem do livro", explica a escritora.

O Programa Nota PE é apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos, numa parceria entre o blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

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O jornalista e crítico literário Cristiano Ramos entrevista, nesta quinta-feira (31), o poeta e editor cearense Majela Colares, autor de dez livros entre poesias e contos. Durante entrevista ao Nota PE, Colares disse que vê a poesia como a última fronteira de resistência ao capitalismo. "Poesia para mim é a única coisa que não pode ser transformada em produto. É o último grito de liberdade", enfatiza.

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Nascido em Limoeiro do Norte (CE), Majela Colares lançou seu primeiro livro em 2007. “As Cores do Tempo” teve sua primeira tiragem esgotada e já está na segunda edição. Colares agora se prepara para dar um salto em sua carreira como escritor. "Autores de outros livros já conhecem minha obra. Agora quero conquistar o público, me tornar conhecido no mundo literário. Creio estar preparado para isso", comenta o autor de “Memória Líquida”, que será lançado pela Confraria do Vento neste sábado (2), no Centro Cultural dos Correios, no Recife.

O programa Nota PE é exibido toda quinta-feira aqui, no portal LeiaJa.com.

O programa Nota PE desta quinta-feira (24) recebe a professora, tradutora e escritora Paula Berinson. Em 2010 ela lançou o livro “Para sempre azuis são os olhos do meu avô” e no dia 2 de junho, a escritora voltará a lançar uma obra, o livro de poesias “Animal Writer”, no Centro Cultural dos Correios.

De acordo com Paula, um bom professor de Português é essencial para quem pretende escrever. “Fui influenciada por um deles no Colégio Israelita do Recife e isso me ajudou muito”, conta. Durante a conversa, Paula Berinson se posiciona de forma incisiva em favor das mulheres escritoras. “A mulher escreve melhor do que o homem, disso eu não tenho dúvidas. O único homem que vi escrever como mulher foi Carlos Drummond de Andrade”, sustenta.

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O Nota PE é apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos e toda quinta-feira você confere um novo programa aqui, no portal LeiaJa.com. A produção é uma parceria entre o portal e o blog
Nota PE.

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A convidada desta quinta-feira (17) do programa Nota PE é a professora, pesquisadora e poeta Renata Pimentel. Depois de publicar estudos sobre o escritor Raduan Nassar, o artista plástico Raul Damonte Botana - Copi - e sobre literatura gay, a autora lança no próximo mês o seu primeiro livro de poesias, “Da arte de untar besouros” - o lançamento será no dia 2 de junho, às 17h, no Centro Cultural dos Correios.

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Na conversa, Renata Pimentel diz que se considera uma poeta de gaveta, já que lançou seu primeiro livro aos quarenta anos, e fala sobre suas obras. "Poesia para mim é ligar imagens com palavras. Escrevo para todos, do analfabeto ao intelectual. Minha obra é marginal e isso é para quem pode, brigo por isso", enfatiza a poeta. O programa Nota PE é apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos, numa parceria do Blog Nota PE com o portal LeiaJa.com. 


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O Nota PE desta quinta-feira (10) continua a entrevista com o jornalista e escritor Cícero Belmar. Nesta segunda parte do programa, ele fala sobre seus livros "Umbilina e Sua Grande Rival", "Rossellini Amou a Pensão de Dona Bombom" e o mais recente, "Aqueles Livros Não me Iludem Mais", um místico de ficção e realidade. "Este é um livro que mostra personagens da cidade do Recife", explica o jornalista. 

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Cícero fala que levou um período em branco entre um livro e outro e que voltou a escrever peças infantis. "Gosto de escrever para crianças, me coloco no lugar de uma delas. Esse é o segredo para sair um texto que a criançada entende" explica o escritor. Na conversa, Belmar também faz uma crítica comum a todos os escritores. "O maior gargalo de quem escreve um livro é a divulgação e a distribuição", comenta. 

Apresentado pelo jornalista e crítico literário Cristiano Ramos, o programa Nota PE é uma parceria entre o blog Nota PE e o portal LeiaJa.com.

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O programa NotaPE desta quinta-feira (3) recebe o jornalista e escritor Cícero Belmar. Natural de Bodocó, no sertão de Pernambuco, Cícero começou cedo, lendo gibi. "A melhor coisa que pode acontecer com uma criança é ler gibi. Acredito que isso estimula a leitura", comenta o escritor. Na entrevista, ele fala sobre sobre suas aventuras ao ler livros escondidos. "Na época, ler Gabriela Cravo e Canela (de Jorge Amado) era proibido. Eu lia com outra capa para disfarçar", relembra. 

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Cícero se tornou jornalista por influência do pai, que lia muito. Veio para o Recife e, nos anos 80, como jornalista recém-formado, se destacou no Jornal do Commercio. "Comecei a fazer matérias especiais, via o sofrimento das pessoas e queria ajudar, intervir de alguma forma", diz Belmar. A partir desses personagens ele começou a escrever seus livros e, após dez anos, deixou o jornalismo para fazer literatura de ficção.

No NotaPE da semana que vem, você acompanha a segunda parte dessa conversa com Cícero Belmar. O programa é apresentado pelo jornalista e poeta Cristiano Ramos, numa parceria do blog NotaPE com o portal LeiaJa.com.

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Na edição desta semana do programa NotaPE, o jornalista Cristiano Ramos continua a entrevista com o poeta, editor e crítico literário Everardo Norões. Um dos destaques da conversa é a vontade do poeta cearense em disponibilizar sua obra litarária na internet, sem custos.

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"Poesia não deveria ter direito autoral e disponibilizá-la na rede não significa que o livro deixe de ser impresso. Livro é sensorial, tem cheiro, você pega. Isso é muito bom", comenta.

Em outra parte da entrevista, Norões deixa claro que um discurso poético não pode ser complicado. "É como uma navalha, não pode ter dois cortes, tem que se tornar simples", diz o crítico literário. O programa NotaPE é uma produção semanal do portal LeiaJa.com, em parceria com o Blog NotaPE.

Como parte da programação do projeto “Cultura: bom para pensar”, da Secretaria de Cultura (Secult-PE), o Teatro Arraial sedia nesta segunda (23) e terça (24) o “I Seminário do Livro, Leitura e Literatura”. O evento tem como principal objetivo discutir temas relativos à cadeia produtiva do livro, espaços disponíveis na mídia para a literatura, financiamento e sustentabilidade, além de promover um debate sobre o conceito de bibliotecas.

Serão três mesas em dois dias de evento. O primeiro debate acontece nesta segunda a partir das 14h, com o tema “Literatura, mídia e (in)visibilidade”, e contará com Rogério Pereira, editor do Jornal Rascunho (PR), Eduardo César Maria, editor do programa de rádio Café Colombo e Schneider Carpeggiani, jornalista e editor do Suplemento Pernambuco. A mediação ficará por conta de Cristiano Ramos, professor de jornalismo e editor do blog NotaPE.

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A terça-feira irá concentrar duas mesas. São elas: “Redes de leitura e sustentabilidade” e “Ressignificação do espaço das bibliotecas”, respectivamente às 9 e às 14h. A primeira visa discutir a sustentabilidade econômica e as ações voltadas para a mediação e formação de leitores. A segunda pretende trabalhar o conceito de ressignificação dos espaços das bibliotecas.

Confira a programação completa do evento:



Segunda-feira, 23/04

Mesa 1: Literatura, mídia e (in)visibilidade - Das 14 às 17h



Nesta mesa, jornalistas e críticos literários discutem os espaços disponíveis hoje na mídia para o livro e a literatura, problematizando a pertinência de uma qualificação ou ampliação dos espaços impressos, digitais, radiofônicos ou televisivos que se dediquem ao universo das letras e fortaleçam o livro enquanto objeto simbólico. Destaca-se nessa mesa também a discussão sobre espaços de legitimação da obra literária na mídia e os desafios dos autores em dar visibilidade para sua obra.

Participantes:



Rogério Pereira (Editor do Jornal Rascunho / PR)



Eduardo Cesar Maia (Editor do Café Colombo / PE)



Schneider Carpeggiani (Editor do Suplemento Pernambuco/ PE) –



Mediação: Cristiano Ramos (Professor de jornalismo e editor do blog NotaPE)

Terça-feira, 24/04

Mesa 2: Redes de leitura e sustentabilidade - Das 9 às 12h



Nesta mesa o foco da discussão são os meios de se criar redes de leitura dotadas de autonomia, numa perspectiva de sustentabilidade econômica. Serão apresentadas linhas de financiamento para ações voltadas à mediação de leitura e à formação de leitores no âmbito governamental e da iniciativa privada, bem como serão discutidas questões referentes à auto-gestão de bibliotecas comunitárias, trabalho colaborativo e propostas de políticas públicas para fortalecer o setor.

Participantes:



Roberto Azoubel (Assessor Técnico do Setor do Livro, Leitura e Literatura, Representação Regional do Ministério da Cultura)



Representante de Instituto Social da Iniciativa Privada



Emanuel Soares (Diretor do FUNCULTURA, Secretaria de Cultura)



Mediação: Gabriel Santana (Coordenador da Releitura – Bibliotecas Comunitárias em Rede)

Mesa 3: Ressignificação do espaço das bibliotecas - Das 14 às 17h



Discutir o papel que têm hoje as bibliotecas na sociedade brasileira e sua inter-relação com a cadeia criativa e o espaço escolar é o objetivo principal desta mesa. O debate apresentará diversos pontos de vista sobre o trabalho de mediação de leitura nas bibliotecas, desde propostas de intervenção nesses espaços, estudos realizados no âmbito acadêmico até relatos de experiências concretas com bibliotecas públicas.

Participantes:



Ester Calland de Sousa Rosa (Prof. Adjunta do Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco)



Ana María Escurra (Coordenadora da ONG Bagulhadores do Mió e do Projeto Escola Leitora)



Shirley Cristina Lacerda Malta (Gerente de Políticas Educacionais da Educação Infantil e Ensino Fundamental,, Secretaria de Educação de Pernambuco)



Mediação: Cida Fernandez (Centro de Cultura Luiz Freire)

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Ele é poeta, editor e crítico literário. Everardo Norões, cearense do Crato, é o entrevistado desta semana do Nota PE. Aos 16 anos teve sua primeira formação cultural humanista e leu de Monteiro Lobato a Augusto dos Anjos. Autor de seis livros poéticos e uma série de publicações, foi exilado político na França, Argélia e em Moçambique.

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Voltou ao Brasil no fim dos anos 1980 e vivenciou a época do Milagre Econômico. Sobre o assunto, Norões afirma na entrevista que se houvesse uma revolução, 99% da nova classe de esquerda estaria em Miami.

Poesia para ele precisa ser sempre retrabalhada, refeita e nunca deve ser igual. "Refaço tudo sempre o que faço", enfatiza. O programa Nota PE é apresentado por Cristiano Ramos e é uma produção do Blog Nota PE, em parceria com o portal LeiaJá.com.

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Nesta segunda parte do programa NotaPE com a poeta Cida Pedrosa, você conhece o projeto Vozes Femininas, recitais de poesias que já levaram ao teatro cerca de 200 pessoas. Para Cida, uma vitória. "Considero números expressivos, já que as pessoas ainda não têm o hábito de sair de casa para ouvir poesia. Portanto, este é um projeto que vem dando certo", enfatiza a escritora.

Cida ainda fala sobre o portal Interpoética, do qual faz parte e que foi acessado, segundo a poeta, por mais de um milhão de pessoas no ano passado. "Em alguns dias tivemos cinquenta mil acessos, principalmente de pessoas do interior de Pernambuco e estudantes que pesquisam nossos autores", conta orgulhosa.

O programa apresentado pelo jornalista Cristiano Ramos é uma produção do Portal LeiaJá em parceria com o Blog NotaPE.

Mais Quartas Intenções – dicas de leitura da coluna Redor da Prosa! Esta semana, elas vêm direto dos EUA. O o professor, crítico e escritor Cristhiano Aguiar fez uma pausa ligeira nos estudos e nos mandou suas ótimas pedidas. Confiram:

O enteado, Juan Jose Saer.  Falecido há poucos anos, Saer é considerado um dos mais importantes escritores argentinos e latino-americanos da safra pós-borges. O enteado foi uma das leituras que mais me impressionou nos últimos meses. Romance ambientado no século XVI, acompanhamos a história de um navegador espanhol que passa mais de dez anos vivendo com uma tribo de antropófagos da região do Rio da Prata. Mas não esperem nenhum tipo de “exotismo” ou mesmo um relato antropológico: em Saer, todos os elementos narrativos convergem para uma obcecada análise sobre o que constitui o próprio real. É como se os seus personagens entrassem em um transe místico; porém sem qualquer Deus.

Histórias fantásticas, Adolfo Bioy Casares. Esses argentinos são uns danados! Já que falamos em Argentina e Borges, não poderia deixar de divulgar a obra de Casares, um escritores que tenho lido com mais prazer nos últimos anos. Seus contos fantásticos têm sempre um quê de ficção científica, crônica de costumes e muita, muita ironia. Embora em nos contos seu parceiro de quase uma vida, Borges, tenha proposto desafios teóricos e “pós-modernos” à teoria cultural contemporânea (característica que não está presente em Casares), não sei, acho que que as histórias de Casares são mais “narrativas”. Há também uma representação aguçada do mal que me interssa em Casares.

Os invisíveis, Grant Morrison. Assim como meu xará Ramos, eu tenho um lado geek e não poderia deixar de citar alguma história em quadrinhos. O roteirista escocês Grant Morrison é um nome muito famoso no mainstream dos quadrinhos estadunidenses; nos anos 90, quando ainda não era tão famoso, ele criou uma série em quadrinhos chamada os Invisíveis, que misturava literatura beat, pulp fiction, sexo tântrico, conspirações, budismo pop, Marquês de Sade, Kula Shaker e Blur, H.P. Lovecraft, invasões alienígenas, viagens no tempo e anarquismo em histórias de aventuras com fortes referências literárias e psicodélicas.

Homens em tempos sombrios, Hannah Arendt. Esse livro, que me foi indicado por um amigo escritor, me acompanhou durante boa parte de 2011. Trata-se de ensaios biográficos que Hannah Arendt escreveu sobre Brecht, Benjamin, Rosa Luxemburgo, entre outros personagens que viveram momentos turbulentos no século XX. É uma aula de como compor um personagem. Veja o retrato vívido que Arendt faz de Brecht, por exemplo. É tocante perceber o quanto ela o admira como artista, mas essa admiração não a permite perdoá-lo por ele ter se aproximado do totalitarismo nascido na esquerda.

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No programa Nota PE desta quinta-feira (5), o jornalista Cristiano Ramos entrevista a poeta Cida Pedrosa, além de falar sobre o livro "As filhas de Lilith", que será traduzido para o francês. Na conversa, a escritora explica como é o seu processo de criação de uma forma bem particular. "Antes mesmo do lançamento fico angustiada. É como um filho saindo para o mundo", frisa a poeta.

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Vinte e seis poemas do livro viraram curtas-metragens pelo olhar de diversos cineastas pernambucanas, como Tuca Siqueira. A entrevista aborda ainda temas como o Movimento dos Escritores Independentes de Pernambuco, criado em 1980, do qual Cida se orgulha de ter participado.

O Nota PE é uma parceria entre o portal LeiaJá e o blog Nota PE.



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