Tópicos | Nota Pe

 

O programa Nota PE recebe o professor e crítico Anco Márcio Tenório Vieira, que  fala sobre Gilberto Freire, Hermilo Borba Filho e Machado de Assis.

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE.

 

Nas terças e quintas-feiras, coluna Redor da Prosa traz algo bem mais valioso do que meus escritos: textos literários ou teóricos – vozes tiradas dessas estantes que, assim como seu dono, quase não dormem. Hoje, Jeanne Gagnebin pensa as relações essenciais entre  infância, linguagem e natureza humana.

“As imagens da infância evocadas por Benjamin tentam pensar aquilo que, profundamente, jaz neste prefixo in – da palavra in-fância. O que significa para o pensamento humano essa ausência originária e universal de linguagem, de palavras, de razão, esse antes do logos que não é nem silêncio inefável, nem mutismo consciente, mas desnudamento e miséria no limiar da existência e da fala? Retomando esta questão, Giorgio Agamben nos indica que essa experiência inefável da in-fãncia – inefável não porque seria um início paradisíaco além das palavras, mas porque a in-fãncia está aquém das palavras, ao mesmo tempo sem palavras, sem linguagem e, porém, condição de possibilidade de sua eclosão –, que essa experiência da infância ‘exclui que a linguagem possa se apresentar como totalidade e verdade’. Nem domínio do pecado nem jardim do paraíso, a infância habita muito mais, como seu limite interior e fundador,nossa linguagem e nossa razão humanas. Ela é o signo sempre presente de que a humanidade do homem não repousa somente sobre sua força e seu poder, mas também, de maneira mais secreta, mas tão essencial, sobre suas faltas e suas fraquezas, sobre esse vazio que nossas palavras, tais como fios num motivo de renda, não deveriam encobrir, mas, sim, muito mais, acolher e bordar. É porque a in-fãncia não é a humanidade completa e acabada, é porque a in-fãncia é, como diz fortemente Lyotard, in-humana, que, talvez, ela nos indique o que há de mais verdadeiro no pensamento humano: a saber, sua incompletude, isto é, também, a invenção do possível”.

Do livro Sete aulas sobre linguagem, memória e história (Imago, 1997), páginas 182 e 183.

Frase do querido Rubem Rocha Filho: “trocar de casa é também hora de descobrir que tipo de leitor você é”. Ele se referia à revisão (ou mesmo à seleção) que fazemos ao transladar biblioteca. Nessa linha, dá para dizer mais, que é oportunidade de saber, ou pelo menos suspeitar, quem somos.

Estou de mudança. Primeira conclusão, após encaixotar metade dos livros? Não sou sujeito dos mais focados. Somente entre os títulos que resolvi não passar adiante, tem de física, cosmologia e eventos inexplicáveis; há prateleira de crônicas e pesquisas sobre futebol; por motivos familiares, guardo ainda bocado de obras sobre sociedade açucareira e Pernambuco de tempos holandeses.

A lembrança do saudoso amigo Josué Mussalém também ocupa lugar razoável, com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, tema de nossa predileção. Está junto de um punhado de obras sobre Guerra do Paraguai, porque recentemente planejei romance ambientado nos dois cenários de conflito – não é por falta de planos que publiquei nada, preciso é de disciplina e um tantinho daquele sentimento de urgência típico de minha geração.

Cinema, fotografia e comunicação ficam pertinho de livros sobre música erudita, jazz e blues; filosofia, ali ali com psicologia (principalmente a patológica). Na parte de ciências sociais, duas dúzias tratam das democracias pelo mundo – porque ainda cogito investigar melhor o que a mídia entende por regimes democráticos. Existe, sobretudo, área de poesia, ficção e teoria da literatura. Mas, se vale é saber o que procuramos ter completo, há Guimarães Rosa, Borges, Kafka, Calvino, Hermilo Borba filho e João Cabral. O que não significa desistir de inteirar Tolkien, Saramago e Mário Quintana – para desagrado de uns dois ou três amigos.

Cismando nisso, quantos autores eu doei ou troquei para não perder amizades? De quantos me desfiz para não perder a alma (se é que esse produto ainda tem reparo)? Ou, simplesmente, quantos abandonei por não lhes arranjar cantinho? Uns 2/3 já não estão comigo. Ou eles ou meus filhos gêmeos, que nascerão em 1014 (segundo uma cigana japonesa e caolha que apareceu em sonho). Porque espaços nos apartamentos andam custando fortunas no Recife.

Para chegar à verdade, com o avanço da tecnologia – recentemente lançaram pen drive onde arquivar mais de cem mil títulos –, manter biblioteca é negócio que exige alguma tara. Percebo que as pessoas se deparam com minhas estantes e fazem aquele olhar de desconfiança, como se eu fosse algum depravado ou serial killer potencial.

Fetiche, ganha-pão, quebra-galho... Existem os que adoram mostrar suas estantes no Facebook. Tem outros que não podem é se separar de algo, mesmo que seja unha encravada. Há profissionais que vivem dos livros, e Antonio Maria já falava de pessoas que empilham alguns para substituir pé de cama ou criado-mudo.

Eu, enfim, que tipo de leitor sou, além de desfocado? Provavelmente, ser humano bem pior do que os livros requerem que eu seja. E, decerto, alguém muito melhor do que eu seria, caso eles não houvessem me acompanhado. Entre as margens em branco, sob as mais diversas capas, está boa parte do peso que conta ao meu favor, nesta balança invisível e afiada que mede meus ganhos e desacertos.  

O programa Nota PE da semana recebea professora, editora e poeta Julia Larré fala sobre seu mais recente livro Mãos do mundo, e sobre o diálogo da literatura com os suportes eletrônicos e a internet.

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE.

Nas quartas-feiras, a coluna Redor da Prosa traz mais intenções do que impressões. Dia de elencar leituras e notícias.

Comprar a História da Literatura Ocidental. Clássica e monumental obra de Otto Maria Carpeaux, acabou de ser relançada pela editora Leya Brasil e pela Livraria Cultura. Os quatro volumes estão em caixa exclusiva, que não pode ser comprada noutra loja. Caixa linda, mas pouco funcional, diga-se. Quando a tampa é levantada, literalmente se desmancha. Sem falar que a edição original, em oito volumes, tornava o manuseio mais fácil, além de respeitar a divisão planejada pelo autor. Nada que tire a vontade. Obrigatório para os estudiosos em literatura, o box custa R$ 179,90. Vale cada centavo.

Ficar de olho nas promoções. Os sites sempre trazem campanhas exclusivas, onde livros saem bem mais baratos do que os vendidos nas lojas. Mas, virada de ano, é bom redobrar atenção, costumam rolar descontos ainda mais interessantes. Uma pedida, para quem deseja economizar, é a coleção Saraiva de Bolso, que, mesmo em edições tanto frágeis, com capas delicadas demais, oferece grandes obras.

Pensei em escrever sobre dois livros que estavam fora de catálogo no Brasil, e que podem ser adquiridos justamente nessa série da Saraiva: Orlando, de Virginia Woolf, e Fausto, de Thomas Mann (não confundir com o de Goethe, facilmente encontrado em sebos e livrarias). Melhor começo de ano para as críticas semanais desta coluna Redor da Prosa não haveria.

Falando em início de 2012, ainda esta semana volto a atualizar o blog NotaPE – leitura, literatura e crítica (www.notape.com.br), parceiro do LeiaJá. Intenção é bolar novidade, algo que dê uma balançada positiva no projeto. Garantido é o programa NotaPE, realizado e veiculado primeiro aqui no portal, semanalmente. Os próximos já foram gravados: Julia Larré e Anco Márcio Tenório Vieira. Amanhã, já tem entrevista nova na rede. 

O programa Nota PE da semana recebe o escritor e produtor cultural Wellington de Melo, que falou sobre as políticas de literatura e fomento à leitura em Pernambuco (como representante do Governo do Estado). E, sobretudo, sobre a Freeporto, festa literária que, em sua terceira edição, inovou ainda mais.

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE

 

O programa Nota PE da semana recebe Alexandre Figueirôa, professor, pesquisador e crítico cultural. Na conversa, Figueirôa falou sobre o teatro em Pernambuco e sobre o recente lançamento, junto com os também professores Cláudio Bezerra e Stella Maris Saldanha, do livro Transgressão em 3 atos: nos abismos do Vivencial.
E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE

 

O Programa NOTA PE recebe o antropólogo, pesquisador e professor Raul Lody.

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE.

##RECOMENDA##

O Programa NOTA PE recebe Luís Augusto Reis, jornalista, professor, pesquisador, doutor em Teoria da Literatura, e um dos autores do recém lançado livro Hermilo Borba Filho e a dramaturgia: diálogos pernambucanos. 

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE. 

##RECOMENDA##

No programa NOTA PE 07 você vai conferir uma conversa com Everardo Norões. 

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE. 

##RECOMENDA##

Entre os diversos homenageados da sétima edição da Fliporto, principal é o sociólogo Gilberto Freyre. Sábado vem repleto de momentos dedicados ao “Mestre de Apipucos”, maioria deles na tenda principal, onde ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (meia).

Quem começará os trabalhos, às dez da manhã, será Frei Betto, que com a palestra “O processo de criação literária”. Mas, em seguida, 11h30, os pernambucanos Marcos Vinicios Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, e José Paulo Cavalcanti Filho, advogado e biógrafo do poeta Fernando Pessoa, conversarão sobre “Gilberto Freyre a amizade como uma das belas artes”.

No terceiro papo, começo da tarde, é bom que plateia já tenha almoçado. Maria Lecticia Monteiro Cavalcanti, Claudio Aguiar e Kathrin Rosenfield, com mediação de Valéria Torres da Costa e Silva, colocarão à mesa “Os textos sobre sabores e o sabor dos textos de Gilberto Freyre”.

Lá pelas quatro, tardinha chegando, vez do painel “Olhares cruzados e compartilhados: do tradutor e do viajante”. Um dos palestrantes, Shigeru Suzuki, traduziu para o japonês Casa-Grande e Senzala, obra mais conhecida de Gilberto Freyre. Os outros dois convidados são Dilip Loundo, que verteu textos do sociólogo para os indianos, e o pernambucano Marcelo Abreu, além do mediador Maurício Melo Jr. Acho que hora e meia será pouco.

Acabará atrasando, pelo inchaço do painel anterior. Mas vale demais esperar até às 17h30, ou quanto for necessário, para ouvir o cativante Edson Nery da Fonseca, conhecedor como poucos da vida e obra de Freyre. Espero que tenda esteja cheia para prestigiar esse raro intelectual, quase nonagenário – aniversário é em dezembro –, com memória em dia e fascinante como sempre.

Lembrando que, também às 16h00, a escritora Fátima Quintas lançará Orientalismo em Gilberto Freyre (Edições Bagaço, R$ 30).

O sábado terá como desfecho concorridíssimo o poeta, dramaturgo e ensaísta caribenho Derek Walcott, que, em 1992, recebeu o Nobel de Literatura. Para quem não está relacionando nome à obra, ele é autor de Omeros, livro que nasceu clássico, não parou de espantar leitores do mundo todo e, agora, recebeu nova edição da Companhia das Letras. De quebra, apresentação de Walcott será feita pelo poeta Marcus Accioly.

Mais informações sobre a programação do evento no site www.fliporto.net.

No programa NOTA PE 06 você vai conferir uma conversa com Lucila Nogueira. 

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota

##RECOMENDA##

No Programa NOTA PE 05, Cristiano Ramos recebe o médico, roteirista e escritor Wilson Freire, que assina obras como As três Marias, que já foi adaptado para o cinema; Por que mãe morena? e Uma Festa no Céu?, na literatura infantil; e no campo cinematográfico Wilson Freire está a frente de filmes como Miró: Preto, Pobre, Poeta e Periférico e Dos Mangues aos lixões.

Em uma conversa descontraída e animada, a dupla aborda temas fundamentais para um artistas como a criatividade, o processo de elaboração de uma obra e o trabalho. Além disso, o escritor e cineasta relembra parte de sua carreira.

##RECOMENDA##

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE.

No programa NOTA PE 04 você vai conferir uma conversa com o escritor Sidney Rocha. 

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE.

##RECOMENDA##

No programa NOTA PE 03 você vai conferir uma conversa com o poeta e crítico literário Frederico Barbosa. 

A partir de agora, literatura também faz parte da TV LeiaJá. Toda semana você confere, no programa NOTA PE, uma conversa leve e descontraída sobre o universo literário. 

##RECOMENDA##

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE. 

Agora, nas quartas-feiras, a coluna Redor da Prosa trará entrevistas com escritores, críticos e pesquisadores. A estreia é com o romancista e contista Sidney Rocha, que recentemente lançouO Destino das Metáforas (Iluminuras, 114p.). Em breve, o portalLeiaJávai veicular também o programa NotaPE com este autor cheio de ideias e provocações – como todos bem poderiam ser.

Sidney, você já me disse que literatura tem que causar espanto, tirar o leitor do lugar. Entre os escritores vivos, alguém o espanta? E por quê?

Shakespeare está vivo ou está morto? Como Cervantes morreu, se falamos nele agorinha mesmo? O tempo é também uma territorialização (já que você anda interessado no assunto). E Bolaño, já pode se considerar um autor morto? Lógico, não se trata de um devaneio meu. Não vou abandonar a literatura pela física quântica. Ontem eu estava lendo Graciliano Ramos, Vidas secas, e estava, de novo, espantado. Mas, dando grande distância do século XIX, começando a contabilizar agora, poucos são os autores espantosos. Bolaño, que já citamos, e Don Delillo, só pra ficar nos livros mais recentes desses dois. A forma como Delillo encara o tempo, e resolve o problema emPonto Ômega, pra mim, é espantoso. Mas ninguém lerá nem um nem outro.

E o escritor Sidney Rocha, que caminhos escolheu para causar no leitor esse assombro?

Vou repetir o que disse na semana passada na bienal de Pernambuco: não estou ligado a movimentos literários, mas a movimentos peristálticos. Busco que o leitor se assombre consigo mesmo no meu texto. Deixo ali as lacunas para ele cair no abismo, que é quando a viagem parece mais interessante. E, quando o estômago revirar um pouco, é só um sinal de que ele está vivo. Dê graças! E desça mais!

Ao lermos orelhas e apresentações, impressão que fica é que praticamente todos os autores espantam e inovam...

O c(ego) que passa a mão na orelha do elefante terá uma ideia distinta daquele c(ego) que pega no rabo. Vamos ter paciência. Orelha de livro é medida gráfica. Quase nunca tem a ver com literatura. Aliás, há um conto meu, chamado “Texto de orelha”, neste livro novo, O destino das metáforas, que dá melhor ideia do que acho disso. Peça que seus leitores o leiam. Se você quer combater texto de orelhas, convença os gráficos a deceparem com todas, antes do livro chegar às livrarias. Mao faria assim, e mal não faria. Não tem orelha no Livro Vermelho. Nem nos livros da Bíblia. Mas, neste caso, acho que pelo menos Genesis e Apocalipse precisavam.

Conversamos algumas vezes sobre os clichês e fórmulas feitas da crítica. Hoje, qual o maior desafio da crítica: saber o que dizer, ou como dizer?

A crítica corre um sério risco hoje em dia, que é se estabelecer como verdade. Parece que a crítica precisa mais de ideologia, ou de injeção de novas ideologias, mais que a literatura e que outras técnicas. Mas onde há um marxismo tão bom como era aquele, o nosso? Onde a crítica vai encontrar algo pra colocar no lugar desses fundamentalismos? É preciso alguém derrubar também as torres gêmeas de marfim e recriar um novo modo de pensar. Ou seja: é preciso criar um pensamento. Muitos estão esperando na boca da toca pra o primeiro apontar o caminho. No meio da fumaça, escritores escrevem.

Os teóricos e críticos literários realmente conhecem os leitores sobre os quais tanto discutem?

Não precisam. Precisam conhecer o que leem. Críticos não são animais diagnosticadores. Não são a polícia forense da literatura, o CSI da produção contemporânea. Ajuda se encararmos que a crítica é produto autoral, muitas vezes idiossincrático como a própria ficção que construímos.  Gosto da crítica de uma resenha, por exemplo, que prescinde do livro que resenha naquela hora. Li umas resenhas tuas que têm disso. Resenha que aponta todos os caminhos. Entre o médico e o açougueiro, prefiro o de avental mais sujo. Não quero que juntem e costurem pra mim. Quero que retalhem os pedaços maiores. Eu junto como eu quiser.

Com aumento das festas, bienais e demais eventos literários, o debate em redor das relações entre arte e mercado tomou fôlego novo. O que você acha disso? Existem mesmo lugares onde não cabe a literatura?

É preciso cada vez menos literatura. Quando escrevo tenho isso em mente: “Sidney, lembre-se: ponha menos literatura nisso, menos, menos”. Então, se na literatura que se escreve é preferível menos literatura, imagine o que se pode dizer das feiras e etecetera. Elas têm outra função, mas dispensemos o romantismo disto também. É uma função mercadológica, de vendas. Agora, estas questões de arte/mercado é assunto também antigo e vencido desde os anos 60. Ou vencido de antes, desde a arte moderna. Esse Rexona sem fim. Ao invés de nos limitarmos à pergunta burguesa do “Será arte?”, que encaremos a sério a pergunta “Será mercado?”. É preciso que nos apropriemos dos meios de legitimar isto e entendermos essa merda, ao invés de ficarmos na mão de meia-dúzia de bienalistas, e três ou quatro lobistas do Nobel. Aí, sim, veremos a literatura, o cinema e a poesia nacional darem saltos mais significativos.

Conversamos sobre Fuentes e o Geografia do Romance. E você falou sobre a importância do tema. Qual seria a geografia do escritor Sidney Rocha?

Sim, gosto do tema porque nos leva para o assunto “geografia” sem essa preocupação risível dos territórios, das regiões, dos países. Recentemente falei sobre isto numa mesa sobre “Nova estética”. Eu disse que a minha geografia era a da imaginação e da memória. Isso o Fuentes diz também. É a “fronteira de cristal” – para lembrar outro livro dele – que nada tem a ver com o tema. Imaginação e palavra. Eu prefiro a memória como ponto geográfico. Mas o tema para mim se espicha quando leio o Franco Moretti, em A literatura vista de longe. A minha edição é de 2008. Ali, você encontra com muito mais humor essas aproximações. O assunto (o lugar, a geografia) é uma das bases e lastros do meu romance novo, Geronimo.

Você gosta de ratificar que não cria romances e contos, mas uma obra. Que todos os seus livros são momentos de algo que vai além de cada trabalho. Onde você acredita estar, nesta altura da jornada?

Na beira do abismo. No mesmo ponto onde comecei. Você vai me encontrar amanhã, aqui mesmo.

 

No programa NOTA PE 02 você vai conferir uma conversa com Ronaldo Correia de Brito, contista, romancista e dramaturgo. 

A partir de agora, literatura também faz parte da TV LeiaJá. Toda semana você confere, no programa NOTA PE, uma conversa leve e descontraída sobre o universo literário. 

##RECOMENDA##

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE. 

A partir de agora, literatura também faz parte da TV LeiaJá. Toda semana você confere, no programa NOTA PE, uma conversa leve e descontraída sobre o universo literário. 

No programa de estreia, o tema é a Bienal do Livro de Pernambuco e os convidados são Wellington de Melo, escritor e produtor, e Rogério Robalinho, empresário e produtor. 

##RECOMENDA##

E fique ligado, toda quinta-feira tem NOTA PE no portal LeiaJá. A apresentação é de Cristiano Ramos e a realização é uma parceria do Portal com o blog Nota PE. 

José Paulo Cavalcanti, Lucila Nogueira, Wilson Freire, Rogério Robalinho e Wellington de Melo são os convidados de honra do primeiro programa Nota PE, que funciona há um ano como um blog de crítica literária. A gravação acontece nesta terça (6), às 19h, no Teatro Arraial. A entrada é franca.

O evento acontecerá todas as primeiras terças-feiras de cada mês, e sempre trará convidados e plateia para participarem de um talk show. Os bate-papos serão transformados em programas semanais, de 25 minutos, que ficarão disponíveis on-line e para download.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando