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O crescimento e desenvolvimento do pólo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe estão ameaçados pela falta de interesse dos empresários do setor em investir na qualificação profissional. Os dados apurados por uma pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau com os proprietários de confecções da cidade mostram que um pequeno percentual de empresários possui ensino superior completo (2,7%) e a grande maioria, num total de 76,4% dos entrevistados, garantem não necessitar de qualificação adicional para crescer no mercado.

“Dentre o pequeno grupo de 23,6% que acredita necessitar de maior qualificação, o marketing é área apontada como um dos principais entraves para o sucesso do negócio. Por isso, 9,1% dos entrevistados desse segmento disseram ter interesse em se qualificar nesta área”, explica o economista e coordenador da pesquisa pelo Instituto Maurício de Nassau, Djalma Guimarães.

Mesmo com a baixa qualificação, os empresários do investiram na diversificação da produção. Mesmo o carro-chefe ainda sendo o jeans, que representa 14% da linha de produtos, as empresas do município também confeccionam roupas infantil (10,1%), e íntima (10,1%), malhas (8,1%) roupa masculina (7,4%) e roupa feminina (6,1%). Para eles, o grande diferencial dos produtos do pólo está no preço baixo e não na qualidade. “Somente 2% dos entrevistados acha que a baixa qualidade é um entrave para o sucesso do negócio”.

Para os empresários de Santa Cruz do Capibaribe o principal entrave para a ampliação dos negócios é a falta de publicidade e não a questão do aumento da produtividade, nem da qualidade dos produtos. Dessa forma, na avaliação de 19,7% dos entrevistados, o principal desafio para o comércio varejista da região está relacionado à publicidade, seguido por problemas de infraestrutura, sobretudo as condições das rodovias de acesso ao município e das avenidas e ruas dentro da cidade.

Os impostos, tão questionados por vários outros setores da economia brasileira, só aparecem na sétima posição como entrave para o crescimento do setor em Santa Cruz do Capibaribe. “Logo, do ponto de vista empresarial a indução de uma melhor estratégia de marketing, e condições aceitáveis de infraestrutura podem ajudar o comércio da região a alcançar melhores condições de competitividade e acesso a novos mercados”, afirma Janguiê Diniz, fundador de sócio controlador do Grupo Ser Educacional, mantenedor da Faculdade Maurício de Nassau e do Instituo Maurício de Nassau.

TAXAS DE JUROS – As crescentes altas nas taxas de juros provocadas pelo Banco Central não incomodam os empresários do município. Um total de 23% dos pesquisados declara-se indiferente a incentivos fiscais e as taxas de juros. Esse número vem ratificar o alto índice de satisfação do empresariado local com o sistema de financiamento. Cerca de 50% estão satisfeitos com a forma de financiamento, mesmo com a alta das taxas de juros.

O crescimento do poder de compra do brasileiro e a ampliação da classe média vão levar os empresários do pólo de confecções de Santa Cruz do Capibaribe a investir no crescimento da produção nos próximos seis meses. De acordo com a pesquisa, 38,1% dos empresários pretendem investir na expansão do seu negócio até o final do ano. O aporte de capital médio nesse investimento está em torno de R$ 12,5 mil. Ele se dará por meio de compra de máquinas de costura, tecidos e contratação de mão de obra.

O fortalecimento do mercado interno faz com que os empresários da cidade não vislumbrem a possibilidade de exportar suas mercadorias para outros países. “61,2% dos empresários não planejam exportar e apenas 0,7% já exporta. As feiras são os principais canais de divulgação utilizados por estes empresários (44,2%). Esses dados só vem a ratificar a posição do empresariado de não querer investir em capacitação e na melhoria da qualidade dos produtos”, alerta Djalma Guimarães.

Mas o crescimento do mercado interno não está provocando a melhoria na renda dos empresários de Santa Cruz do Capibaribe. Entre os entrevistados, 28,4% disseram que a sua situação financeira está pior se comparada com os seis últimos meses do ano, 37,2% está igual e 34,5% melhorou. Para eles, a situação do mercado consumidor está igual, se comparado aos seis últimos meses do ano, para 37,2%, pior para 31,1% e melhor para 31,8%. 

PESQUISA – A pesquisa foi realizada no mês de julho, num universo de 148 empresários do Pólo de Confecções de Santa Cruz do Capibaribe. O procedimento de amostragem utilizado é do tipo não probabilístico, onde os entrevistados foram selecionados de forma ocasional de acordo com a disponibilidade dos mesmos. Os lojistas foram entrevistados nos próprios estabelecimentos

Dentro dessa amostragem de 450 pessoas, 52,7% foram do sexo masculino e 47,3% do sexo feminino, com faixa etária entre 16 até mais de 60 anos. Desse total, 42,25% tem renda individual entre cindo e dez salários mínimos. Um grupo de 50,7% disse morar em Santa Cruz do Capibaribe, 16,2% em Caruaru e 7,4% em Toritama. A maioria dos empresários, ou seja, 51% se consideram de classe C, contra 47% da Classe B e apenas 1% da Classe A e o restante das classes D/E.

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