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O secretário da Fazenda do Estado de Pernambuco, Wilson José de Paula, apresentou na manhã desta quarta-feira (8), na Comissão de Finanças, Orçamento e Legislação da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), os Relatórios de Gestão Fiscal (RGF) e o Resumido de Execução Orçamentária (RREO) relativos ao ano de 2022, conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Na reunião, presidida pela deputada estadual Débora Almeida (PSDB), o secretário explicou como a atual gestão recebeu as contas do governo anterior, alertou para os resultados de déficit registrados e para o fato de que os números do exercício passado levarão à redução do selo de capacidade de pagamento (Capag) avaliado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) de “B” para “C”. O gestor ressaltou que a atual gestão trabalha com a redução de gastos desnecessários e melhoria do ambiente de negócios como caminhos para reverter a situação.

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“Em 2022, o Estado de Pernambuco gastou mais do que arrecadou, teve um desequilíbrio fiscal, e entregou um orçamento para 2023 com pelo menos seis bilhões a menos, ou seja, tem unidades cujo orçamento vai até agosto. São números que estão postos, publicados e agora levados à Alepe. A gente vem aqui garantir que estamos trabalhando muito para enfrentar o desafio e entregar as soluções para reequilibrar as contas e realizar as transformações que Pernambuco precisa. Esse é o enfrentamento nesse momento, pautado no diálogo, na transparência e na qualidade do gasto”, registrou.

Nos relatórios apresentados, publicados no Diário Oficial do Estado em 30 de janeiro deste ano, registra-se no fechamento das contas de 2022 um déficit orçamentário de R$ 28 milhões e um déficit primário de R$ 567 milhões, quase um bilhão de reais distantes da meta pactuada pela gestão anterior, que era de superávit de R$ 439 milhões. No consolidado do Estado, os Restos a Pagar somaram R$ 981 milhões, sendo R$ 950 milhões só do Poder Executivo.

Considerando todos os Poderes, o caixa no dia 31 de dezembro de 2022 fechou com R$ 550 milhões de recursos não vinculados, ou seja, livres para qualquer tipo de gasto. Em relação ao governo de Pernambuco, a disponibilidade não vinculada foi de R$ 395 milhões.

Wilson José explicou que os recursos depositados em caixa na transição para gastos livres foram utilizados ainda na primeira semana para pagamento de despesas já contratadas e comparou as disponibilidades registradas em 31 de dezembro em Pernambuco (R$ 550 milhões) com a situação de estados vizinhos como a Paraíba (R$ 3,95 bilhões). No Ceará (R$ 3,17 bilhões) e na Bahia (R$ 4,95 bilhões) os recursos disponíveis em caixa no primeiro dia do ano também apresentaram resultados superiores aos daqui.

No diálogo com os parlamentares estaduais, o secretário explicou que os resultados de 2022 levarão à redução do selo Capag de “B” para “C” porque os números impactam diretamente em dois dos três parâmetros avaliados pela STN: o índice de liquidez e a poupança corrente. “Essa é a fotografia de 2022 e os números estão dados. Agora nós estamos trabalhando para entregar um 2023 diferente, com equilíbrio fiscal”, explicou.

Em relação aos questionamentos sobre o pagamento de terceirizados, o gestor afirmou que os pagamentos estão em dia e que desde a semana passada a Secretaria abriu um canal de diálogo com empresas, sindicato e funcionários para esclarecer questões e garantir o pagamento dos colaboradores conforme os contratos vigentes.

Em resposta a apontamentos sobre a saúde financeira do plano de saúde dos servidores estaduais, o Sassepe, o secretário adiantou que existe um passivo de mais de R$ 260 milhões deixado pela administração anterior e que uma ação coordenada da Fazenda junto com a Secretaria de Administração, representantes dos prestadores e dos servidores buscará nos próximos dias soluções para a situação.

*Da assessoria 

Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) convidará o secretário da Fazenda, Marcio Stefanni, para prestar esclarecimentos sobre a saúde fiscal e financeira do Estado, no dia 04 de março. Essa decisão ocorreu após Paulo Câmara (PSB) indicar, durante entrevista a Folha de São Paulo, que Pernambuco acumula dívidas crescentes. Segundo a oposição a medida se justifica, mediante, o governador do Pernambuco - e ex-secretário da Fazenda - Paulo Câmara admitir, em entrevista concedida ao Jornal Valor Econômico, que houve queda nos investimentos públicos em 2015 e que, conforme ele mesmo disse, “estamos apertadíssimos”.

De acordo com a Folha de São Paulo, o Governo de Pernambuco registrou em 2014 um déficit primário de R$ 2,061 bilhões. Isso significa que houve um gasto de R$ 2 bilhões e R$ 61 milhões a mais do que arrecadou. Ou seja, ao invés do superávit de R$ 1,18 bilhão previsto na Lei Orçamentária de 2014, que o então secretário Paulo Câmara enviou à Assembleia, Pernambuco contraiu uma dívida nova de mais de R$ 2 bi. Se somarmos a isso os quase R$ 394 milhões previstos para pagamento e juros, a conta final da falta de planejamento fiscal do Governo do Estado fica em pelo menos R$ 2,45 bi.

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A bancada de aposição ainda indaga. Se na condição de secretário da Fazenda Paulo Câmara tinha noção do quadro de endividamento do Estado, é de se questionar por que apresentou à sociedade pernambucana um conjunto de promessas que podem não sair do papel. Entre as promessas realizadas em campanha estão: o repasse de recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal (FEM) em 2015; o aumento salarial das respectivas categorias dos servidores públicos, novos investimentos, em obras de mobilidade urbana para a região metropolitana, além da conclusão das que estão inacabadas.

 

 

 

O burburinho sobre o candidato do PSB a sucessão do governador Eduardo Campos (PSB) chegará ao fim nesta sexta-feira (21), de acordo com informações do jornalista Magno Martins, divulgadas hà pouco. Isto porque será anunciada a candidatura do atual secretário da Fazenda, Paulo Câmara (PSB), que comporá a chapa com o deputado federal, Raul Henry (PMDB), na disputa como vice. Também será anunciada a vaga na majoritária para o Senado, que vai ser postulada pelo ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (FBC). 

De acordo com informações de bastidores, as articulações foram concluídas na noite dessa quarta-feira (19), durante uma reunião com os aliados do PSB e Campos. Nas últimas semanas, vários nomes caíram como uma avalanche para a disputa, os secretários Danilo Cabral (PSB) e Tadeu Alencar (PSB) foram alguns dos que tiveram à frente do campo de batalha pela vaga. Além deles também compunha o jogo o ex-deputado Maurício Rands (PSB), que deve ter sido descartado por causa do parentesco familiar com Renata Campos – o que já estava sendo criticado por muitos. Eles devem disputar outros cargos públicos, como deputados estadual e federal. Deles, quem não dá indícios de querer voltar à vida política é Rands.

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Já o vice-governador João Lyra Neto (PSB), que também estava no páreo, ficará apenas com os meses seguintes, a desincompatibilização de Campos, para mostrar a que veio e governar o estado. 

 



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