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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi sabatinado na noite dessa segunda-feira (11) no programa Roda Viva, da TV Cultura, e soltou declarações polêmicas. Salles aproveitou seu tempo para alfinetar o líder seringueiro Chico Mendes, que é considerado mundialmente como uma das maiores referências da causa ambiental do Brasil.

O ministro confessou que não conhecia a fundo a história de Chico Mendes, mas que ouve relatos de todos os lados. “Ouço comentários dos ambientalistas mais ligados à esquerda, que o enaltecem. E também ouço pessoas do agro, que dizem que ele não era isso tudo que contam. Dizem que ele usava os seringueiros para se beneficiar”, disparou Salles.

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As declarações de Ricardo Salles foram alvo de muitas críticas nas redes sociais logo após o fim do programa. Muitos internautas fizeram questão de lembrar do legado vivo deixado por Mendes, mesmo trinta anos após sua morte. A deputada federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Talíria Petrone, disse que “Chico Mendes foi trabalhador, ativista, líder social, seringueiro, parlamentar, perseguido político, exemplo de luta. Deu sua vida pelo meio ambiente e foi covardemente assassinado pelo sistema. Respeite Chico Mendes, ministro”.

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Ainda durante a entrevista, o ministro também confessou que não conhece a Amazônia e questionou o que importava quem era Chico Mendes atualmente. O ministro do Meio Ambiente também aproveitou o espaço para defender licenciamentos mais ágeis e até mesmo os auto-licenciamentos de empresas que vão atuar em áreas de preservação ambiental ou que suas atividades ofereçam riscos.

Os jornalistas presentes confrontaram o ministro com o fato de que as tragédias de Mariana e Brumadinho, ambas e Minas Gerais, aconteceram depois de licenciamentos relâmpago. Mas, segundo Salles, a ideia é adotar uma política de licenciamento que haja objetividade. Assim, segundo a lógica do ministro, os empreendimentos que ofereçam riscos, como os de mineração, vão ser melhor executados.

Questionado sobre possíveis punições aos responsáveis pelas tragédias ambientais e sobre respostas mais lúcidas em respeito aos familiares das vítimas, Ricardo Salles afirmou que a resposta está sendo dada através da presença de autoridades nos locais das tragédias. “O respeito às vítimas é essa resposta rápida, objetiva e a presença do governo em peso. Três ministros estiveram em Brumadinho no primeiro dia. O próprio presidente foi ao local”, finalizou o ministro.

O Senado aprovou nesta quarta-feira uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede aos seringueiros que trabalharam na região Amazônica na década de 1940, chamados de "soldados da borracha", uma indenização de R$ 25 mil. O texto, aprovado em dois turnos pelos senadores, segue agora para a promulgação.

A indenização deve ser repassada aos dependentes dos soldados da borracha que já estão mortos. Além disso, a PEC também mantém o pagamento vitalício de dois salários mínimos para os ex-seringueiros.

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Segundo o relator do texto, senador Aníbal Diniz (PT-AC), estima-se que 60 mil pessoas foram morar na região para trabalhar como seringueiros na época da Segunda Guerra Mundial. Ele estima em seis mil o número de soldados da borracha ainda vivos. Somados aos dependentes, serão cerca de 12 mil pensionistas. Os pagamentos levarão a União a desembolsar aproximadamente R$ 300 milhões.

Para Diniz, a PEC faz justiça a trabalhadores que não recebem auxílio do Estado pela contribuição em conflito armado, como já é o caso de soldados e pracinhas. "Impõe-se, assim, como dever de justiça, buscar minorar os problemas vividos por aqueles que, com grande sacrifício pessoal, trabalhando sob as mais difíceis condições, deram um esforço gigantesco para a derrota do nazifascismo, garantindo às forças aliadas o fornecimento de uma dos mais importantes matérias-primas no esforço de guerra, a borracha.", destacou o senador no relatório.

A Câmara dos Deputados aprovou nesta noite (5), em dois turnos, uma proposta de Emenda à Constituição que garante indenização de R$ 15 mil aos chamados "Soldados da Borracha". São seringueiros recrutados pelo governo nos anos 1940 para produzir borracha na região amazônica, durante a Segunda Guerra Mundial.

O texto da PEC, que agora vai ao Senado Federal, prevê que a indenização será paga aos seringueiros ou aos seus dependentes em situação de carência. A essas mesmas pessoas, também fica recalculada a pensão vitalícia mensal para R$ 1,5 mil, reajustada com base nos mesmos índices aplicados a benefícios de prestação continuada da Previdência Social. Hoje, esse valor é de dois salários mínimos.

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Os dois turnos foram votados nesta mesma noite e a matéria segue agora para o Senado Federal, onde deverá ser apreciada, também em duas rodadas. Atualmente, há mais de 12,8 mil beneficiários, entre vivos e dependentes. Destes, cerca de 11,5 mil vivem na região Norte do Brasil.

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