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As bolsas da Europa abriram na maioria em alta nesta segunda-feira (21), depois perderam fôlego, chegaram a cair, porém tentavam firmar uma recuperação. O petróleo e o cobre avançam, o que beneficia setor de energia, embora papéis de bancos estejam em geral em baixa. O mercado aguarda o discurso mais tarde do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, em um dia sem indicadores relevantes no continente.

Draghi pode dar novos sinais sobre a trajetória da política monetária na zona do euro. Diante do cenário de crescimento e inflação fracos, investidores esperam que a instituição decida prolongar por mais tempo seu programa de compra de bônus, previsto inicialmente para terminar em março. O presidente do BCE fala às 14h (de Brasília). Antes, às 9h, o Banco Central da Alemanha (Bundesbank) divulga relatório mensal.

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O euro mostra força ante o dólar nesta manhã, o que em geral pressiona as ações de exportadoras do continente ou de outras empresas que sofrem com esse movimento por ter parte significativa da receita atrelada ao câmbio. A companhia aérea Lufthansa caía 1,01% na Bolsa de Frankfurt, onde Siemens tinha baixa de 0,23%. Em Paris, a montadora Peugeot recuava 0,93%,

O setor bancário estava em boa medida pressionado no continente. Caso Draghi reafirme seu compromisso por juros baixos por mais tempo, isso pode ser negativo para essas companhias, já que isso afeta seus rendimentos. Em Londres, Lloyds caía 1,71%, Santander recuava 0,19% em Madri, Société Générale tinha baixa de 0,42% em Paris e, em Frankfurt, o papel do Commerzbank caía 0,81%. Em Milão, UniCredit recuava 2,42% e Banca Monte dei Paschi di Siena tinha queda de 5,20%.

Já o setor de energia se destacava, beneficiado pela alta do cobre e do petróleo. Entre as mineradoras, Antofagasta subia 1,65% e Glencore avançava 1,68%, enquanto a petroleira BP ganhava 1,28% em Londres. Em Paris, a petroleira Total subia 0,22% e, em Milão, a ação da Eni subia 0,32%.

Além de monitorar os sinais do BCE, investidores acompanham também o cenário político. No fim de semana, o ex-presidente Nicolas Sarkozy foi derrotado nas primárias do setor conservador e está fora da disputa. François Fillon, que recebeu o apoio de Sarkozy, e o prefeito de Bordeaux, Alain Juppé, fazem no próximo domingo o segundo turno dessa disputa para ver quem selará a candidatura à disputa do próximo ano. Fillon, que ficou à frente na primeira votação, foi primeiro-ministro durante o governo Sarkozy e já atuou como ministro do Trabalho e da Educação. Fillon, que já recebeu o apoio de Sarkozy, propõe um choque na economia, com grandes cortes de gastos e reformas trabalhistas.

Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel afirmou que buscará um quarto mandato à frente do governo, após meses de especulações sobre o tema, inclusive dentro de seu próprio partido.

Às 8h15 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,27%, Frankfurt avançava 0,22% e Paris tinha alta de 0,31%. Em Milão, mais pressionada pelo setor bancário, o índice FTSE-MIB caía 0,63%, enquanto Madri subia 0,11% e Lisboa tinha alta de 0,16%.

A Bovespa não conseguiu dar sustentação à alta exibida pela manhã e terminou sua segunda sessão consecutiva em baixa, mas conseguiu se manter na casa dos 50 mil pontos. O setor financeiro foi preponderante para o recuo do índice. Por outro lado, Vale, Petrobras e siderúrgicas exibiram bom desempenho e contrabalançaram o índice.

O Ibovespa terminou a sessão em queda de 0,16%, aos 50.058,48 pontos. Na mínima, o índice registrou 49.827 pontos (-0,62%) e, na máxima, 50.574 pontos (+0,87%). No mês, acumula perda de 1,58% e, no ano, alta de 0,10%. O giro financeiro totalizou R$ 5,425 bilhões.

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A Bolsa abriu em alta e assim ficou até a hora do almoço, quando virou para baixo. O estrangeiro estava atuando naquele momento na venda de papéis como Bradesco e Itaú e na compra de Vale e Petrobras. Mas o cenário piorou quando o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, deu declarações em defesa do início do aperto monetário nos EUA. Isso fez o dólar ganhar força e as ações enfraquecerem.

A piora em Wall Street se refletiu na Bovespa, que renovou mínimas e perdeu o nível de 50 mil pontos. O Dow Jones terminou o dia em baixa de 0,27%, aos 17.550,69 pontos. O S&P recuou 0,22%, aos 2.093,32 pontos, e o Nasdaq fechou com desvalorização de 0,19%, aos 5.105,55 pontos.

Lockhart declarou que a economia dos EUA está preparada para o início do processo de alta de juros e defendeu que isso já ocorra em setembro.

No Brasil, Itaú Unibanco PN terminou com queda de 2,41%, prejudicada pelo seu balanço do terceiro trimestre. O desempenho do Itaú se refletiu no setor: BB ON perdeu 3,55%; Bradesco PN, -1,44%; Santander unit, -1,90%.

Vale, por outro lado, terminou com ganho de 2,90% na ON e de 2,99%, na PNA. Petrobras, por sua vez, subiu 1,18% na ON e 1,60% na PN.

A lista de maiores altas do Ibovespa foi liderada por Metalúrgica Gerdau PN (+10,64%), Usiminas PNA (+4,51%) e Marfrig ON (+3,85%). E a de maiores quedas, por BB ON (-3,55%), Eletrobras PNB (-3,39%) e EcoRodovias ON (-3,33%).

O Banco Central da Rússia anunciou na quarta-feira medidas para flexibilizar a regulamentação para bancos na tentativa de estabilizar o sistema financeiro nacional, em meio a uma das maiores quedas do rublo na história do país.

O banco central disse que está aumentando para dois anos, de um ano anteriormente, a moratória sobre provisões adicionais para empréstimos a tomadores de crédito com dificuldades, em caso de força maior. A entidade vai permitir que os bancos não façam provisão adicional para empréstimos reestruturados, devido ao movimento das taxas de câmbio.

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Para fortalecer os balanços dos bancos, o Banco da Rússia aplicou uma moratória temporária ao reconhecer reavaliações negativas de carteiras de ativos.

A entidade também está permitindo que os bancos utilizem a taxa de câmbio do último trimestre ao liquidar "reivindicações prudenciais de operações de câmbio", disse o Banco da Rússia.

Para aumentar a liquidez de moeda estrangeira no sistema, o Banco da Rússia também vai começar a fornecer empréstimos garantidos por ativos "de fora do mercado" e garantidos por empréstimos em moeda estrangeira.

O regulador disse que, junto com o governo, que vai ajudar os bancos a aumentarem o seu capital em 2015. Fonte: Dow Jones Newswires.

A lua de mel que o mercado financeiro viveu com o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissipou-se na gestão da presidente Dilma Rousseff. A atual política econômica tornou-se alvo de críticas do setor que, há um ano e meio da eleição, mostra preferência pelos nomes do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O jornal O Estado de S. Paulo conversou com dez influentes integrantes do mercado, entre os quais banqueiros, economistas de instituições financeiras, operadores e donos de fundos de investimento. Com o compromisso de não se identificarem, eles traçaram um diagnóstico convergente sobre a gestão Dilma. Emitiram, ainda, opiniões sobre a sucessão do ano que vem e os demais presidenciáveis.

Apesar da resistência à presidente e, especificamente, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, os integrantes do mercado avaliam que Dilma vencerá a eleição. E no 1.º turno. Aécio e Campos já buscam aproximação com o mercado, tradicional financiador de campanhas. Neste ano, os dois se reuniram com donos de bancos e gestores de fundos. Dilma, que manteve pouco diálogo com o setor nos dois primeiros anos de mandato, acatou conselho de Lula e, a partir de janeiro, começou a conversar com banqueiros no Planalto.

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Dilma desperta mais restrição no mercado que Lula. Após anos de desconfiança mútua, o petista começou a mudar o paradigma em 2002, quando prometeu honrar os contratos por meio da Carta ao Povo Brasileiro. "Lula foi fantástico para pobres e ricos. Dilma, nem para ricos nem para pobres, que estão vendo a inflação corroer salários", disse o dono de um fundo de investimento.

A conjuntura econômica no governo Lula favoreceu a relação. Na sua gestão, contou com cenário externo favorável, que, aliado a uma política de aumento real do salário mínimo e de ampliação dos mecanismos de transferência de renda, permitiu crescimento econômico. Lula manteve integrantes do governo FHC na equipe, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, era executivo de banco.

Dilma recebeu um real valorizado de R$ 1,65 por dólar e assiste à queda no preço das commodities. Além da conjuntura, há o estilo: com ela haveria menos diálogo e mais resistência à iniciativa privada e interferência no BC. Na semana passada, a taxa de juros aumentou 0,25 ponto porcentual e foi para 7,5%, após declarações polêmicas de Dilma sobre o tema que afetaram o mercado.

"A imagem de Dilma está em processo de deterioração galopante no mercado. Ela dá sinais conflituosos, interfere na economia com mão pesada e não tem agenda de reformas", afirmou o diretor de um banco estrangeiro.

A posição de integrantes do mercado é ponderada por alguns acadêmicos. Para Francisco Lopreato, da Unicamp, a mudança no patamar de juros na gestão Dilma está por trás da insatisfação. "Você tem que tirar um pouco o doce da boca da criança e provavelmente eles vão chorar mesmo.

"A presidente fez mudanças importantes na economia, todas elas, aliás, reclamadas por amplos segmentos empresariais: redução dos juros, estabilização cambial, redução do custo da energia, desoneração da folha de pagamentos, investimento em infraestrutura em parceria com o setor privado etc. Como em qualquer mudança, há sempre interesses contrariados, mas creio que são minoritários", disse Ricardo Carneiro, diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Representantes do setor financeiro firmaram neste sábado, na Rio+20, um compromisso de longo prazo para integrar critérios do capital natural (ativos como água, ar e solo) a seus produtos e serviços. A Declaração do Capital Natural foi assinada por 37 CEOs de bancos, fundos de investimento e seguradoras de 13 países. Do Brasil, assinaram Caixa Econômica Federal, Instituto Infraero de Seguridade Social (Infraprev) e Mongeral.

A iniciativa é coordenada pelo Programa das Nações para o Meio Ambiente - Iniciativa Financeira, em parceria com a Global Canopy Programme (GCP) e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-EAESP.

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A partir da assinatura da declaração haverá reuniões sistemáticas entre os executivos. Um dos principais desafios é chegar a uma metodologia padrão para incorporar os ativos ambientais à contabilidade das companhias, o que inclui o impacto gerado por suas atividades ao meio ambiente.

O setor financeiro sugere no documento a participação governamental nesse processo criando, por exemplo, incentivos fiscais à valoração do capital natural e prestando contas sobre a contabilização no uso do capital natural ao divulgar os gastos públicos.

Segundo o diretor-superintendente da Infraprev, Carlos Frederico Duque, há uma preocupação dos fundos de pensão com os recursos naturais do País, que tem relação direta com seu objetivo de lucratividade de longo prazo.

"O atual modelo de exploração dos recursos não é sustentável e não trará retorno no longo prazo. Nosso desafio é elevar investimentos em áreas que possam maximizar o retorno sem impactar tanto o meio ambiente", diz Duque. Para o executivo, os fundos têm o papel crucial de sensibilizar investidores e as empresas em que detêm participação sobre a importância de medidas que apontem o "risco ambiental" de cada companhia e apontem como melhorar seu processo produtivo.

O novo modelo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a princípio, deverá funcionar mantendo uma antiga polêmica de atribuição nos casos de fusões e aquisições no mercado financeiro. Embora o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tenha sinalizado que a competência para a análise desses casos seja do Banco Central (BC), o Cade pretende continuar julgando essas operações até que a questão seja definitivamente resolvida, informou nesta terça-feira o presidente interino do órgão, Olavo Chinaglia.

"O Cade sempre entendeu que essas operações deveriam ser notificadas e entendemos que o órgão não tem alternativa até que exista um pronunciamento definitivo. Até lá, temos o dever legal de analisar essas operações porque entendemos que não existe imunidade concorrencial em nenhum setor da atividade econômica", disse Chinaglia. Ele lembrou que diversas operações entre grupos do setor financeiro foram notificados voluntariamente pelos bancos ao órgão antitruste. O presidente do Cade citou como exemplos os casos Itaú/Unibanco e Banco do Brasil/Nossa Caixa.

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