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Por: Tatyane Serejo

Com cinco mortes em 2011, dentre as 124 contabilizadas em 40 países, relatório do INSI (International News SafetyInstitute) divulgado nesta quarta-feira (11), aponta o Brasil como o sétimo país do mundo mais perigoso para jornalistas.

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No topo da lista com mais mortes, estão Paquistão e México onde o narcotráfico é responsável pela maioria dos assassinatos, além do Irã, cada um deles contabiliza 11 ocorrências. A Líbia, que vive período turbulento com a revolta que levou à deposição do ditador Muamar Kadhafi, compõe o quarto lugar, com 10 mortes.

O Brasil só se livrou das primeiras colocações, porque a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) contabilizou apenas quatro mortes no país durante o mesmo período. O levantamento da SIP não levou em conta a morte de Gelson Domingos, cinegrafista da Rede Bandeirantes morto em novembro de 2011.

"O número de mortes nos lembra dos grandes riscos que tantos jornalistas correm enquanto tentam jogar luz sobre a verdade nos lugares mais obscuros de nosso mundo", lamenta Rodney Pinder, diretor do INSI.

Em seis meses, mais quatro jornalistas assassinados. Além disso, a censura ao Estado, que aguarda há dois anos uma decisão da Justiça. Por fim, a Lei de Acesso à Informação parada no Senado e mais pressões para exigir o diploma para exercício do jornalismo. Esses foram os destaques do relatório sobre a imprensa no Brasil apresentado ontem na 67.ª Assembleia-Geral da Sociedad Interamericana de Imprensa (SIP), em Lima, pelo representante brasileiro Paulo de Tarso Nogueira.

Ao longo do dia, outros 20 balanços, país por país, foram lidos no salão principal do Swissotel, onde se realiza o encontro. Delegados de Argentina, Bolívia, Honduras e Equador mostraram graves abusos ocorridos nos últimos meses. "Prevalece preocupante a recorrente censura judicial", afirmou o brasileiro Nogueira, que é vice-presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e consultor do Estado. Ele adverte, ainda, que "é crescente a ampliação do poder discricionário de magistrados, especialmente os de 1.º grau, no julgamento de ações de antecipação de tutela e direito de resposta".

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O levantamento de Nogueira repete o quadro já apresentado sobre a censura judicial imposta ao Estado - processo que aguarda decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Detalha também a recente decisão STJ de anular as provas colhidas pela Polícia Federal na Operação Boi Barrica, que envolvem o empresário Fernando Sarney. "Esclareça-se que as escutas telefônicas foram obtidas mediante competente autorização judicial", adverte o texto. Nogueira lembra que "a anulação das provas não significa a absolvição dos acusados". Foi o empresário, filho do senador José Sarney, quem pediu a um juiz de Brasília a censura contra o jornal, alegando que o caso corria sob sigilo.

Quatro mortes. O trecho mais grave, porém, é o que dá conta de quatro assassinatos de jornalistas só nos últimos seis meses. No total, o documento menciona outros 21 episódios: 2 prisões, 8 agressões físicas, 2 atentados, 6 novos casos de censura judicial e 3 episódios de abuso do poder.

Em todos os quatro crimes - ocorridos nos Estados de PE, RJ, RN e AM -, os jornalistas faziam denúncias contra a prefeitura ou outras autoridades locais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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