Marco Zero abre alas: o carnaval do Recife chegou

A festa abriga todos os ritmos e raças, em uma explosão de folia e de cultura

por Karolina Pacheco | sex, 17/02/2012 - 22:17
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Foto: Marionaldo Junior/LeiaJá Imagens

As alfaias soaram incisivas e, assim, teve início (oficialmente) o carnaval do Recife. Naná Vasconcelos, comandando 10 Nações de Maracatu de Baque Solto - ao todo 500 batuqueiros -, animou o público presente no Marco Zero da cidade, local escolhido para contemplar a abertura da festa.

A chuva, que até então caía e preocupava as pessoas que queriam entrar na folia, parou de repente, tamanha a energia do som dos batuques. O grupo Voz Nagô - composto por sete vozes femininas cantando a cultura afro - terminou sua apresentação acompanhada do percussionista e dos batuqueiros, em um clima onde só pairavam no céu os fogos de artifícios que sinalizam a chegada do carnaval. A chuva não deu mais sinal de vida e a única coisa que atingiu os presentes foi o clima de festa e saudação ao carnaval mais popular do Brasil.

Os 500 batuqueiros, entre ganzás, alfaias e abês, saíram triunfantes de sua apresentação gloriosa e cheia de força. O Maracatu Cambinda Estrela, com 68 anos de história, se fez presente desde o primeiro ano de abertura do carnaval, no show de Naná. "Estar aqui com ele (Naná Vasconcelos) é uma forma de mostrar que maracatu só é uma competição pra passarela no desfile que é um concurso. Fora disso, todo mundo fazendo baque, junto, simboliza a amizade", afirmou Adriano Santos, diretor do Cambinda Estrela.

Enquanto as Nações de Maracatu se despediam ao som dos batuques, o grupo norte-americano Stomp Stage Experience apresentou sua performance fazendo uso de latas e tampas, num show inteiramente percursionado. A apresentação, que envolve danças e ritmos, completou a alegria carnavalesca dos recifenses já iniciados na festa.

Sem demora, subiram ao palco mais dois convidados de Naná: o simpático e aclamado Maestro Forró, velho conhecido dos foliões pernambucanos e a cantora e compositora africana Angélique Kidjo, que pegaram o bastão deixado pela performance estadunidense.

Na apresentação de Naná, Forró e Angélique foi possível ver a massa tomada pelo orgulho negro. Uma festa onde se mesclou ritmos e raças e onde cada um teve seu papel fundamental na construção da festa mais popular do mundo. O Maestro Forró mostrou mais uma de suas facetas, ao tocar num ritmo tão diferente, o tradicional frevo; Kidjo, também embaixadora da Unicef, arriscou muitas palavras e expressões em português, que arrancou sorrisos da plateia.

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