Tenho sido acusado de ser a favor da “privatização” dos hospitais universitários. Sobre o assunto, gostaria de esclarecer:
Nem votei pela privatização dos hospitais universitários, nem pelo pagamento de taxas para os serviços prestados por esses hospitais. Essa acusação é absolutamente improcedente.
O que aconteceu, de fato, é que foi criada uma empresa pública para melhorar a gestão dos hospitais universitários. Esse modelo, inclusive, tem inspiração em experiências já adotadas em vários governos estaduais, prefeituras e no próprio governo federal, de realizar a gestão de órgãos públicos através da instituição de Organizações Sociais.
Como é de conhecimento geral, um dos grandes problemas do Estado brasileiro é gastar muito dinheiro com o custeio da máquina e prestar serviços públicos de péssima qualidade, especialmente os de saúde, educação e segurança. O Brasil tem carga tributária de primeiro mundo e serviços públicos de quarto mundo. No meio desse “nó” está a incompetência da gestão pública, que gera enorme desperdício de recursos.
A experiência com OSs, instituições filantrópicas e outras entidades do terceiro setor, iniciadas por Mario Covas em São Paulo na década de 1990, apresentaram uma considerável melhoria da eficiência na prestação dos serviços públicos. Em Pernambuco, um bom exemplo desse modelo é o IMIP e as novas UPAs, que, indiscutivelmente, prestam um melhor serviço do que as unidades públicas de saúdes tradicionais.
O que defendo e sempre defenderei é que a população tenha um serviço público compatível com a altíssima carga tributária que ela paga. O corporativismo de setores sindicais enxerga primeiro o seu interesse, depois o interesse do país. Nós, que representamos a sociedade brasileira, temos a obrigação de defender em primeiro lugar o interesse do país. E foi isso que fizemos ao aprovar a empresa pública que vai administrar os hospitais universitários.
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