Raul Henry

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Contraponto

Perfil: Economista, com mestrado em Gestão Pública pela UFPE, Raul Henry foi vice-prefeito e secretário de Turismo, Cultura e Esportes do Recife. Ocupou também os cargos de secretário de Educação e Cultura, e de Planejamento de Pernambuco. Foi deputado estadual e hoje está no segundo mandato de deputado federal pelo PMDB.

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Fatos de repercussão nacional têm relação com atividade parlamentar

Raul Henry, | qui, 14/03/2013 - 16:15
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A semana que passou foi rica em acontecimentos. Gostaria, no entanto, de registrar dois fatos de grande repercussão junto à população que têm relação com as atividades da Câmara dos Deputados.

O primeiro foi o julgamento do ex-goleiro Bruno, condenado por um crime hediondo, sórdido, frio, premeditado, que vitimou uma jovem mãe e uma criança recém-nascida. Os ingredientes: sequestro, espancamento, assassinato, esquartejamento, e para concluir os requintes de perversidade e crueldade, restos mortais jogados a cães rottweiler.

Foram essas as evidências que ficaram do julgamento.

E o autor de toda essa monstruosidade, depois de julgado, vai passar apenas três ou quatro anos na cadeia, e depois voltar ao convívio da sociedade.

É necessário que tenhamos a coragem de assumir que isso não é culpa do judiciário. O judiciário aplica a lei. Quem faz a lei somos nós.

Ou nós mudamos urgentemente esse código penal, cuja reforma está em tramitação aqui no Congresso Nacional, ou vamos, cada dia mais, consolidar no imaginário da sociedade brasileira que somos o país da impunidade e que o crime compensa.

O outro fato com grande repercussão na sociedade, e que diz respeito às nossas atividades, foi a eleição do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Como se justifica um acordo capitaneado pelo PT, partido hegemônico aqui, e pelo meu partido, o PMDB, para eleger para aquela função um deputado com públicas e manifestas posições racistas e homofóbicas?

Apesar da legitimidade do seu mandato, ele jamais poderia assumir a presidência de uma comissão com aquele significado e simbolismo.

A mensagem que passamos para a sociedade é a do escárnio, do deboche, do achincalhe, para aviltar e afrontar a consciência do país.

Esse episódio denigre a instituição e atinge a todos os parlamentares. Na melhor das hipóteses foi uma iniciativa irresponsável e absolutamente insensata.

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