Daniel Coelho

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Tribuna Livre

Perfil:Nascido no Recife, Daniel Coelho tem 34 anos e cumpre seu primeiro mandato de deputado estadual, pelo PSDB. Antes, foi duas vezes vereador do Recife, pelo PV. Formado em Administração pela UPE, com mestrado na Inglaterra, Daniel foi candidato a prefeito do Recife em 2012, terminando a disputa em segundo lugar, com mais de 245 mil votos recebidos.

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Quem vai pagar a conta da Arena?

Daniel Coelho, | ter, 21/05/2013 - 11:15
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Nesta quarta-feira, o jogo entre Náutico e Sporting, de Lisboa, marcará um momento histórico para o Estado: a inauguração da Arena Pernambuco, estrutura de primeiro mundo, moderna, capaz de colocar o nível de entretenimento – e não apenas no que se refere ao futebol – em outro patamar para o pernambucano. Em teoria, isto deveria ser motivo para comemoração. Há, no entanto, fatores preocupantes.

Primeiro, no que se refere ao “pacote” que foi vendido juntamente com a Arena Pernambuco para o Estado. É bem verdade que a construção do equipamento traz consigo alguns trunfos, especialmente no que se refere a possibilitar o desenvolvimento de uma área, em São Lourenço da Mata, que dificilmente seria possível se realizar, a curto prazo, qualquer outro tipo de investimento daquele porte. Porém, junto com a Arena, viriam também uma série de obras de mobilidade e acesso que, por ora, ainda não conseguiu se concretizar.

A Arena Pernambuco está sendo entregue a tempo para a Copa das Confederações, que acontece no próximo mês. Mas e as demais promessas? Onde estão, por exemplo, o terminal integrado Cosme e Damião e o Ramal Cidade da Copa, obras fundamentais de acesso ao local dos jogos? E estamos nos referindo apenas às promessas de mobilidade mais próximas do estádio. Num apanhado geral, no entanto, é fato: todas as obras prometidas para a Copa do Mundo estão atrasadas.

Este, porém, não é o único problema que preocupa quando o assunto é a Arena Pernambuco. Existe um outro ponto, contratual, que é ainda mais grave – e que apenas recentemente foi revelado: caso o consórcio comandado pela Odebrecht, que está à frente da Arena Pernambuco, não consiga uma cota de faturamento mínima, estipulada em R$ 35,6 milhões, até junho de 2014, caberá ao governo do Estado arcar com o prejuízo. Sozinho.

Ou seja: ou o consórcio consegue o lucro pretendido, ou quem vai pagar a conta pela mega-estrutura será o consumidor. Mais uma prova das dificuldades do governo do Estado em lidar com parcerias público-privadas. Queremos a Arena Pernambuco. Queremos um equipamento de primeiro mundo que dê orgulho para o pernambucano. Queremos que, junto a ele, novas áreas sejam desenvolvidas. O que não queremos é que o cidadão seja ludibriado e termine por pagar uma conta que só agora veio a público.

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