Djalma Guimarães

Djalma Guimarães

Seu Bolso

Perfil:Economista pela UFCG e Mestre em Engenharia de Produção pela UFPE. É Docente, Projetista e Consultor Empresarial da i9 Projetos.

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A revolta que vem do bolso

Djalma Guimarães, | ter, 16/07/2013 - 08:34
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Se alguém tivesse consultado especialistas de mercado, cientistas políticos, economistas, políticos, etc., em Jan/2013, desejando uma previsão para o ambiente político-econômico para 2013, dificilmente alguém teria cravado os inesperados acontecimento que agitaram as ruas brasileiras em Junho passado.

No ambiente econômico, nossa conjuntura era de: desemprego baixo há algum tempo, maior nível de acesso ao consumo pelas famílias brasileiras, maior acesso ao crédito e educação, etc. Por consequência, tais fatores se refletiam na seara política, pois a aprovação da presidente da república era recorde.

O que mudou de forma a deflagrar tantos protestos e descontentamento?

Muito se falou nos últimos anos sobre os milhões de brasileiros que emergiram socialmente, a nova classe média. Grupo que até então era um reles figurante nas estratégias empresarias e de comunicação das empresas brasileiras, chegou ao posto de importante ator no mercado brasileiro.

No entanto, o aumento da renda deste grupo, e dos demais estratos da sociedade brasileira, gerou uma explosão da demanda há muito tempo não vista. Os investimentos não acompanharam a demanda e o dragão da inflação que julgávamos ser uma lagartixa volta à tona e corrói o poder de compra desta nova classe média. Vários mercados apresentam elevada expansão nos preços, a exemplo, do mercado imobiliário, fato que inviabiliza o sonho da casa própria para a maior parcela dos brasileiros.

Assim os componentes inflamáveis estavam à espera de uma fagulha para a explosão sob a forma de protestos nos vários quadrantes do país.

E tudo começou no bolso! O estopim de tais protestos foi à elevação no preço das tarifas de transporte coletivo em São Paulo. Uma conta que não fechava na mente do consumidor, ‘aumento de tarifas de um serviço de transporte precário’.

Um indício da validade da hipótese levantada neste texto, de que “A revolta vem do bolso” é o resultado do Índice de Felicidade do Recifense, do IPMN (IFR-IPMN). De maio para junho a  felicidade, medida como satisfação com várias categorias (família, serviços públicos, trabalho, finanças, convívio com o próximo, local de residência, e saúde) apresentou queda acentuada. As variáveis que mais contribuíram para tal queda foram exatamente a satisfação com o trabalho e com a vida financeira, retração de 14% e 16% respectivamente.

Logo, quando o bolso do brasileiro apertou, sobretudo das classes médias, o bloco da insatisfação foi para as ruas capitaneando várias outras bandeiras. Tal processo se conduzido de forma correta pode agregar mais eficiência, transparência e ética a condução da gestão pública no país.

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