Diego Rocha

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Cultura Nerd

Perfil: Publicitário de formação, mestre em Design, entusiasta da Estética. Professor universitário, fashion-geek, zen-gamer e aficcionado por séries de tv, quadrinhos e cinema de ficção.

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O maior detetive que jamais existiu

Diego Rocha, | ter, 11/11/2014 - 07:51
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Uma das maiores motivações do ser humano é a compreensão do que não está explícito. Esse é o princípio da ciência: a curiosidade que revela os segredos... pois é característico da mente humana se sentir rodeada por mistérios e que esses mistérios são conhecidos por alguns, seja pela mediunidade, por meios sobrenaturais, ou mesmo por capacidades pessoais bem desenvolvidas.

Utilizando esse gancho, o escritor britânico Sir Arthur Conan Doyle criou um personagem que desafia a percepção do senso comum e enxerga aquilo que passa despercebido para todos os demais, publicando em 1887 pela primeira vez uma história do detetive Sherlock Holmes. Capaz de resolver os mais complexos crimes utilizando o método científico e a lógica dedutiva aliados aos seus aguçados poderes de observação e de concentração.

Ao longo do tempo muitas vezes o personagem foi reutilizado no cinema e na tv... vamos ver algumas dessas aparições do personagem:

1) Personificações do personagem

O Enigma da Pirâmide

Neste filme de 1985 originalmente chamado "Young Serlock Holmes" (O Jovem Sherlock Holmes), nosso protagonista é um adolescente chegando a um colégio interno na Inglaterra onde conhece e faz rápida amizade com John Watson, personagem que sempre surge como o braço direito de Sherlock.

Chegando a esse colégio ele se depara com uma estranha onda de crimes, suicídios e alucinações bizarras, onde o jovem se coloca em ação, descobrindo o envolvimento de um dos professores do colégio nos crimes. Um filme (na minha opinião) muito bem produzido para a época, tendo sido realizado por Steven Spielberg (que já naquela época utilizava efeitos de computação gráfica para dar vida ao filme). 

Sherlock Holmes (2009)

Uma versão um pouco mais voltada para o segmento da ação do que a maioria, mostra Robert Downey Jr. como nosso protagonista lidando com uma enorme carga de idiossincrasias e "antissocialidades" que junto ao seu comportamento obsessivo beirando a loucura (ou o uso de drogas) faz do personagem extremamente caricato (e talvez por isso, ainda mais divertido). O filme também faz uso de muitas cenas de luta, o que não seria muito comum para o personagem, mas mesmo assim são introduzidas dentro de sua temática, observando, analisando e atingindo com precisão seu oponente.

Nessa composição da história temos o Dr. John Watson interpretado por Jude Law, aqui já um veterano de guerra, experiente em armas e combate, além de ser um excelente médico (o que prova ser extremamente útil como companheiro de aventuras). A produção conta com Rachel McAdams como Irene Adler, o interesse romântico de Sherlock, e que parece ser o mais difícil mistério para o detetive decifrar (já que ela muda de comportamento subitamente). E na continuação do filme também somos apresentados ao grande nêmesis "Prof. Moriarty", um gênio do crime capaz de rivalizar com o brilhantismo da mente do Sherlock.

Sherlock

Série britânica que estreou em 2010 pelo canal BBCA mostra o personagem num aspecto mais próximo do estilo original (de mais espionagem e investigação e menos lutas corpo a corpo), contando com um aprofundamento nas personalidades de todos os personagens por se tratar de uma série e a continuidade de episódios longos (cerca de uma hora e meia cada). Assim vemos detalhes maiores sobre Watson, Irene Adler, os planos distorcidos de Moriarty e mesmo um pouco da família de Sherlock (e suas rixas infantis com seu irmão).

Um diferencial marcante da série é a forma graficamente explícita como somos convidados a acompanhar o protagonista quando ele entra no estado de concentração profunda para processar informações e gerar conexões entre fatos (o que ele mesmo se refere como "Mind Palace": o palácio ou santuário da mente). Enquanto serve de alívio à tensão das cenas mais densas na série, essas viagens ao Mind Palace também ajuda o espectador a vislumbrar o funcionamento de uma mente assemelhada a um "super computador".

2) Personagens de notáveis influência pelo personagem

Monk

Numa versão mais caricata, focando mais no aspecto "danos psicológicos" temos o detetive Monk, da série de tv homônima, que foi produzida pelos estúdios USA Originals de 2002 a 2009. O detetive Adrian Monk trabalha como consultor para a polícia de São Francisco usando sua brilhante mente dedutiva para solucionar cenas de crimes. Como forma de aprofundar e dar personalidade do personagem, sua fantástica mente vem com uma série de dificuldades: Transtorno Obsessivo Compulsivo (mostrado na série como uma coleção de tiques nervosos), uma variedade de fobias e um comportamento antissocial, além de uma psiquê traumatizada desde a morte da sua esposa. A série oscila entre o cômico e o trágico, então imagine um germofóbico numa cena de crime...

Hannibal

O agente Will Graham participa de investigações do FBI com o seu talento para desenvolver perfis psicológicos de criminosos e analisar cenários de crimes entendendo a mecânica como foram cometidos e as motivações do culpado. Assim como Sherlock Holmes, Will Graham mostra uma gigantesca capacidade de concentração e de observação, processando dados em alta complexidade e alta velocidade., com a diferença que Will se coloca na posição desse criminoso para reencenar o crime, ocasionalmente se confundindo na autoria do ato... "This is my design" (como ele mesmo diz).

Poderíamos citar vários outros casos de personagens que se inspiraram em maior ou menor grau em Sherlock, afinal ele é o sonho de consumo de todo detetive... Poderíamos citar os protagonistas das séries House, Psych,

E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é um apanhado de atores que já interpretaram o nosso querido detetive nas telonas e nas telinhas, e uma curiosidade sobre a sua aparência: a construção visual do personagem foi imortalizada por três características: o característico chapéu, o cachimbo e o casaco pesado. O modelo do seu chapéu se chama "deerstalker" e é comum em áreas rurais britânicas, ligando o personagem à sua origem britânica; seu cachimbo reflete a aura introspectiva na qual o personagem se prende durante as suas reflexões e leituras dos crimes; seu casaco tweed lhe confere o ar misterioso de um exterior frio que esconde o fervilhar de uma mente inquieta. O estereótipo construído do investigador.

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