Diego Rocha

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Cultura Nerd

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Trilogias e Expectativas

Diego Rocha, | ter, 23/12/2014 - 20:36
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Como muitos já tem comentado, hoje a maioria dos filmes buscam ser "franquias" ao invés de serem apenas filmes. Mas o que significa uma franquia? Uma franquia se caracteriza pela distribuição do conteúdo de forma a atingir mais de um filme (no que se refere ao cinema) mas principalmente pela continuidade do conteúdo. Quanto mais filmes, quanto mais aparições, quanto mais mídias, mais dinheiro se consegue (claramente) com bilheterias, brinquedos (inclusive McLanches felizes). Motivos suficientes para que certas decisões sejam questionadas sobre a integridade do conteúdo e os objetivos mercadológicos.

Vejamos alguns exemplos do como franquias podem se comportar positivamente ou como podem ser casos de faturamento irresponsável:

1) Harry Potter 

A série de livros da J. K. Rowling sobre o nosso jovem bruxo totaliza 7 volumes. Cada um desses livros conta os acontecimentos de Hogwarts durante uma temporada "escolar" e gradualmente as tramas se tornam mais complexas... tão complexas que o confronto com o arqui-inimigo chegou às telas detalhadamente... a ponto de ganhar quase seis horas de tela, tendo sido dividida em dois filmes.

Particularmente acredito que se tratou de uma escolha acertada... os detalhes do relacionamento interpessoal e o desenvolvimento dos personagens foi tratado com as nuances do livro e mesmo levados adiante, da forma como os fãs se sentiriam confortáveis de se despedir da série.

2) Crepúsculo

A série de livros escritos por Stephenie Meyer que conta as aventuras e desventuras do casal Edward e Bella se divide em 4 volumes (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer), iniciando com os eventos que levaram a mocinha a conhecer o vampiro até o confronto final com o topo da cadeia alimentar da sociedade vampírica para assegurar sua segurança e da sua família. A história do último livro leva do casamento a esse confronto, incluindo o nascimento da filha desse improvável casal, o que traz altos e baixos na narrativa, materializados no mais extenso dos livros, tendo sido dividido em dois filmes distintos.

Particularmente eu tenho uma opinião dúbia a respeito desse filme... embora haja muitos acontecimentos no livro para serem tratados, o filme Amanhecer parte um é lento e cansativo, parecendo apenas fazer a ponte entre filmes.

3) The Hobbit

De toda a mitologia criada por J.R.R. Tolkien, o primeiro livro a atingir as telonas foi O Senhor dos Anéis, uma história contada em três livros "densos". Esses três livros foram levados ao cinema em uma trilogia de filmes considerados novos clássicos para seu público. O caráter épico, a grandiosidade da produção, os efeitos e tantas pequenas coisas que compuseram essa trilogia fizeram seu sucesso, que tentou ser repetido na produção para o cinema do Hobbit. O livro do Hobbit conta uma história anterior à do Senhor dos Anéis, contando sua história em UM livro que é mais extenso do que cada um dos livros do Senhor dos Anéis, porém menor do que os três combinados.

Particularmente, acho que essa divisão de um livro em três filmes de três horas cada um foi uma tragédia! Personagens inventados para o filme, criação de cenas desnecessárias e foco em combates longos e tomadas demoradas de cenários tiraram o ritmo dos filmes, onde a história se passa de forma lenta e cansativa.

E caso você esteja se perguntando, a foto lá em cima é do filme "O Poderoso Chefão III". A trilogia havia sido pensada para ser um filme em duas partes (lançadas em 1972 e 1974, respectivamente), onde a história havia se encerrado. O sucesso do filme havia sido tamanho que durante quase vinte anos o processo havia sido "finalizado", mas cedendo à pressão do estúdio, Francis Ford Coppola criou o terceiro filme, questionado em sua relevância para a franquia, mas de qualquer forma se configurando como um clássico filme sobre a máfia.

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