Diego Rocha

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Cultura Nerd

Perfil: Publicitário de formação, mestre em Design, entusiasta da Estética. Professor universitário, fashion-geek, zen-gamer e aficcionado por séries de tv, quadrinhos e cinema de ficção.

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Animações e Animes

Diego Rocha, | ter, 24/02/2015 - 10:25
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Ao longo das gerações, acompanhamos o fortalecimento dos desenhos animados como parte da produção cultural mundial. A partir da década de 1990, entretanto, esse fortalecimento foi dando espaço a diferentes manifestações de estilo... notadamente a chegada no Brasil de desenhos vindos do Japão trouxe um nível totalmente novo e cativou um enorme número de fãs do "anime".

Mas como é natural da produção cultural humana,  o contato entre estilos costuma "contagiar" mutuamente, permitindo um caráter híbrido entre eles onde suas características influenciam um ao outro. Essas características são o que nos permite perceber na técnica (mais do que no país de origem) que tipo de desenho estamos vendo.

Vamos dar uma olhada em alguns dos formatos e técnicas que marcaram essa categoria de produção cultural:

1) Desenhos clássicos

Muito se deve a Walt Disney por popularizar no ocidente a técnica da animação. Seu princípio é simples: ponha diante dos olhos de uma pessoa uma imagem e depois troque essa imagem por outra com pouca diferença... o resultado é que a impressão fixada no nervo ótico é sobreposta e o cérebro, para processar a informação, entende que as formas se movem.

O padrão do desenho ocidental clássico busca na proporção da forma um certo grau de realismo e muitas vezes reflete escolas da arte, como a Art Nouveau ou os traços clássicos Renascentistas.

2) Animes

Enraizado na cultura japonesa, o desenho tem uma perspectiva um pouco diferente do que se pratica no ocidente. Existe uma liberdade maior quanto à representação humana, onde as proporções podem não ser realistas, mas a distorção dessas proporções serve para dar ênfase ao estado de espírito, intenções ou condições do personagem. O anime, em quase todos os casos, é a versão animada dos quadrinhos japoneses, chamados de "mangas".

3) Cartoons

Tomando como referência várias características, vemos o surgimento de um padrão estético nos cartoons. Diferente dos desenhos clássicos, o cartoon tem a construção de cenários e principalmente de personagens sob a forma de caricaturas. A técnica da animação em si é influenciada pela computação gráfica e os recursos digitais (como a animação em flash). O resultado é um estilo próprio e ágil que reflete um estilo de histórias com uma aparência que apela a um público infantil e que ao mesmo tempo transmite enredos que oscilam do non-sense às mais profundas reflexões das relações humanas.

4) Versões e traduções

Um fenômeno decorrente dessas variações de estilo é a reutilização de personagens e a "recontagem" de suas histórias sob uma ótica diferente. Vemos essa dinâmica quando personagens de quadrinhos ou de cartoons ocidentais ganham versões como animes.

Mais do que redesenhar, aplicando os traços característicos aos personagens e cenários, essa versão também permite que o foco das histórias migre para retratar os valores e a forma de vida daquela cultura. É como se nos perguntássemos: "como seriam os X-Men se eles fossem japoneses?" ou "se as Meninas Super Poderosas tivessem sido criadas num laboratório japonês, como elas se comportariam?"

E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é um quadro nostálgico que reúne alguns (apenas ALGUNS) dos personagens-chave desses dois estilos dominantes nas produções para TV, cartoons e animes. Claro que eu sinto falta de certos personagens que ganharam a minha predileção, como Coragem, o Cão Covarde, os Cavaleiros do Zodíaco e as Guerreiras Mágicas de Rayearth, mas ainda assim é um lembrete de grandes nomes! 

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