Diego Rocha

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Cultura Nerd

Perfil: Publicitário de formação, mestre em Design, entusiasta da Estética. Professor universitário, fashion-geek, zen-gamer e aficcionado por séries de tv, quadrinhos e cinema de ficção.

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Moda para se vestir de tecnologia

Diego Rocha, | ter, 17/03/2015 - 10:57
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O nome é feio, mas a idéia é sensacional... tecnologia que você veste. O termo em inglês é wearable technology e a sua tradução é exatamente ao pé da letra. Faz parte do que chamamos de "ubiquidade" da área de tecnologia: a característica do que está presente em todo lugar o tempo todo. Muitas vezes nos referimos a isso porque carregamos nossos dispositivos para todo lado (principalmente nossos telefones) e assim temos acesso a tudo o que ele oferece o tempo todo. Estamos disponíveis para chat o tempo todo, podemos acessar a conta bancária o tempo todo, podemos postar fotos, vídeos, textos a qualquer momento, o tempo todo. Então qual é a diferença agora?

A diferença é que essa ubiquidade nos dispositivos que tanto amamos é aparente. Estamos cientes da tecnologia e nós a acessamos, fazemos o processo ativamente. Quando falamos de tecnologia vestível entramos no âmbito da tecnologia "pervasiva", ou seja: a tecnologia que está trabalhando ao nosso redor e em nós sem que a gente se dê conta. O lado bom é que isso não nos ocupa o tempo de clicar, permitir, acessar, logar, etc... O lado ruim: as ações pre-estabelecidas que podem acontecer sem nossa vontade, o sentimento de ser seguido ou controlado constantemente (o princípio da paranóia) e a consequente dependência desses gadgets.

Mas falar do vestir é falar de MODA (e sim, são coisas diferentes). E na esfera da moda temos o valor que as coisas tem e o valor que elas agregam para nós quando as colocamos no corpo. Uma marca, uma cor, um comprimento podem dizer muito sobre quem a utiliza, representando sua origem, classe social, afinidade de temas ou grupos, tribos urbanas, etc. Junte-se a isso o fato de que na nossa sociedade a tecnologia se torna um sinônimo de status (nem que seja para andar com um iPhone sem nem usar um décimo de suas funções).

Seja pela funcionalidade ou pelo status de ostentar acessórios tecnológicos, vejamos alguns exemplos:

1) Google Glass

A idéia existe em desenhos animados e videogames faz muito tempo... Imagine um óculos e através dele vemos tudo à nossa volta corrigindo a imagem, porque temos um desvio, uma insuficiência, uma formação do globo ocular imperfeita ou porque nossa musculatura ocular não dá conta de fazer o foco. Nossos óculos fazem a correção do ângulo de luz para que vejamos corretamente. E esse óculos?

Ele utiliza o princípio da realidade aumentada, ou seja: sobrepõe sobre a imagem real as imagens projetadas pelo seu computador. No desenho animado Dragon Ball Z o personagem Vegeta (e os seres de sua raça que vem do espaço) utilizam um visor "conceitualmente semelhante" onde podem obter informações sobre a pessoa para quem olham. Imagine as aplicações disso nos nossos olhos... imagine olhar para uma pessoa e poder visualizar seu perfil do Facebook, olhar para um produto e pesquisar seu preço, olhar para uma marca e pesquisar onde se encontra dela na sua cidade... agora imagine aplicações realmente úteis, como nos campos da medicina (para instrumentar uma cirurgia) ou da pilotagem (e transformar a cabine de um avião numa tela de simulador de vôo com rotas, estimativas climáticas dos aeroportos em tempo real, etc.).

2) Tech-shirts

A vantagem das camisetas é que elas estão em contato com o nosso tronco constantemente, e se tratando de uma região do corpo "recheada" de órgãos vitais, o potencial de se embutir sensores de acompanhamento vital seria de grande valia. Imagine acompanhar batimentos cardíacos horas seguidas sem precisar parar para medir e sem precisar usar aquela máquina do exame holter... ou pessoas que tenham arritmia ou insuficiência de alguma espécie... seria possível monitorar seus sinais vitais constantemente e alertar serviços de emergência no momento de uma crise. 

 

                

Imagine uma roupa (camisetas, calças, meias...) cujos sensores pudesses servir para o controle da atividade física. Que pudessem medir  além da frequência cardíaca, temperatura corporal, nível de suor, liberação de carbono, etc. Esse tipo de dado poderia servir à ciência esportiva para atingir o máximo resultado dos atletas e a maior eficiência dos treinos.

3) Tênis de corrida

Imagine um tênis de corrida que mede e registra a sua velocidade, a qualidade e intensidade da sua pisada, os passos dados, a distância percorrida e demais estatísticas da sua corrida. Iniciativas assim já existem, como a parceria da Apple com a Nike, mas o potencial vai mais além. Esses dados podem prevenir inclusive os danos às articulações e à coluna, garantindo uma saúde completa ao usuário.

4) Celular de pulso

Sem maiores mudanças no aparelho, a não ser pelo formato e tamanho, a ideia é que o aparelho celular se torne parte integrante do look do usuário. Nesta versão conceitual ele aparece em um formato transparente para acentuar a sua não interferência no aspecto visual. Independente disso, a usabilidade do aparelho se concretiza na praticidade, na leveza e na sua integração ao corpo do dono (que não precisaria pegar ou largar o telefone, apenas aproximar o pulso do rosto para usar).

E caso você esteja se perguntando, aquela imagem lá em cima é o rabisco conceitual de alguns gadgets imbuídos de tecnologia, mas as aplicações reais estão mais perto do que as pessoas imaginam... e os valores conceituais de moda não estão esperando a "mágica" acontecer para depois entrar no processo. Certas marcas de alto padrão internacional estão participando ativamente do processo de pesquisa com o total interesse de disponibilizar esses avanços para seus usuários. Neste exemplo temos uma peça desenvolvida pela Ralph Lauren onde vemos a aplicação de sensores numa faixa abaixo do peitoral, desenvolvida para o torneio US Open de tênis.

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