O futuro presidente Michel Temer está prestes a consolidar a sua equipe ministerial a fim de apresentá-la tão logo Dilma Rousseff seja afastada pelo Senado, o que está previsto para o próximo dia 12. Muitos nomes estavam sendo especulados, inclusive alguns de Pernambuco, que estão praticamente certos na equipe ministerial como Mendonça Filho e Fernando Filho, que já havíamos abordado na nossa coluna.
A equipe começa com Henrique Meirelles no ministério da Fazenda, que será responsável para ajustar a economia e trazer credibilidade ao Brasil no cenário internacional. Para contribuir com essa tentativa de recuperação internacional, Temer decidiu chamar José Serra para as Relações Exteriores visando utilizar a larga experiência de quem já foi ministro do Planejamento e da Saúde, bem como prefeito e governador de São Paulo e duas vezes candidato a presidente da República.
No ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que estava em vias de ser extinto, o presidente Michel Temer optou pelo presidente da FIESP Paulo Skaf, o que poderá contribuir com a relação do governo com o PIB brasileiro. Skaf representa as indústrias e será um importante interlocutor na retomada da economia durante o governo Temer.
O presidente nacional do PSD Gilberto Kassab ficará novamente com o ministério das Cidades, pasta que ocupou durante o segundo governo Dilma Rousseff e há poucos dias optou por entregar o cargo para fazer o alinhamento com a posição do seu partido que foi de votar majoritariamente pelo impeachment da petista. Kassab é um dos maiores articuladores políticos do país, e poderá contribuir bastante na relação do Planalto com o Congresso Nacional.
De Pernabuco, como já haviamos falado, o deputado Mendonça Filho assume o ministério das Comunicações e o DEM poderá indicar aliados para os Correios e a Postalis, estatais que ficam subordinadas à pasta. Outro pernambucano a integrar a Esplanada é o deputado Fernando Filho, líder do PSB na Câmara, que estava cotado para a Integração Nacional, acabou ficando com o ministério dos Portos. Por fim Bruno Araújo, do PSDB, responsável pelo voto que guilhotinou Dilma Rousseff na Câmara, deverá assumir uma pasta que ainda não está definida.
O nome de Raul Jungmann para o ministério da Defesa acabou perdendo força para a indicação de Nelson Jobim, que já ocupou a pasta durante o governo Lula e que possui excelente relação com Michel Temer. Enquanto a situação de Augusto Coutinho para o ministério do Trabalho segue indefinida. Temer escolhe um time de políticos testados nas urnas e na política em si, que responderão pela pasta de tal maneira que possam ser reconhecidos pelo nome, coisa que não vinha acontecendo no governo Dilma, já que ela decidia nomear ilustres desconhecidos para os postos.
No geral Temer começa bem na sua equipe. Não tinha muito pra onde correr, muito menos querer inventar a roda. Se esse time conseguir recolocar o Brasil nos trilhos, dele poderá sair o nome para a sucessão em 2018 com chances de vitória tal como ocorreu com Fernando Henrique Cardoso durante o governo Itamar.
Banco Central - Ainda não há nada definido, porém as chances são grandes de o economista-chefe do Itaú Unibanco Ilan Goldfajn assumir a presidência do Banco Central. Ilan já foi diretor de política econômico do Banco Central até o início do governo Lula em 2003 quando acabou saindo do cargo. A escolha é mais uma sinalização ao mercado financeiro por parte de Michel Temer.
Caixa Econômica Federal - Já para a presidência da Cabaixa, Michel Temer decidiu pela escolha de Gilberto Occhi, que é funcionário de carreira da instituição e foi ministro da Integração Nacional e das Cidades durante o governo Dilma Rousseff. Occhi é uma indicação da bancada do PP no Senado e substitui Miriam Belchior.
Mantidos - Por enquanto, Michel Temer decidiu pela manutenção de Aldemir Bendine na presidência da Petrobras e de Alexandre de Abreu na presidência do Banco do Brasil. A medida serve para demais vice-presidências do Banco do Brasil e demais diretorias da Petrobras, que serão mantidas até segunda ordem.
Problema - Nomes praticamente certos são Henrique Eduardo Alves no Turismo e Romero Jucá no Planejamento, porém ambos estão encrencados com a operação Lava-Jato e poderão trazer dores de cabeça a Michel Temer durante o seu governo. Na avaliação de gente graúda em Brasília, é um equívoco nomeá-los.
RÁPIDAS
Rifado - Antes pule de dez para a secretaria de governo, o ex-ministro Geddel Vieira Lima poderá perder lugar para o ex-deputado Sandro Mabel (GO). A indicação de Mabel é uma reivindicação do centrão da Câmara dos Deputados, composto por PTB, PR, PSD, etc. Temer estaria inclinado a aceitar o pedido dos parlamentares.
Complicações - Alguns integrantes da mesa diretora da Câmara Municipal de Jaboatão dos Guararapes, que recentemente anunciaram apoio a pré-candidatura de Anderson Ferreira a prefeito de Jaboatão, poderão ter seus nomes envolvidos em escândalos de corrupção, é o que garante um funcionário da Câmara que se coloca como pré-candidato a vereador pelo PRTB.
Inocente quer saber - O que falta para Augusto Coutinho assumir o ministério do Trabalho?