Adriano Oliveira

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Conjuntura e Estratégias

Perfil:Doutor em Ciência Política. Professor da UFPE - Departamento de Ciência Política. Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral da UFPE.

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Eleição e segurança pública

Adriano Oliveira , | qui, 23/02/2017 - 20:28
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Pesquisas realizadas em diversas cidades do Nordeste no ano de 2016 revelam que eleitores premiam prefeitos que agem em prol da segurança pública. Elas também mostram que os eleitores, majoritariamente, responsabilizam prefeito e governador pela insegurança. Eleitores desejam que prefeito e governador realizem ações que possibilitem sentimentos de segurança na população.

Governador e prefeito não devem se pronunciar em relação à segurança pública. Premissa falsa. Eleitores desejam ações do prefeito e do governador. Prefeitos que não falaram sobre segurança na eleição municipal erraram. Governadores que silenciam sobre o estado da segurança pública perdem a oportunidade de construir liderança política e eleitoral. Ações contra a criminalidade são demandas dos eleitores.

Na vindoura eleição para governo do Estado, segurança pública será pauta. Governadores serão cobrados. Certamente, a federalização da responsabilidade pela segurança fará parte do suposto discurso estratégico dos governadores candidatos à reeleição. A federalização é um erro. Pois os eleitores desejam adquirir sentimentos de segurança. Não desejam discutir teses sobre segurança pública.

O debate sobre teses está presente na eterna discursão sobre a responsabilidade do governo federal para com o enfrentamento à criminalidade. “A Polícia Federal tem de cuidar das fronteiras”. “O governo Federal precisa construir política de enfrentamento ao tráfico e consumo de drogas”. Estas são assertivas coerentes verbalizadas pelos governadores. Contudo, elas não convencem eleitores.

Os eleitores, como revelam as pesquisas, estão com medo dos assaltos a ônibus. Estão receosos de irem ao caixa-eletrônico. Escutam, diariamente, o número de homicídios ocorridos. Vizinhos, colegas e parentes relatam, costumeiramente, assaltos e arrastões. Existem os fatos e os boatos. Entretanto, fatos e boatos geram sentimento de insegurança.

Governadores sábios não devem ficar em silêncio quando eleitores estão reclamando com ênfase da segurança pública. O enfrentamento à violência contribui para o sucesso eleitoral de candidatos à reeleição.  

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