O mercado financeiro brasileiro vem passando por grandes mudanças. Se, antes, um número reduzido de empresas de grande porte dominava o setor, hoje, a situação é bem diferente. Com o desenvolvimento das tecnologias e o surgimento das fintechs – startups da área financeira – e dos bancos digitais, a maneira como as pessoas se relacionam com o dinheiro e suas transações está, paulatinamente, se diversificando.
Agora, ninguém precisa mais ficar preso a um banco ou a uma financeira, com seus juros altos e taxas sobre todas as operações. Com essa nova realidade, as fintechs têm se tornado grandes empresas que conseguem competir – embora ainda não em pé de igualdade – com os grandes bancos.
O Banco Central vem, desde 2017, concedendo abertura às fintechs para vários tipos de operações antes feitas apenas pelas instituições financeiras tradicionais. Esse movimento permitiu, por exemplo, que a Nubank, já considerada a fintech mais inovadora da América Latina, e tantas outras, como Neon e Next, passassem a oferecer diversos serviços, desde contas correntes e para recebimento de salário, empréstimos e pagamentos com cartão de crédito.
Um levantamento do Finnovation mostrou que o número de startups que atuam no segmento quase dobrou entre o fim de 2016 e o meio de 2018, chegando a quase 400 delas. Elas oferecem serviços como meios de pagamentos, gestão financeira e empréstimos.
A vantagem primordial das fintechs e dos bancos digitais é que eles conseguem oferecer serviços com preços, taxas e cobranças mais baixos que as instituições financeiras tradicionais. Tudo por conta da tecnologia, que permite às startups trabalhar com uma estrutura menor, total ou parcialmente online, sem necessidade de gastos com pessoal e locação de espaços, por exemplo. E ainda trazem a praticidade de o cliente conseguir fazer tudo pelo celular, sem necessidade de ir a uma agência – o que, por si só, já é uma grande vantagem, pois evita gasto de tempo com deslocamento e as grandes filas.
A força das fintechs é tão grande que até mesmo alguns grandes bancos criaram suas startups para oferecer esse novo modelo de serviço aos clientes. O Next, por exemplo, foi criado pelo Bradesco. É uma mudança estrutural marcante nesse mercado que, no Brasil, sempre foi muito dominado por poucas empresas. Essa quebra de paradigma é muito boa para o consumidor, que passa a ter mais opções para escolher, e estimula a competitividade, o que pode fazer com que as companhias que antes dominavam o setor busquem se adaptar a uma nova realidade – e isso significa melhores serviços e menos cobranças.