Janguiê Diniz

Janguiê Diniz

O mundo em discussão

Perfil:   Mestre e Doutor em Direito, Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Exito de Empreendedorismo

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Eleição não é futebol

Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

| seg, 05/09/2022 - 09:13
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Na arquibancada, você pode agir no calor da emoção, gritar, cantar, chorar. À beira do campo, é permitido falar do juiz, tirar sarro com a torcida adversária. Você pode, e deve, comemorar efusivamente a vitória do seu time do coração, aquele a quem sempre dedicou sua torcida. Você só não deveria transportar esses sentimentos e essas atitudes para campos como o da política, por exemplo. Neste, há que se pensar em agir com racionalidade, pois trata não de um jogo, mas, em suma, do futuro do país.

O Brasil tem em sua formação cultural a presença forte da cultura esportiva, notadamente do futebol. Como qualquer esporte, gera torcida, emoção e, em alguns casos mais exacerbados, até conflitos. O problema é que, pela força dessa cultura no inconsciente popular, tendemos a ser assim com tudo que envolve disputas, como é o caso das eleições. O período eleitoral vira um campo de futebol, em que torcidas adversárias se enfrentam para ver quem é a maior, mais forte, ou qual candidato sairá vencedor. Muitas vezes, a paixão fala mais alto do que o real desejo de melhoria para o país. Quem é da torcida adversária é logo tido como perdedor, alguém que “não presta”, ou menos capaz. Essa atitude é tão irracional quanto é nociva, ao passo que relega o centro de uma campanha política, que deveria ser o debate de ideias e a avaliação de propostas, a segundo plano, importando apenas as torcidas por ideologias.

O período oficial de campanha eleitoral está começando. Os “jogadores” entram em campo, mas não para marcarem gols ou fazerem belos passes, e sim para apresentarem suas ideias do que consideram melhor para o país. Cabe a cada um avaliar, com pensamento crítico, e decidir qual parece apresentar a melhor proposta. Sem clubismos, sem deixar as emoções afetarem o julgamento. Acreditar em um candidato, ter uma preferência, é algo positivo, claro, mas não se pode tornar uma idolatria cega. É sempre importante lembrar que políticos são eleitos para servirem o povo, não para se servirem do povo. Assim, devem apresentar ideias e propostas, com argumentos sólidos, que os levem a ser eleitos.

O “país do futebol” não pode levar tudo como uma grande disputa de torcidas. Eleição é coisa séria e merece a devida atenção. Não é época de apenas torcer. É imperativo pesquisar, informar-se, questionar e avaliar quem merece, de fato, ocupar o cargo público, qualquer que seja. Nesse jogo, o fanatismo não pode ter vez.

 

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