Como vai o Brasil?

Gustavo Krause, | ter, 18/08/2015 - 16:18
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Henry Youngman, Judeu inglês (1906-1998), naturalizado americano, foi um violinista famoso e destacado humorista. Fazia rir com piadas inteligentes, intercalando frases curtas, nas suas performances musicais. Uma das mais lembradas: ao sair de casa, recebeu o cumprimento de um amigo que indagou: - Como vai sua esposa?- Comparada com o que? Respondeu.

A propósito, todas as conversas têm, hoje, como tema a situação do Brasil que oscila entre uma rósea visão oficial e um pessimismo assustador das pessoas. Seguindo a lição de Youngman, vamos comparar os indicadores de desempenho das nações no contexto global.

O Índice de Desenvolvimento Humano, criado pelos economistas Amartya Sen  e Mahbub ul Haq, usado pela ONU (PNUD) e que tem como critérios de avaliação: expectativa de vida ao nascer, o acesso ao conhecimento e o PIB per capita. O Brasil ocupa a 79ª posição entre 187 países avaliados.

Índice de Produtividade. Padrão de avaliação: o trabalhador americano. O trabalhador brasileiro alcança 24,1 do mencionado indicador (Conference Board); segundo dados da Universidade da Pensilvânia (1980/2008), o Brasil ocupa 130º lugar entre 151 países pesquisados. A Produtividade Geral dos Fatores é o calcanhar de Aquiles do crescimento sustentado. A média da produtividade brasileira emperrou nos últimos 30 anos. O Nobel de Economia (2008), Paul Krugman, ensina: “A produtividade não é tudo, mas, em longo prazo, é quase tudo”.

Índice de Competitividade (World Economic Forum), intimamente ligado ao de produtividade, utiliza doze critérios de avaliação e mede a capacidade de disputar mercados locais e globais. O Brasil ocupa a 57ª posição (2013/2014) entre 144 países. No item “ineficiência das instituições públicas” o Brasil ocupa a 135ª posição; no item “desperdício de recursos”, a 137ª; e em matéria de “regulamentação estatal”, o Brasil está à frente, apenas, da Venezuela.

Programa Internacional de Avaliação de Alunos da Organização para Cooperação do Desenvolvimento (PISA, trienal: 2010/2012). O programa avalia o desempenho de alunos de 15 anos em matemática, leitura e ciências. Média geral 501; média brasileira 405. Entre 65 países, o Brasil ocupa 58º lugar. Evoluiu, considerando o ano base 2000, porém os demais países evoluíram significativamente. O Brasil investe 25,7 mil dólares nos alunos de 6 a 15 anos; os países da OCDE 83,3 mil dólares.

O Mapa da Violência. Mortes matadas por arma de fogo: 1980/2012, 880 mil mortes (de 8.710 para 42.416) um incremento de 387% no geral e, quando a comparação é especifica em relação à população jovem o aumento é de 463%; a taxa de mortalidade passa de 21,9 mortes para 47, por cem mil habitantes. No período, o crescimento médio anual foi de 6,8% com tendência crescente. Regiões (2002/2012): as maiores taxas de incremento se localizam no nordeste (135%) e no norte (89,19%). A exceção é Pernambuco (-33%) e o sudeste (São Paulo e Rio, -58,7% e -50,3%, respectivamente). Nas capitais, o Recife apresenta uma redução de 50%, atrás de São Paulo e o Rio de Janeiro, o que deve ser creditado ao programa Pacto pela Vida. No contexto internacional o Brasil é o 11% país mais violento do mundo no conjunto de 90 países. São alarmantes os números dos municípios de Simões Filho (BA) com 300 mortes por cem mil habitantes e com mais de duzentas, Lauro de Freitas (BA), Ananindeua (PA), Maceió (AL) e Cabedelo (PB).

Não é de estranhar que o Brasil ofereça o pior retorno do mundo (30 países) em relação aos impostos pagos pelo contribuinte. E agora sofrendo a real ameaça de perder o grau de investimentos (bom pagador) para o de potencial caloteiro.

A lição que fica é a seguinte: as nações prosperaram porque estudaram muito, trabalharam muito, pouparam, investiram muito e as instituições sólidas puniram e punem exemplarmente os delinquentes, em especial, os criminosos de colarinho branco. 

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