Concentração de gases de efeito estufa foi recorde em 2014

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), houve um incremento de 36% do efeito de aquecimento do clima entre 1990 e 2014

| seg, 09/11/2015 - 11:57
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Apesar de todo o discurso de líderes internacionais sobre as ações que estão adotando para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, dados publicados nesta segunda-feira, 9, pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que nunca o volume desses gases atingiu tais proporções. Em 2014, a concentração de CO2 e outros elementos bateu um novo recorde e "continua em seu aumento sem freio, alimentando as mudanças climáticas". Para a ONU, essa tendência vai deixar o mundo "mais perigoso e mais inóspito para as futuras gerações".

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), houve um incremento de 36% do efeito de aquecimento do clima entre 1990 e 2014. Isso foi causado pela longa duração e acumulação de gases como o CO2, o metano (CH4) e o N2O gerados por atividades industriais, agricultura e residências.

De acordo com os dados, a concentração atmosférica de CO2 atingiu 397,7 partes por milhão (ppm) em 2014. No Hemisfério Norte, ela superou a marca simbólica de 400 ppm em abril de 2014. Uma vez mais, na primavera de 2015, a concentração global de CO2 superou a marca de 400 ppm. Para 2016, a projeção é de que essa concentração ainda aumente.

O CO2 é responsável por 83% do aumento do efeito estufa nos últimos dez anos. Em comparação ao período pré-industrial, ele sofreu um aumento de 143%.

Um dos alertas, porém, refere-se à combinação cada vez mais perigosa entre o CO2 e o vapor de água. "O ar mais quente gera uma maior umidade e, portanto, aumenta as temperaturas das superfícies causadas pelo CO2 que, por sua vez, gera maior elevação dos níveis da vaporização das águas e, portanto, aumenta o efeito estufa", indicou a entidade da ONU.

"Todos os anos alertamos que a concentração de gases bate recorde", apontou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. "E todos os anos dizemos que o tempo para reverter essa tendência está acabando", disse. "Precisamos agir urgentemente se quisermos que as temperaturas do planeta estejam em níveis que possamos administrá-las", insistiu.

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