Medo da zika no Rio faz campeão olímpico congelar esperma
Greg Rutherford ganhou a medalha de ouro no salto em distância em Londres-2012
| qua, 08/06/2016 - 18:09
Campeão olímpico do salto em distância em Londres-2012, Greg Rutherford resolveu congelar o seu esperma por causa do medo de contrair o vírus zika durante o período de disputa dos Jogos do Rio, em agosto. A revelação foi feita por Susie Verrill, esposa do atleta britânico, após decisão preventiva tomada pelo casal, preocupado com a propagação de casos da doença no Brasil.
Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que pode acabar provocando microcefalia em bebês, o vírus zika vem sendo temido por alguns competidores que estarão no Rio-2016. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, convocou para a semana que vem uma reunião de emergência para lidar com o surto do vírus, embora não deva sugerir o cancelamento do grande evento a ser realizado no Brasil.
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Medalhista de ouro em Londres, Rutherford tem um filho de apenas um ano, chamado Milo. Mãe do bebê, Susie Verrill não irá viajar aos Jogos do Rio para acompanhar o marido. O vírus zika também pode ser transmitido por meio de relação sexual e há temores de que o vírus propagado pelo Aedes aegypti contribua para a síndrome de Guillain-Barré em adultos, uma enfermidade que provoca fraqueza muscular quando o sistema imunitário danifica o sistema nervoso periférico.
"As notícias do zika têm provocado preocupação sem fim, se formos falar de forma honesta", afirmou Verrill, em um artigo publicado pela revista Standard Issue, no qual a esposa de Rutherford explicou que os conselhos dados por "mais de 100 especialistas médicos" que abordaram o assunto foram um "enorme fator" para a decisão de congelar o esperma de seu marido. "Gostaríamos de ter mais filhos e não gostaria de me expor a uma situação que eu poderia prevenir", enfatizou.
Na última terça-feira, dias depois de 150 especialistas estrangeiros pedirem, em carta aberta, o adiamento da Olimpíada no Rio por causa do risco de propagação do zika, cientistas brasileiros se posicionaram em defesa do evento. Um grupo de oito pesquisadores ligados à Fundação Oswaldo Cruz e à Fundação Getúlio Vargas divulgaram um documento em que listam argumentos para a manutenção da Olimpíada no Rio.
Na semana passada, por sinal, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, já havia classificado como exagero a carta dos cientistas estrangeiros. Ele lembrou que foram mobilizados 3,5 mil agentes externos e 2,5 mil funcionários para trabalhar tanto em ações de prevenção quanto de reforço na assistência à saúde no combate ao zika. Barros falou sobre o assunto ao anunciar o lançamento de um edital de R$ 65 milhões para financiar pesquisas sobre prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças relacionadas ao vírus.