O equívoco de Tasso Jereissati

Edmar Lyra, | sex, 26/05/2017 - 09:29
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Cotado para disputar a eleição indireta caso se confirme a saída de Michel Temer, o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) já se articula não só dentro do seu partido como também no Congresso Nacional para ocupar o posto. Porém ele teria sinalizado uma mudança que dificilmente conquistaria o establishment, que seria a substituição de Henrique Meirelles por Armínio Fraga.

Ambos já foram presidentes do Banco Central, Arminio foi durante o governo FHC, enquanto Meirelles ficou oito anos no cargo durante o governo Lula. Os dois são economistas respeitados e com grande respaldo do mercado. A diferença é que Henrique Meirelles é o melhor ministro do governo Michel Temer, e vem sendo quase uma unanimidade no cargo.

Desde a saída de Guido Mantega, que já vinha sendo contestado, que um ministro da Fazenda não era tão elogiado. Meirelles é a joia da coroa do governo Michel Temer, e o mercado anseia pela sua manutenção no cargo, ainda que Michel Temer venha a sair. Na prática, nos momentos de crise como o que vivemos, o ministro da Fazenda passa a ter uma importância idêntica a do presidente da República  e pelos sinais do mercado, Meirelles hoje é mais importante do que Temer para a retomada do país.

Quando Tasso considera trocar Meirelles por Fraga ele está sinalizando para o mercado que pode haver algum tipo de mudança na política econômica, ainda que ambos sejam muito parecidos na forma de agir, e qualquer ruído de mudança de uma política econômica que vem dando certo pode não ser bem recebida.

Pesa contra Armínio Fraga o fato de ele ter sido demonizado pelo PT na reta final do governo FHC quando ele era presidente do Banco Central e isso certamente seria explorado pelos petistas num governo do PSDB. Além do mais, durante a campanha eleitoral de 2014, quando era cotado para assumir a Fazenda de Aécio, Armínio Fraga afirmou que o salário mínimo estava muito alto e que não dava pra continuar aumentando o salário como vinha ocorrendo, uma declaração que os opositores irão utilizar a exaustão a fim de desgastá-lo.

Por esses e outros fatores, Tasso Jereissati já começou muito mal a sua pré-campanha rumo ao lugar de Michel Temer, pois não se mexe em time que está ganhando e Henrique Meirelles é o craque, o camisa 10 do time que está, aos poucos, recuperando a economia brasileira.

Prejuízo - As manifestações anarquistas da última quarta-feira lideradas pelo PT e Movimentos Sociais, deixaram um prejuízo preliminar de R$ 2 milhões. Os manifestantes depredaram vários ministérios, além do prejuízo financeiro, eles prejudicaram os funcionários públicos que tiveram seu trabalho inviabilizado pelas manifestações.

Suspeito - Antes de ser nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin teria contado com a influência dos donos da JBS para chegar à Suprema Côrte, de acordo com informações da mídia nacional. Se confirmada a informação, o ministro terá muito o que explicar depois do maravilhoso acordo formalizado pelos irmãos Joesley e Wesley.

Cotado - O senador Armando Monteiro pela sua interlocução nacional, sobretudo com o segmento empresarial e industrial, teve seu nome ventilado para assumir a presidência da República na eleição indireta caso Temer deixe o cargo. Armando tem excelente diálogo com Fernando Henrique, Lula e Michel Temer.

Filme - Estreou ontem nos cinemas "Real - O plano por trás da história" que mostra os bastidores da mais bem sucedida operação econômica da história do Brasil. O plano real venceu a inflação e saneou o sistema financeiro brasileiro, deixando um dos maiores legados para as próximas gerações. Em 2017 o Real completa 23 anos de existência.

RÁPIDAS

Inquérito - O ministro Ricardo Lewandowski foi escolhido ontem para relatar o inquérito envolvendo o deputado federal Betinho Gomes (PSDB), que investiga o favorecimento da Odebrecht no empreendimento Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho.

Debate - O Instituto Brasileiro de Ciências Jurídicas e Sociais – IBCJUS, promove nesta sexta-feira, debate sobre o tema "Brasil em discussão", com o coordenador científico o professor doutor Adeildo Nunes e o professor Clovis Miyachi. A discussão sobre política, mídia, judiciário e os novos rumos para o país, acontecerá durante almoço, no Rui Paula, das 12h às 14h. O debate será mediado pelo diretor do IBCJUS, Nelcy Campos.

Inocente quer saber - Edson Fachin pagou bem a fatura da sua nomeação para o STF?

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