Tópicos | 1 de Abril

Comemora-se neste sábado (1), o Dia da Mentira, data que carrega consigo muitas versões sobre sua verdadeira origem. É um dia em que muitas empresas, veículos de comunicação e até mesmo as propagandas dos governos criam ‘pegadinhas’, divulgando notícias falsas para entreter o seu público.

Uma das teorias mais populares é que sua origem remonta aos festivais pagãos, como o Hilaria romano, que era comemorado no mês de março para homenagear Mitra, o deus da justiça e da aliança. Durante essas festividades, as pessoas se disfarçavam e trocavam entre si, presentes falsos.

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Outra teoria é que a data tem origem na França do século XVI, quando o Ano Novo era comemorado no dia 25 de março, com festas que duravam uma semana e terminavam no início do mês de abril. Porém, no ano de 1564, o rei Carlos IX mudou o calendário para o sistema gregoriano, que é o mesmo usado atualmente, e o Ano Novo passou a ser comemorado em 1º de janeiro. No entanto, muitas pessoas resistiram a alteração e continuaram a celebrar as festividades no dia 1 de abril. Essas pessoas eram ridicularizadas por outros indivíduos e recebiam presentes falsos, o que acabou se tornando uma tradição.

Há outras explicações que tentam justificar as origens do dia. Uma delas diz que a ideia veio da natureza, que costumava “enganar” as pessoas durante o final de março e começo de abril, com alterações climáticas repentinas.

Independentemente de sua origem exata, a data é uma tradição popular em muitos países, como no Brasil, e as pessoas através dos momentos de descontração entre amigos, contam mentiras entre si.

Em entrevista ao LeiaJá, Paulo Sena, de 24 anos, que faz aniversário neste sábado (1), disse que sempre precisou enfrentar situações inusitadas e passou a vida ouvindo as pessoas zombarem da sua data de nascimento. O estudante recorda, sorrindo, de uma vez em que amigos fingiram não lembrar do seu aniversário.

"Não tinha recebido felicitações de nenhum amigo próximo, e achei muito estranho, pois isso nunca tinha acontecido em anos anteriores. Quando cheguei em casa de noite, depois de um dia cansativo de trabalho, todos os meus amigos estavam reunidos em minha sala, onde organizaram uma festa surpresa para mim. Ao invés de gritarem meu nome, gritaram: mentiroso", disse Paulo.

Questionado sobre seu modo de lidar com essas situações, Paulo relatou que em certas ocasiões “as brincadeiras ultrapassam o limite do respeito”, porém sempre entende que faz parte da tradição da data.

'’Comemoro de uma forma normal como qualquer pessoa comemora o dia do seu aniversário, porém as brincadeiras e zoações quebram um pouco do clima do dia. A data é um pouco complicada, pois eu sempre corro o risco de receber presentes falsos ou brincadeiras que possam constranger. Além disso, algumas pessoas podem não acreditar que seja realmente o meu aniversário, o que pode gerar situações desconfortáveis. No entanto, encaro a data com bom humor e aproveito para fazer o dia mais alegre com os amigos e familiares’’, afirmou o estudante.

Na publicidade, muitas empresas têm usado o dia para se aproximarem de seus clientes mostrando senso de humor, como fez a popular rede de ginástica Planet Fitness nos Estados Unidos. Em 2015, a empresa revelou um novo produto inovador chamado Reclino-max, uma poltrona reclinável que funcionava como uma máquina de condicionamento físico. A marca decidiu que não só queria trazer mais conforto para a academia, mas “mais academia para o conforto”, criando uma mentira de que seus clientes iam poder descansar e fazer exercícios físicos ao mesmo tempo. Porém, a propaganda depois desmentiu a informação e disse que era apenas uma brincadeira do marketing da empresa.

O Google em 2007, um dia antes da data, anunciou um novo serviço chamado "Gmail Paper", que permitiria que os usuários tivessem seus e-mails adicionados a um "arquivo de papel", e a marca supostamente os imprimisse em papel feito de “96% de soja orgânica pós-consumo”. Tudo não passava de uma brincadeira.

Em 2021, o Magazine Luiza também decidiu dar um susto nos internautas. A influencer virtual através da página oficial nas redes sociais dizia: "É real oficial, o Magalu vai me deixar". Logo em seguida, explicou a brincadeira, dizendo que estariam liberadas ofertas para os seus consumidores.

Cuidado com as fake News

Apesar da tradição e permissão lúdica no dia 1º de abril, uma mentira pode ser considerada fake news quando é utilizada para propagar uma notícia falsa ou com dados manipulados deliberadamente para enganar as conclusões de seus leitores.

Além disso, a desinformação pode gerar disputas, lutas e tomadas de posições que podem causar danos a indivíduos e instituições. Existem punições para isso.

 

Nesta sexta-feira, 1° de abril, é comemorado o Dia da Mentira e, como se sabe a Internet se tornou um ambiente em que muitas pessoas acabam caindo em notícias falsas. Mas, como se prevenir delas?

Primeiro passo: conferir as fontes: O perfil/veículo que postou a notícia é verificado? É confiável? Quem divulgou a informação? Como lembra o jornalista e coordenador do curso de Jornalismo da Universidade Guarulhos (UNG), Alex Francisco, é fundamental “sempre pesquisar a origem da notícia, a veracidade do assunto, em especial em sites e fontes oficiais e confiáveis. Verificar também quem assina a reportagem, se é profissional do Jornalismo com conhecida cobertura sobre o assunto ou carreira jornalística ilibada”, aconselha ele. 

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Outra dica: pesquisar em mais de uma fonte: também é importante ter diferentes pontos de vista da mesma situação, para não se deixar levar por textos subjetivos. É importante também ler  a notícia inteira e não apenas a manchete e ainda verificar a data da publicação, para não se confundir. 

Francisco relembra casos de personalidades e youtubers que foram punidos por divulgarem conteúdo com informações falsas nas plataformas digitais, e tiveram que pagar indenização. E lembra o que  fazer ao se deparar com uma matéria de origem duvidosa. “Tão importante para não cair em desinformação é não compartilhar caso tenha alguma dúvida sobre a autenticidade do que é compartilhado. Não propagar e denunciar o conteúdo com inverdades é uma ferramenta importante para combater esse mal”.

No Brasil ainda não existe uma lei contra fake news. Porém, de acordo com as leis vigentes no país nas áreas administrativa, cível, eleitoral e penal, produzir e o compartilhar desinformação pode resultar em punições aos responsáveis. “Mensagens com injúria, difamação ou calúnia podem gerar condenações, como reparação de danos e prestação de serviços. Conteúdo racista pode levar à prisão”, afirma.

“A veracidade das informações é uma das máximas do jornalismo, e quando há uma desinformação, ela rompe com esse princípio tão importante”, finaliza o professor. 

Por Maria Eduarda Veloso

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