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As propagandas de antigamente indicavam os adoçantes como uma opção saudável e vendiam a ideia de que eles ajudariam na perda de peso. O aspartame, um dos adoçantes artificiais mais presentes em ultraprocessados e refrigerantes, virou objeto de uma recente investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que identificou o potencial cancerígeno da substância e recomenda que seu consumo seja evitado. 

Presente no nosso dia a dia, na sobremesa, no sorvete, no suco ou na pausa para o cafezinho, os adoçantes sem sacarose, também chamados de edulcorantes, podem trazer doenças crônicas com o uso prolongado, explicou a nutricionista Hortência Andrade. 

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"Antigamente a gente pensava que esses edulcorantes controlavam o peso corporal, reduzia doenças crônicas não transmissíveis, mas hoje já tem vários estudos que provam que eles não trazem esses benefícios. Pelo contrário, eles podem estar associados com doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo o câncer", avaliou. 

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Com capacidade de adoçar 200 vezes maior que o açúcar de mesa, os edulcorantes e o açúcar refinado ficam praticamente empatados em relação aos riscos à saúde. Para quem não abre mão do docinho, Hortência sugere a escolha por aquele que seja usado em menor quantidade e cita a stevia como uma possibilidade interessante, por sua origem vegetal. 

Apesar da OMS estipular uma dose segura em torno de 2,5g diários para uma pessoa de 60kg, a nutricionista indica o uso da frutose, o açúcar natural das frutas facilmente encontrado na uva passa.  

Porém, o ideal recomendado pela especialista é programar o paladar a alimentos mais amargos, sem a adição de qualquer açúcar. "O ideal mesmo é que a gente programe o nosso paladar para evitar o consumo desses edulcorantes", frisou. 

Os álcoois de açúcar podem ser aliados nesse processo de adaptação. "Ainda para adoçar as bebidas e refeições, a gente consegue utilizar os polióis, que a gente tem como exemplo o xilitol e o eritritol", comentou Hortência, que alerta para alguns de seus efeitos adversos como gases e outros desconfortos gastrointestinais em algumas pessoas. "É uma opção individualizada", complementou. 

Há quem diga que adoçante não engorda, já que ele não tem caloria nenhuma. Mas alguns cientistas descobriram que essas substâncias, inventadas para o auxílio no emagrecimento, acabam causando o efeito oposto, pelo menos nos testes iniciais feitos em animais.

Neurocientistas australianos divulgaram que os testes nas moscas usadas para entender por que isso acontece concluíram que adoçantes fazem o cérebro acreditar que está com fome. 

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Os cientistas deram açúcar para algumas moscas, e adoçantes para outras. No resultado, as do adoçante consumiram 30% mais calorias no comparativo. A conclusão clara foi que consumir adoçante faz aumentar o consumo calórico. Para confirmar, os cientistas cortaram os adoçantes da dieta do primeiro grupo de moscas e rapidamente o consumo de calorias voltou a cair.

Na busca pelos "porquês", os pesquisadores monitoraram a atividade das sensillas, pelinhos que as moscas têm na boca, que contém os receptores de paladar do animal. Descobriram que o apetite dos bichinhos por açúcar aumentou quando eles consumiram muito adoçante. Concluíram que a atividade elétrica foi maior quando as moscas comeram mais adoçantes, deixando-as mais sensíveis ao açúcar.

Os adoçantes ativam uma rede neural que é exatamente a mesma que é ligada quando os animais passam fome, mas não nos dão nenhuma caloria. Por isso, deixam o corpo com um maior apetite de comida, como se estivéssemos passando fome. Adoçante não engorda, mas ativa um sistema fisiológico que nos faz comer mais. E comer mais engorda. A pesquisa nos humanos ainda é inconclusiva.  

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