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Após várias acusações por falta de atuação na Secretaria Executiva dos Direitos dos Animais (SEDA), feitas pelo o seu ex-assessor Romero Albuquerque e por vários ativistas da causa animal, o secretário Rodrigo Vidal retrucou as denúncias e afirmou que há mais interesse político e inveja. Em entrevista ao LeiaJádurante a feira de adoção dos cães abandonados da casa do bairro da Encruzilhada, no Parque Dona Lindu, o gestor falou que está cumprindo com os deveres que cabem o órgão, e que em alguns casos aguarda a autorização do prefeito Geraldo Julio.

Em conversa com a equipe de reportagem, Vidal falou sobre as criticas dos ativitas, da atuação da SEDA e de sua colocação no cargo. Confira a seguir:

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LeiaJá (LJ) - Ativistas reclamam que não abertura da secretaria para falar sobre os problemas relacionados à causa animal. Há acesso à SEDA?

Rodrigo Vidal (RV) - Isso não procede. Eu sou o único secretário que participa de todos os eventos de animais e que permanece todo o tempo no mutirão de atendimento veterinário e adoção. Todos os dias eu fico no quinto andar da prefeitura, inclusive trabalhamos de portas abertas. É só ir lá. Eu recebo toda semana diversos ativistas, estou todo mês estou em dois eventos públicos e fui o primeiro secretário a realizar uma audiência pública antes de assumir o cargo. Não entendo essa afirmação dos ativistas.

LJ - Alguns ativistas relatam que você não possui vivência na causa animal e que inclusive "caiu de paraquedas". Você deu visibilidade à causa ou a causa deu visibilidade para você?

Eu não sou nenhum bobo. Sou concursado pelo Banco Central, concorri com mais de 350 mil pessoas e fui aprovado na 14ª colocação. Sou formado em direito, psicologia  e pós graduação em administração pública. Sou um homem sério, honesto e trabalhador. Eu cheguei aqui nessa cidade e ninguém tinha a visibilidade da causa animal, que foi iniciada por mim. Vale lembrar que sempre trabalhei por motivos pessoais com aniamais sem almejar nada em troca. Estou aqui há quatro anos e depois da causa apresentada, todo mundo agora quer ser defensor dos animais para se eleger vereador.

LJ - Porque você deixou de atuar no Banco Central para seguir, de certa forma, a carreira política?

RV - Eu não sou político profissional, sou concursado do Banco Central e desde que assumi o cargo optei em receber apenas pelo Banco. Mesmo podendo acumular as duas funções preferi abdicar de uma, no caso da Câmara. Quanto à minha opção de atuar pela causa animal ocorreu após um pedido de uma ativista de Olinda, chamada Simone Sales, que na época afirmou que além de eu possuir perfil, poderia dar visibilidade a causa animal. Minha eleição foi toda feita por voto de opinião e eu investi pouco, aproximadamente R$ 17 mil na campanha.

LJ - E como você avalia as reivindicações e críticas feitas pelos ativistas?

RV - Acredito que são atitudes que devem ser de caráter pessoal. Acho que eles deveriam me procurar e não recorrer à imprensa. Estou diariamente no 5º andar com as portas abertas. Não precisa nem agendar, basta ir. Isso eu afirmo e reafirmo. Recebo todo mundo. Penso também que muitos dos ativistas têm interesse político. Isso está claro, até porque vivemos em uma sociedade politizada e para acentuar, lembro que as eleições ocorrem o ano que vem.

LJ - Algumas ONGs relatam que poucos animais são castrados e a maioria não são microchipados, inclusive três mil chips perderam a validade por falta de uso. Quantos animais passaram de fato por esses processos?

RV - Praticamente todos já foram castrados. Eu não tenho o número, até porque está com equipe técnica, mas se não me engano, quase todos passaram pela cirurgia, todos pela SEDA.  Em relação ao microchip todos os animais da Encruzilhada estão recebendo a aplicação. Quanto aos três mil chips, ressalto que eles não foram solicitados pela SEDA e sim pela Secretaria de Saúde. Isso é coisa antiga, daí as pessoas misturam as informações e publicam informações sem procedência.  Muitas vezes, a imprensa veicula informações desencontradas sem saber de fato a veracidade das coisas. Reforço que todos os microchips que foram licitados para SEDA estão sendo aplicados nos animais.

LJ - O Hospital veterinário está previsto para ser construído quando? Como está o processo de licitação e o andamento das obras?

RV - O terreno já existe, que fica atrás do Parque de Exposições do Cordeiro, com uma área de 1.300 metros. A nossa Secretaria já elaborou e entregou o projeto para o Gabinete de Projetos Especiais - setor que viabiliza as obras da prefeitura.  Porém, a decisão da construção do Hospital Veterinário é do chefe do executivo municipal, que é o prefeito. Ele é quem assina a ordem de serviço, não sou eu. Atualmente, Geraldo Julio está estudando o melhor momento para iniciar as obras.

LJ - O prometido Hospital Veterinário vai oferecer o que para os animais?

RV - Vai oferecer cirurgia seletiva, castração, que hoje realizamos em uma sala na CVA; emergências, radiografias e exames. Será algo bem estruturado e com uma excelente localização, na área central da cidade do Recife.

LJ - Há pouco mais de um mês, entrevistei o seu ex-assessor Romero Albuquerque e na ocasião ele criticou veemente a sua atuação. Qual a relação entre vocês depois da saída dele da SEDA?

RV - Não existe nenhuma relação. Desejo que ele seja feliz e que ele encontre paz no coração. Confesso que oro pelos meus inimigos todos os dias. Eu só faço o bem, trabalho com a verdade. Se as pessoas têm inveja, fraqueza, que elas sejam felizes e encontrem cada um o seu caminho. Essa é minha postura e a melhor resposta que eu dou para todas as acusações inverídicas que me fazem é trabalho.

LJ - Romero Albuquerque atribui  sua visibilidade à causa animal ao trabalho realizado por ele. O que você tem a falar sobre essa afirmação?

RV - Não sei como, eu desconheço isso. O que ele fez? Como ele ajudou? Quem fez a campanha fui eu e um conjunto de forças que se uniram para eleger um representante da defesa animal. A primeira eleição no Nordeste com um líder legítimo da causa. Eu recebi votação do Recife todo, de várias regiões. E a minha eleição foi um milagre, gastamos relativamente, pouco e atingimos bons resultados, através das Redes Sociais. Não vejo como ele contribuiu.

LJ - O seu ex-assessor ainda acusa que na SEDA havia demissões recorrentes sem justificativa. Essa afirmação é verídica?

RV - Isso não existe, claro que não tem fundamento. Eu sou um cara humanista. Observe minhas profissões: professor, psicólogo, advogado e cristão. Só que a inveja é muito grande e tem muita gente que almeja o meu cargo. Todos que me acusam pensam o seguinte: "eu quero estar no lugar dele, receber o que ele recebe e ter a visibilidade que ele tem". Daí, as pessoas ao invés de trabalhar para isso, ficam tentando buscar um atalho e inventam histórias que não procedem.

LJ - Quanto à Lei que discerne sobre os veículos de tração animal. O que foi definido pela SEDA e qual será a estratégia utilizada para a retirada desses trabalhadores e animais?

A prefeitura do Recife ainda está fazendo um estudo inter-setorial, que envolve diversas secretarias como a da Mulher, do Transito - a CTTU, da Juventude e Qualificação Profissional, de Segurança, tudo para fazer um trabalho equilibrado. Estamos fazendo isso para cuidar simultaneamente da saúde do animal e das famílias dos carroceiros. Muitos possuem filhos, que começam a trabalhar nessa área e deixam de estudar. O projeto e as estratégias a serem tomadas mais uma vez depende do prefeito Geraldo Julio. Ele é o chefe do executivo. 

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