Tópicos | Aila Menezes

A cantora baiana Aila Menezes, de 32 anos, compartilhou nesta sexta-feira (23) que venceu uma ação judicial envolvendo racismo, machismo, gordofobia, difamação, ameaça, intolerância religiosa e uso indevido de imagem. A causa trabalhosa foi mantida em segredo de justiça desde o ano passado e por isso, os nomes das demais partes foram preservados.

A artista procurou os seus direitos após ter sido linchada virtualmente e ter sofrido ameaças de morte por parte de grupos da extrema-direita. Os ataques foram incentivados por um partido político da ala conservadora, mais especificamente por um político da tal sigla, que usou a imagem de Menezes indevidamente em uma campanha, com comentários pejorativos sobre a cor da pele da cantora, seu cabelo, seu corpo, gênero, religião e origem do seu trabalho.

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No vídeo de quase uma hora publicado no Instagram, Aila celebra a sua vitória judicial e, emocionada, compartilha com fãs e amigos a jornada de quase um ano sofrendo abusos e violência na internet, com comentários que chegaram a incitar o suicídio e a ameaçar a integridade física da baiana e de sua família. “Quando os meus advogados, Ives Bittencourt e Janaína Abreu, me ligaram para avisar que eu ganhei, explodi de felicidade. Estava vivendo há um ano calada, em depressão, sem acreditar na Justiça. Foi um processo muito emocionante, e, felizmente, o direito humano venceu”, comemora a soteropolitana.

Segundo depoimento da vocalista, a história teria começado em julho do ano passado, quando ela postou um trecho de um de seus shows no TikTok. As imagens rapidamente viralizaram e hoje já somam quase 9 milhões de visualizações. Não bastassem os ataques gordofóbicos e racistas recebidos nos comentários, alguns políticos e partidos de extrema direita pegaram as imagens e subverteram-as em propagandas políticas.

A cantora de pagode processou oito desses agressores e o resultado da primeira ação foi divulgado nesta semana. Um ex-candidato nas eleições de 2020, cujo nome não pôde ser revelado pois o processo corre em segredo de justiça, terá que pagar uma indenização, além de gravar um vídeo de retratação. O juiz deu ganho de causa em todas as acusações.

Já o condenado admitiu que adulterou as imagens para obter ganho político em cima delas. No vídeo original postado, a cantora aparece dançando a música “Abaixa que é tiro”, de Parangolé. O fato de ela usar roupas curtas na apresentação, deixando as nádegas expostas, foi usado pelos agressores para atacá-la. "Eles tentaram destruir minha carreira. Entregaram abaixo assinado para que o Governo do Estado não me apoiasse mais. Recebi ameaça de morte, de estupro, tentaram tirar minhas páginas do ar, destruíram minha saúde mental e minha carreira. Perdi contratos, atrapalhou demais. Eu fui ofendida em toda a forma em minha existência enquanto mulher, negra de pele clara, nordestina, LGBTQI+ e gorda”, lembra.

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