O que você faria se tivesse entre 4 a 6 meses de vida? A frase pegaria de surpresa muita gente, que provavelmente ficaria sem resposta. Mas, é contra o tempo que um jovem chamado Gui Pagnoncelli, 27 anos, corre em busca da cura por meio da fé e ajuda da sociedade no sentido de arrecadar dinheiro para os tratamentos necessários e caros.

Diagnosticado com câncer de estômago em 2012 e, recentemente, novamente diagnosticado com adenocarcinoma, um tumor mais agressivo, o alagoano contou, no final da tarde dessa sexta-feira (6), através de uma live, que esse foi o tempo dado de vida para ele segundo a “contagem médica”. 

Gui, que apareceu bastante abatido, fez um longo discurso de reflexão. “Quem imaginaria como seria a vida de vocês há uns anos? A gente, às vezes, acaba mudando de emprego, muda toda a rotina, a gente nunca imagina como as coisas vão ser. A gente sempre acha que pode ter o dia de amanhã, planos de viajar final de ano, de ter filhos, mas não imagina as provações da vida”. 

Ele falou que a doença é algo democrático e que pode atingir qualquer um por não escolher crença, nem tampouco classe social. “E, por isso, ela pode bater na porta. Às vezes, ela chega calma para ensinar, para aprender e para testar o quão forte você é. Deus não quer nada de mau, mas ela chega, invade, faz morada. Ela destrói suas células, você descobre quem são seus amigos, as pessoas com as quais pode contar. Você aprende qual é o significado da palavra amor, família e amigos”.

“Alguns amigos partem por medo, insegurança, mas Deus é tão bom e muitos desses mergulham de cabeça com você, levantam cedo, te levam ao médico sempre acreditando, mas o câncer não é uma gripe, ele vem com a intenção de vencer e dominar, mas por mais que você vá para a guerra, muitas batalhas vencidas, me sinto como o soldado que vai na frente e leva os primeiros tiros”, contou. 

Apesar da contagem médica de que teria até seis meses de vida, Gui demonstra uma força única e muita esperança. “Eu acho que ela [a doença] anda meio decepcionada comigo. Faz cinco anos que eu mostro o quão forte eu sou. De repente, Deus pode tocar e posso ficar bom sem precisar de nada porque ele pode. Ele é o Deus do de repente. Ou esperar mais um pouco para medir mais a minha fé, mas eu estou cansado por mais que seja forte para suportar, está doendo. Não aguento mais sentir dor, não aguento mais sofrer”.  

“Na contagem médica, eu tenho de 4 a 6 meses. Pelo menos, eu vou ver o réveillon, ver 2018 chegar, vou curtir meus amigos e a minha família, tranquilo, de alma lavada com a sensação de dever cumprido. Eu não fui covarde. Eu não desisti e não desisto, mas é um tratamento caro, que requer ajuda de todo mundo. Para mim, tenho que correr contra o tempo. Cada dia que passa é menos um dia para mim”, desabafou.

Vários artistas como Ivete Sangalo já demonstraram o apoio a causa dele. Você pode ajudar o Gui em seus tratamentos. Saiba mais: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/forca-gui-o-cancer-um-dia-sera-apenas-um-signo ou visite seu Instagram @guipagnoncelli_