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O grupo EBX, do empresário Eike Batista, extinguiu, há cerca de um mês, uma diretoria e um conselho de sustentabilidade, criados há três anos. Foram demitidos em torno de 50 funcionários, incluindo pessoal da área de suprimentos, departamento jurídico e tesouraria. A diretoria de sustentabilidade, que chegou a ter 30 pessoas, iniciou o ano bem mais reduzida.

Procurada, a empresa não quis comentar o assunto. Integrante do conselho, formado por oito pessoas, o almirante Ibsen de Gusmão Câmara, que foi vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, disse que foi comunicado da dissolução do grupo por telefone, pelo diretor da área, Paulo Monteiro, há pouco mais de um mês, dias depois de a decisão ter sido tomada.

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O Conselho de Sustentabilidade, de caráter consultivo, reunia-se trimestralmente mas, segundo o almirante Câmara, não serviu para muita coisa na prática. "Decidimos alguma coisa em termos de recomendação, mas nunca tivemos um retorno significativo. Na verdade, havia uma certa insegurança de como deveria funcionar o conselho, que era uma novidade para o grupo, e a coisa ficou um pouco imprecisa", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Uma fonte ligada ao grupo EBX disse que a empresa antecipou uma reestruturação da área de sustentabilidade prevista para o ano de 2016. O processo começou a ser desenhado no início do ano passado e previa a extinção da diretoria. Os assuntos ligados ao tema seriam absorvidos por gerências executivas ou diretorias de sustentabilidade das próprias controladas. Desde o ano passado, os assuntos já vinham sendo transferidos a cada uma delas.

A decisão vem na esteira da redução de custos. A lógica é que, em lugar de novas contratações para as empresas X, realocaram o pessoal da diretoria de sustentabilidade da holding. O diretor Paulo Monteiro, conforme informou a fonte, permanecerá como consultor mas sem contrato de exclusividade com o grupo. Monteiro ficou 13 anos com Eike, participou da fundação da MPX, onde foi diretor de Novos Negócios e Meio Ambiente, além de ter assumido cargos nos conselhos da OGX, LLX e OSX.

O almirante Gusmão Câmara disse não ter sido informado do motivo para a dissolução do conselho, mas desconfia que seja porque o grupo "passa por dificuldades financeiras". Cada conselheiro recebia cerca de R$ 8 mil por reunião. Para ele, a extinção trará prejuízos ao grupo.

"Seria importante (manter) porque, naturalmente, muitas atividades do grupo podem ser agressivas ao meio ambiente. Eles (os controladores) demonstraram, nesse período em que estivemos lá, que estavam um pouco por fora desse tipo de problema. Seria útil para o grupo (manter o conselho) não só para sua atividade normal, mas também como uma demonstração pública de que estavam dando importância ao meio ambiente", disse. Eike Batista, segundo ele, participou de apenas uma reunião do conselho, desde a sua criação.

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