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Extinta oficialmente em 31 de março de 2017, a Autoridade Pública Olímpica (APO) ainda não foi liquidada, quase dois anos depois. O fim definitivo da entidade - um consórcio público formado pela União, pelo Estado do Rio de Janeiro e pelo município do Rio - depende do pagamento de uma dívida que alcança R$ 124,5 mil com fornecedores.

A APO foi criada para assegurar o cumprimento das obrigações assumidas pelos entes governamentais perante o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico Internacional para a realização dos Jogos do Rio-2016. Era a entidade quem divulgava o andamento da Matriz de Responsabilidade e os custos das obras. Quando encerrou as atividades, porém, o fez sem informar os custos totais com a Olimpíada do Rio. E sem pagar todas as suas dívidas.

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O curioso é que, quando da (pretensa) dissolução da APO, dinheiro em caixa não faltava. Ao todo, o consórcio possuía R$ 47,22 milhões em recursos. Desse valor, R$ 46,9 milhões haviam sido investidos pelo governo federal, R$ 238,59 mil pelo Estado e R$ 90,56 mil pela Prefeitura do Rio.

O dinheiro deveria ter sido devolvido "aos entes públicos, na proporção de suas contribuições para o funcionamento do consórcio", segundo constava na resolução publicada no Diário Oficial da União um dia antes da extinção oficial da APO, o que não aconteceu.

O montante está aplicado. "Em cumprimento à legislação em vigor, os valores permaneceram depositados no Banco do Brasil, e aplicados em Letras do Tesouro Nacional", informou ao Estado a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), autarquia que, na prática, substituiu a APO.

A entidade foi criada ainda na gestão do presidente Michel Temer (MDB), e em tese deverá ser extinta nos próximos meses. "A Aglo será extinta por ato do Poder Executivo federal após tomadas as providências de longo prazo necessárias à destinação do legado olímpico ou no dia 30 de junho de 2019, o que ocorrer primeiro", dizia a Medida Provisória que criou a autarquia. Mas há nos bastidores uma movimentação para que ela se mantenha por mais tempo.

Instalada no Parque Olímpico da Barra, a Aglo é responsável por gerir as Arenas Cariocas 1 e 2, o Velódromo e o Centro de Tênis. A estrutura é mantida com recursos federais e com contrapartidas de entidades que ocupam as instalações eventualmente.

No fim do mês passado, a autarquia nomeou cinco servidores para tentar liquidar de vez a APO. Entre eles há um gestor financeiro e um contador. Segundo a entidade, eles não receberão nenhuma gratificação extra pelo trabalho.

"Cabe ressaltar que os designados para as atividades de encerramento financeiro da APO não terão qualquer remuneração extra para exercer as funções previstas na referida portaria", informou a Aglo.

Apesar de não ter aumento de gastos com o deslocamento de servidores, a autarquia precisará despender recursos financeiros na empreitada. Isso porque, por força de lei, sairá dos cofres da entidade os R$ 124,5 mil necessários para extinguir, finalmente, a APO.

A Autoridade Pública Olímpica (APO) foi transferida do Ministério do Planejamento para o Ministério do Esporte. A decisão, anunciada nesta quinta-feira, é vista como uma forma de prestigiar o novo ministro, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Fontes do Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016 não gostaram da mudança por achar que a APO ligada a um ministério da equipe econômica ganharia mais credibilidade e autonomia para decidir sobre investimentos.

Nesta quinta, Aldo Rebelo reuniu-se com o presidente da APO, Márcio Fortes. Com a transferência "determinada pela presidente Dilma", como anunciou Aldo, o Ministério do Esporte passa a coordenar os grandes eventos esportivos internacionais do país: a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

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A APO é um consórcio público formado pelo governo federal, governo do estado do Rio de Janeiro e prefeitura do Rio de Janeiro. A Autoridade deve coordenar os serviços públicos, a implementação e a entrega de toda a infraestrutura necessária à organização e à realização dos Jogos. A criação do consórcio foi uma das garantias oferecidas pelo Brasil ao COI durante a candidatura da cidade para sediar os Jogos Olímpicos.

Para Aldo Rebelo, a vinculação com o Ministério do Planejamento justificava-se na fase de estruturação da APO. "Já no processo seguinte, de execução das tarefas, seria mais natural que fosse transferida para o Ministério do Esporte, que também coordena o Comitê Gestor da Copa do Mundo".

O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes de Almeida, falou com investidores estrangeiros em Nova York nesta quinta-feira com o objetivo de atrair investimentos para a Olimpíada do Rio, em 2016. "O ano de 2016 está na esquina e precisamos ter cuidado", afirmou Fortes, durante fórum promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. "Queremos fazer Jogos com excelência técnica", disse a uma plateia de cerca de 150 investidores.

Fortes apresentou vídeos sobre os avanços já feitos nos preparativos para os Jogos de 2016 e deixou claro que recursos são bem-vindos não somente na infraestrutura, mas também para patrocinar atletas brasileiros. Segundo ele, o orçamento geral da Olimpíada do Rio está sendo finalizado, mas deve girar em torno de R$ 10 bilhões. "Não lançaremos na conta olímpica o que já deve ser feito para o povo brasileiro", disse.

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Fortes também ressaltou as melhorias feitas em relação à segurança no Rio e explicou que os reforços da infraestrutura na cidade começaram em 2007, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), quando ele ainda era o ministro das Cidades. "Eu já estava fazendo muita coisa mesmo sem saber que o Rio de Janeiro iria sediar a Olimpíada", afirmou.

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