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Retomando suas tradições, o Galo da Madrugada vai celebrar, neste final de semana, a 12ª edição do Forrozão do Galo. A cantora e instrumentista Bia VIlla Chan é uma das grandes atrações da festa e vai comandar o trio que integra a programação. O evento acontece nesta sexta (8) e sábado (9), no Bairro de São José, região central do Recife e é aberto ao público. 

Bia vai ‘levar’ o trio que promete botar todo mundo pra dançar na festa junina do bloco carnavalesco. Ela apresenta grandes sucessos da época e suas canções autorais no percurso que vai sair da Avenida Dantas Barreto seguindo até o palco do montado na Praça Sérgio Loreto, no Bairro de São José. 

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Além disso, a festa contará também com shows no palco com Gustavo Travassos, Loirão e Joelma, nesta sexta (8); e banda Forró do Muído, Michelle Melo e o forrozeiro Benil, no sábado (9). 

Serviço

12º Forrozão do Galo

Sexta (8) e sábado (9) - 19h

Saída do trio na Avenida Dantas Barreto, palco principal na Praça Sérgio Loreto - Bairro de São José

Gratuito

 

No final do mês de setembro deste ano, a página oficial da Ibanez - marca japonesa de guitarras e contrabaixos - anunciou a entrada da guitarrista Lari Basilio em seu time de artistas, que conta com grandes nomes da música mundial, como Joe Satriani, Kiko Loureiro e Paul Stanley. A brasileira vem se destacando no cenário da música instrumental e já se consagrou como uma das guitarristas mais respeitadas da nova geração, como seu novo patrocinador fez questão de frisar no post de apresentação de sua nova estrela.

Por sorte, Lari não é a única instrumentista brasileira a ganhar destaque e notoriedade por seu trabalho, tanto de marcas importantes quanto do público. Outra instrumentista notada por importantes empresas da música como Tecniforte Cables, Nig Music e amplificadores Meteoro é a pernambucana Bia Villa Chan. Multi instrumentista, ela ataca em várias frentes mas é no bandolim que se encontra sua marca registrada.

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Bia começou a tocar cedo, aos seis anos, fortemente influenciada pelo avô bandolinista mas também, pela avó que tocava piano em casa. Mas, apesar de ter estado sempre presente em sua vida, a música tornou-se profissão mesmo apenas em 2017, quando ela decidiu largar a vida acadêmica (Bia é doutora em Odontologia) para dedicar-se exclusivamente à carreira musical. 

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Em pouco tempo, a bandolinista conseguiu firmar seu nome no cenário musical pernambucano, e também no nacional, quebrando estereótipos  e tornando-se ela própria uma referência feminina  em um segmento ainda carente nesse sentido. "Eu resolvi abandonar minha carreira acadêmica (após um problema de saúde) porque sempre tinha aquele vazio; a música me faz tão feliz por que não viver dela, por que não deixar esse legado para outras gerações? Porque eu via que tinha poucas mulheres ainda, uma coisa muito tímida, acho que eu  tenho um dever moral de deixar esse legado, os desafios existem pra gente vencê-los", disse em entrevista exclusiva ao LeiaJá

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A multi instrumentista e cantora vem fazendo isso em uma carreira ainda breve mas muito bem sucedida. Além dos patrocínios citados acima, ela já comanda seu próprio trio no Galo da Madrugada, o maior bloco de Carnaval do mundo,  foi vencedora do Prêmio da Música pernambucana como melhor cantora de MPB em 2018, além do Troféu Gonzagão, chamado de ‘Oscar da Música Nordestina’, em 2019. Conquistas que vieram a despeito dos "olhares desconfiados" e do preconceito que com "ousadia" ela soube enfrentar: "Ouvi muito: 'ela toca como um homem', eu sou uma mulher, toco como uma mulher. A música não tem gênero. Isso me levou a estudar muito mais, porque preciso mostrar que eu sou muito mais competente do que um homem precisa mostrar. Não posso deixar esse gostinho. Infelizmente vivemos numa sociedade muito machista".

Trajetória semelhante teve outra instrumentista pernambucana, hoje reconhecida internacionalmente, a percussionista Lara Klaus. Ela começou a estudar instrumentos ainda criança, incentivada pelos pais, e já acompanhou músicos renomados como Moraes Moreira, Elba Ramalho e Emílio Santiago. Hoje, com um disco solo no currículo e um projeto dividido com outras três instrumentistas de diferentes países, o Ladama, a pernambucana também integra o rol de grandes mulheres do Brasil que tocam e tocam muito. 

No início de sua vida em meio à música, ela também tinha poucas referências femininas e as encontrou no próprio convívio com a cena musical recifense e por onde estudou, como a escola Minami. Autodidata, ela aprendeu muito do que sabe participando de rodas com outros músicos, com amigos e observando os maracatus recifenses. Klaus também passou pela universidade estudando música e hoje, além de tocar, atua como educadora, dando aulas e repassado os seus ensinamentos.

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Educar, aliás, é algo que Lara faz tanto dentro de sua profissão como fora dela. Apesar da carreira exitosa, a percussionista continua precisando enfrentar algum preconceito por estar inserida em um meio ainda majoritariamente masculino. "Quando comecei, (mulheres tocando) era uma coisa que obviamente não era anormal mas era aceita de alguma maneira. Às vezes eu não reagia (ao preconceito) porque não era de bom tom, mas fui crescendo, amadurecendo e aprendendo como educar, porque na verdade é uma questão de educar, fazer as pessoas entenderem - não só os homens mas as mulheres também - que a coisa não é bem assim". 

Agora, Lara divide tais experiências com Daniela Serna (Colômbia), Maria Gonzalez (Venezuela) e Sara Lucas (EUA), suas companheiras no grupo Ladama. Cada uma trazendo para o front sua vivência a partir de sua cultura e origem. A pernambucana conta que as quatro já precisaram explicar ao vivo, durante uma entrevista em uma rádio estrangeira, quem elas eram, pois o apresentador achava que se tratava de namoradas da banda convidada e não a própria banda. 

Lara Klaus já acompanhou grandes músicas da música brasileira. Foto: Reprodução/facebook

Situações como essas, segundo Lara,  se repetem mas não tiram a vontade de continuarem fazendo música e, sobretudo, provando a capacidade e o poder das mulheres. "É interessante ver como cada uma (no Ladama) vê cada situação e o que significa isso pra cada cultura, o que significa o feminismo em cada cultura. Mas eu acho que é sempre uma oportunidade para ensinar. No início, a gente fica meio em choque, mas com o tempo a tendência é a gente já ir pensando nas respostas e entendendo como a gente pode fazer aquela pessoa pelo menos compreender um pouco da realidade do que é ser mulher hoje em dia em ambientes puramente masculinos". 

 

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