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Após a parceria com a cantora Rayssa Dias, a Breggae convocou outro grande nome do brega funk para um ‘feat.’: o General, MC Leozinho. Juntos, eles ‘reguearam’ um antigo brega que fez muito sucesso no ano de 2011, ‘Longe de Mim’. A união dos artistas rendeu, além da releitura, um videoclipe que será lançado nesta sexta (26), às 12h, no canal do YouTube da banda.

Consagrado como o precursor do brega funk em Pernambuco, Leozinho topou o convite da Breggae e também caiu no reggae. Ele próprio escolheu um de seus sucessos para a versão: ‘Longe de Mim', música que fala sobre saudade e amor, e estourou em 2011 em uma dobradinha do General com MC Primo.

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Agora, a canção chega na levada do reggae da Breggae, banda que mistura o ritmo que é Patrimônio Imaterial do Recife, o brega, com os riffs jamaicanos. Para celebrar a parceria com Leozinho, os artistas gravaram um videoclipe em um cenário tão popular quanto os dois gêneros musicais com os quais trabalham, a Praia do Quartel, em Olinda. O resultado estará disponível nesta sexta (26), no YouTube. A produção é assinada pela Subverso Lab. 

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Não se sabe exatamente como o reggae chegou ao Brasil. Entre as explicações conhecidas, estão o costume de moradores da região Norte de sintonizar rádios caribenhas que tocavam o estilo; a chegada de marinheiros estrangeiros ao porto de São Luís do Maranhão com discos do gênero que eram trocados com locais; e até mesmo a vinda do cantor Jimmy Cliff ao país em 1969, quando se apresentou no Festival Internacional da Canção. Fato é que a música criada na Jamaica ganhou milhares de adeptos por essas bandas a ponto de ganhar um dia oficial no calendário nacional, instituído por lei: 11 de maio, Dia Nacional do Reggae. 

Já em Pernambuco, o reggae acabou ganhando, recentemente, contornos e sotaques bastante específicos que remetem diretamente a um outro estilo musical de origem recifense, periférica e, por que não dizer, raiz, assim como o ritmo jamaicano: o brega. A banda Breggae, formada pelos músicos Magojulho (voz e baixo), Saw Lima (bateria), Lucas Reis (guitarra), Ed Wav (teclado), Daniel Paulino (trompete) e Rafael Martins (sax) - do Recife e Olinda -, encontrou semelhanças entre os dois gêneros e vem fazendo uma mistura rítmica com o objetivo de valorizar essas culturas além de botar o público para se divertir dançando agarradinho. 

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A Breggae nasceu em 2022 inspirada em uma música em especíal, ‘Agora Vá’, da banda Paixão Brasileira, que despertava em Magojulho a curiosidade de ouvi-la em uma versão reggae.  Ele próprio, acompanhado por amigos, resolveu criar a releitura para matar a curiosidade e acabou com outras cinco versões em seu repertório.

Além da inspiração nessa canção e em artistas importantes de ambos os estilos - como Reginaldo Rossi, Conde Só Brega, Michelle Melo, Banda Sentimentos; e do reggae brasileiro, como Edson Gomes e Mato Seco, entre outras -, o apelo social dos dois e sua forte inserção na cultura do povo brasileiro foi o que suscitou o surgimento da banda. “Minha família é evangélica e aí, a gente não ouvia muita música em casa, então, essa vivência da rua que trouxe pra mim essa bagagem, tanto do brega quanto do reggae. Eu nunca dei um play no brega em casa, mas eu sei cantar todas, é um efeito de pessoas que cresceram no subúrbio do Recife, a gente tem essa cultura, a gente conhece as músicas (porque) elas tocam na rua, na casa dos vizinhos, em todos os lugares, e a gente vai aprendendo e absorvendo com elas”, diz Magojulho em entrevista exclusiva ao LeiaJá. 

Outra grande referência do grupo é a cena reggae do Norte e Nordeste do país, onde se há a tradição de dançar o ritmo em dupla, como se faz no Maranhão. “Essa é uma grande referência do que a gente queria. A gente queria fazer música pra galera dançar coladinho, bem como um reggae mais instigado, baseado no tecnobrega, pra galera instigar. A gente tem essas visões sobre como a gente é influenciado, tanto por artistas fenomenais da música brasileira de reggae e de brega, como por cenas e movimentos de reggae pelo país”, explica o vocalista.

No repertório da Breggae, estão de clássicos do brega a alguns hits mais recentes, como ‘Garota de Programa’ (Brega.com), ‘Me Libera’ (Deja Vu), ‘Um Dia Vai me Procurar’ (Banda Espartilho), e ‘Sem Você Tá Fo**’ (Raphaella Santos e Roginho), entre outras. A banda também já lançou um clipe com a participação especial de uma das vozes mais potentes do brega funk, Rayssa Dias, que além de gravar a música ‘Como a Culpa é Minha' (Banda Torpedo) com o grupo, também atuou no vídeo. 

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No clipe, atuam Magojulho, Rayssa Dias e Cora Fagundes com produção da Subverso Lab em parceria com a MTS Films e Cabra Quente Films. 

Por sinal, a recepção da banda que mistura estilos  tem sido bastante feliz no movimento que é um dos mais importantes e expressivos da cultura recifense. Eles foram banda base e apresentaram uma de suas canções na última edição do ‘Brega Awards’, premiação que reconhece os artistas do meio. “O movimento brega é bastante acolhedor. A gente acabou conhecendo algumas pessoas do brega e essas pessoas recebem a gente muito bem. A gente tinha esse receio, pelo fato de fazer as misturas que  a gente faz, mas a gente sempre teve o intuito de fazer isso como se fosse uma saudação, como se fosse uma homenagem dentro de uma linguagem nossa e acho que tá sendo visto dessa forma”, diz Magojulho. 

No entanto, como tudo que é novo, a música ‘misturada’ da Breggae também passa por estranhamento. Magojulho acredita que, além da “ousadia” de misturar estilos, a própria origem dos dois gêneros também corrobora para que, eventualmente, surja algum preconceito. “O brega, sendo extremamente popular - se brincar, aqui em Pernambuco ele é mais popular que o reggae -, ainda tem muito preconceito em cima por se tratar da representação de uma música periférica, dessas pessoas que saem de suas comunidades e conseguem ascender em suas vidas, mesmo a gente tendo artistas a nível nacional que representam essa música. Esse preconceito acaba caindo na gente”. 

O segredo para driblar o problema, segundo o artista, é focar “em quem curte e em quem se surpreende com a mistura”, além de se basear em um princípio presente nos dois movimentos: resistir. “Aqui no Brasil, a gente tem essa cultura de querer que tudo seja muito elitizado.O reggae é uma música de origem negra, de resistência, mas que também tem suas vertentes que falam de amor, de paixão. O brega também é um sinônimo de resistência, que levou muita porrada no anos 2000. A gente tá falando da cultura que sai da margem e vai pro centro, então a ideia é convergir mesmo essa culturas, independente dos preconceitos. Em algum momento esses preconceitos serão cedidos de tanto que se resistem”.

Um ano

A Breggae acabou de completar um ano de trabalho contabilizando em sua recente história diversas versões, shows, parcerias, conteúdo nas redes sociais e fãs - alguns, inclusive, que chegaram a mudar sua percepção quanto ao brega por conta do repertório do grupo, segundo relatos recebidos pelos músicos. 

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Para o futuro próximo, a banda pretende lançar mais releituras, clipes e, também, música autoral. Sempre com o objetivo de divertir plateias e exaltar e difundir esses “dois gêneros muito sagrados perante o público”: o brega e o reggae, estilo celebrado nacionalmente nesta quinta (11).  É o que promete Magojulho: “Os planos são fazer muito som, lançar muita coisa, se divertir e divertir bastante o público, levar alegria e entretenimento pra galera. Aparecer bem muito pra que vocês vejam bem muito nossa cara por aí e, que dancem bem muito, coladinho, ao som de Breggae”. 

*Fotos: Divulgação/Uhgo

 

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