A terceira vítima do acidente com o bonde turístico de Campos do Jordão morreu na madrugada de domingo (05). A paulistana Adriana Kelm Vockt Carvalho de Araújo, de 35 anos, grávida de 7 meses, estava em coma no Hospital Regional do Vale do Paraíba. Os médicos não conseguiram salvar o bebê. Adriana estava no veículo que descarrilou no sábado (03) à noite, em Santo Antônio do Pinhal, quando fazia o trajeto entre Campos do Jordão e Pindamonhangaba, com 44 pessoas.
Foi Adriana quem, mesmo imobilizada nas ferragens, conseguiu pedir socorro pelo 190 no momento do acidente, segundo informações da 2.ª Companhia da Polícia Militar de Pindamonhangaba. Seu corpo foi liberado para a família no domingo (04) à tarde.
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As três vítimas do descarrilamento são mulheres. Morreram também Sônia Maria de Oliveira Neves, de 47 anos, e Marly Guido Pereira Froelich, de 65. Sônia era guia de turismo e funcionária da Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ), que opera o bonde. Seu enterro foi acompanhado ontem por cerca de cem pessoas em Pindamonhangaba. Marly morava em São José dos Campos e seu corpo foi trasladado para a capital, onde será cremado.
Os outros 40 turistas, incluindo crianças, e o maquinista Luciano Pereira Silva, de 40 anos, ficaram feridos. Eles foram levados para o Hospital Regional do Vale do Paraíba, Santa Casa de Pindamonhangaba e Pronto-Socorro de Campos do Jordão.
Ainda não foi divulgado um balanço dos feridos graves. "Tem muita gente internada com ferimentos graves, gente que fraturou braços e pernas", contou ao Estado uma policial militar de Pindamonhangaba que pediu anonimato. Chovia na Serra da Mantiqueira quando o bonde saiu dos trilhos.
Investigação
Testemunhas deverão ser ouvidas nesta semana. A EFCJ informou que dará assistência às vítimas e aos familiares. Peritos da Polícia Civil estiveram no domingo (04) no local do descarrilamento, às margens da Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123). O 1.º Distrito Policial de Pindamonhangaba abriu inquérito e o laudo da investigação será concluído em 30 dias. O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e o diretor da EFCJ, Ayrton Camargo, estiveram no local logo após o acidente.
Reforma
O bondinho acidentado foi reformado e entregue em julho deste ano. A automotriz de prefixo A2 está em operação desde 1924 e já passou por cinco reformas. Antes de ser entregue, a A2 passou seis meses em operação assistida. A automotriz tem capacidade para 48 passageiros. Sua primeira reforma foi em 1963, quando a estrutura de madeira foi trocada por alumínio. Desde o ano passado, o governo do Estado investiu R$ 14 milhões na EFCJ que, em 2014, completará 100 anos de operação. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.