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O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse neste domingo que ficou "indignado" com o incidente fatal envolvendo as forças de paz da ONU na República Democrática do Congo (RDC), na fronteira com Uganda, que custou a vida de duas pessoas.

Guterres manifestou-se "triste e consternado" com o incidente, ocorrido na localidade de Kasindi. Ele expressou "com a maior firmeza a necessidade de estabelecer responsabilidades por esses fatos", e considerou conveniente "a prisão dos militares envolvidos nesse incidente e a abertura imediata de uma investigação", indicou seu vice-porta-voz, Farhan Haq.

Militares da Brigada de Intervenção da força da ONU (Monusco) "abriram fogo por razões não explicadas e forçaram a entrada do posto fronteiriço", informou a missão da ONU na RDC.

Um grupo de 46 policiais de Gana das forças de paz da ONU foi expulso de sua base no noroeste do Sudão do Sul, após acusações de abuso sexual contra refugiadas, informou um porta-voz da ONU nesta segunda-feira (26).

Os 46 policiais foram confinados no sábado em quartéis de Juba, após uma investigação preliminar determinar que ganenses "participaram de atividades sexuais com mulheres", revelou o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric.

"A informação recebida indica que alguns membros da unidade policial supostamente participaram de transações sexuais".

A missão de manutenção da paz no Sudão do Sul tem "tolerância zero, sem desculpas, com a exploração e o abuso sexual".

Gana coopera com as Nações Unidas para realizar uma exaustiva investigação da denúncia, realizada no dia 8 de fevereiro, acrescentou o porta-voz.

As Nações Unidas têm 7 mil militares e 900 policiais em sua missão no Sudão do Sul, e cerca de 200 mil sudaneses estão refugiados em centros da ONU protegidos pelas forças de paz da organização.

A ONU continua reduzindo sua presença no Haiti e cogita a retirada total dos capacetes azuis "em um futuro próximo" - declarou o secretário-geral adjunto das Operações de Manutenção da Paz, Hervé Ladsous, em Porto Príncipe, nesta quinta-feira (9).

"O componente militar da Minustah deve desaparecer em um futuro relativamente próximo", comentou Ladsous, em coletiva de imprensa.

"Mas, se as tarefas militares vão cessar, dado que já não se impõem no contexto atual de segurança do Haiti, há, pelo contrário, muito trabalho a ser feito no que se refere à Polícia, ao Estado de direito, sem se esquecer dos direitos humanos e do estatuto da mulher", acrescentou.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) se encontra no país desde a precipitada saída do poder do presidente Jean-Bertrand Aristide, em 2004.

A ONU registrou 69 casos de abusos sexuais que teriam sido cometidos por capacetes azuis em 2015 e que estão concentrados principalmente na República Centro-africana e na República Democrática do Congo.

Segundo um relatório anual do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, trata-se de um "claro aumento" comparado com 2014 (52 casos) e também comparado com 2013, quando 66 casos foram registrados.

Pelo menos vinte crianças foram abusadas sexualmente por soldados das forças de manutenção da paz, segundo o relatório, mas esse número pode ser maior, pois nem sempre foi determinada a idade das vítimas.

O relatório recomenda a criação de tribunais militares no terreno para julgar os responsáveis ​​e exigir que os países que enviam tropas de paz para falam testes de DNA de seus soldados.

"Este aumento do número de denúncias é profundamente preocupante", disse o relatório que será formalmente lançado na sexta-feira, ao qual a AFP teve acesso.

Entre os 69 casos de abuso ou exploração sexual, 38 foram registrados em duas das 16 missões de paz da ONU em todo o mundo: 22 na República Centro-africana e 16 na República Democrática do Congo.

Ao todo, soldados ou policiais de 21 países são acusados, com o maior número de réus da República Democrática do Congo (7 acusados​​), seguido por Marrocos e África do Sul (4 cada).

Camarões, República do Congo, Ruanda e Tanzânia contam com três acusados ​​cada um e Benin, Burkina Faso, Burundi, Canadá e Gabão têm dois acusados ​​cada.

Outros nove países contam com um policial ou soldado acusado de exploração ou abuso sexual: Alemanha, Gana, Madagáscar, Moldávia, Níger, Nigéria, Senegal, Eslováquia e Togo.

É a primeira vez que a ONU lista dessa maneira todos os países de origem dos membros das forças de paz suspeitos dos crimes.

A reputação das forças de paz está abalada há meses por uma longa série de escândalos de estupros e outros abusos sexuais, sobretudo na República Centro-africana, para onde a ONU enviou 12.000 soldados em 2014.

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