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O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) denunciou o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL) ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) por “apologia à tortura, suspeita de incitação ao crime e suspeita de crime de ameaça”. A denúncia tem como base uma foto republicada pelo filho do candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), que mostra um homem sufocado com um saco plástico na cabeça e a hashtag #elenão escrita no peito, a menção #elenão foi criada por um movimento de mulheres contra a candidatura de Jair Bolsonaro. 

Para Wyllys, o parlamentar carioca agiu em lesão aos direitos humanos ao publicar a foto. “Nossa expectativa é que uma resposta rápida e enérgica seja dada”, frisou o deputado federal, que disse ainda que o comentário de Carlos Bolsonaro de que a foto falava “sobre os pais que choram no chuveiro” faz referência a um "linguajar preconceituoso, aos pais de gays, lésbicas, bisexuais ou transgeneros". A frase é utilizada nas redes sociais para designar pais que sentem vergonha de filhos homossexuais.

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Pouco depois da polêmica gerada em torno da imagem, Carlo Bolsonaro disse que a foto não partiu de uma montagem feita por ele, mas republicada de um perfil que tem o nome de Ronaldo Creative, no Instagram. A justificativa, na ótica de Jean Wyllys, é uma “desculpa desonesta”. 

“O artista fez uma denúncia da tortura que o pai dele (do Carlos Bolsonaro) elogia e da qual faz apologia abertamente. Está clara a mensagem do artista: denúncia do horror da tortura. Quando o filho do fascista se apropria indevidamente da imagem-denúncia-da-tortura-e-seu-horror [sic] e, sem fazer referência à obra original, coloca a legenda com uma referências aos pais de LGBTs, ele transforma a imagem numa ameaça de tortura a nós LGBTs e a nossos pais e ao campo que hoje diz #EleNão”, argumentou o psolista. 

Jean Wyllys disse ainda que a postura de Carlos Bolsonaro “é como se os apologistas da tortura se apropriassem da denúncia da tortura para fazer mais apologia da tortura e disseminar o medo entre as pessoas que a denunciam”. “Essa mensagem ameaçadora se torna mais grave quando se sabe que ela veio de agentes políticos que desprezam os direitos humanos de minorias sexuais e étnicas: um vereador e um deputado federal candidato à presidência da república, ambos da mesma família”, ressaltou.

O PSDB vem investido na estratégia de polarizar a disputa presidencial com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que lidera as pesquisas de intenções de votos. A legenda, que tem o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como pré-candidato à Presidência, divulgou nas redes sociais, nessa quarta-feira (27), um vídeo produzido pela ala feminina em que críticas são direcionadas a Bolsonaro. 

“Cara, você só fala absurdo. Não posso confiar em alguém que é machista, racista e homofóbico… Você é o atraso de vida. Sou mulher e exijo respeito. Bolsonaro? Tô fora”, diz trecho do esquete. A atriz ainda faz referência a declarações do presidenciável sobre esterilização dos pobres, remuneração de mulheres no mercado de trabalho e o apoio a torturadores.

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O filho do presidenciável, deputado Carlos Bolsonaro (PSL), reagiu a gravação divulgada pelos tucanos e os desafiou a chamar o pai de “corrupto”. “A que ponto chegará o sistema para tentar denegrir Bolsonaro? Chamem-no de corrupto, bandidos mentirosos”, disparou. 

O direcionamento de críticas a Bolsonaro não é uma estratégia apenas do PSDB. De acordo com uma reportagem do Estadão, o pré-candidato do MDB ao Palácio do Planalto, Henrique Meirelles, também deve divulgar vídeo nessa quinta (28), com cenas de violência verbal do adversário contra mulheres. Meirelles também deve estender as críticas a outro presidenciável, Ciro Gomes (PDT).

Presidenciável, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seus três filhos Flávio, Eduardo e Carlos - respectivamente, deputado estadual do Rio de Janeiro, deputado federal e vereador do Rio - são donos de 13 imóveis com um preço de mercado orçado em pelo menos R$ 15 milhões. Os bens de Bolsonaro incluem, ainda, carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, como consta na Justiça Eleitoral e cartórios. As informações foram levantadas pelo jornal Folha de São Paulo. 

De acordo com o texto, o patrimônio foi ampliado depois que a família passou a integrar a política nacional. O clã tem ascendido de maneira crescente nos últimos anos. Segundo a publicação, Bolsonaro quando entrou na política, em 1988, tinha declarado apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor no interior do Rio, os dois hoje contabilizariam R$ 10 mil. 

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De lá para cá, tendo apenas a política como profissão e já no sétimo mandato, conseguiu acumular os bens. As principais aquisições ocorreram nos últimos dez anos e a maioria dos imóveis foram vendidos fora do preço de mercado. Até 2008, somando as declarações de Bolsonaro e os três filhos, eles tinham R$ 1 milhão. 

À reportagem aponta como suspeita de lavagem de dinheiro, segundo critério do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, as transações que resultaram na compra da casa que Bolsonaro vive atualmente. A residência foi comprada pela Comunicativa-2003 Eventos, Promoções e Participações em 2008 por R$ 580 mil. A responsável pela empresa, Marta Xavier, disse ao jornal que vendeu o imóvel para o deputado com uma redução de 31% no valor. Já os deputados e o vereador optaram por não se posicionar sobre o assunto. 

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