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A Câmara de Campinas escolhe seu novo prefeito em eleição indireta marcada para as 10 horas de terça-feira. Em votação aberta, 33 vereadores elegerão a pessoa que comandará o Executivo até dezembro. A eleição ocorrerá pelo princípio da dupla vacância, quando prefeito e vice-prefeito deixam o cargo.

Hélio de Oliveira Santos (PDT), reeleito em 2008, foi cassado em agosto do ano passado. Seu vice, Demétrio Vilagra (PT), assumiu o cargo, mas também sofreu impeachment em dezembro. Vilagra, cinco funcionários da gestão de Dr. Hélio, empresários e lobistas serão julgados por supostos crimes de formação de quadrilha, desvio de recursos públicos e fraude em licitações. Entre os réus está também a mulher de Dr. Hélio, Rosely Nassim dos Santos.

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Em meio à crise política, o então presidente da Câmara, Pedro Serafim Júnior, assumiu a prefeitura em dezembro de 2011. Filiado ao PDT de Dr. Hélio, Serafim é um dos quatro candidatos à eleição para o "mandato-tampão". Além dele, estão na disputa os vereadores Arly de Lara Romêo (PSB) e Antonio Francisco dos Santos (PMN), e o procurador José Ferreira Campos Filho (PRTB). No dia 30, a Justiça revogou liminar dada ao Partido Trabalhista Cristão (PTC) que mantinha a dentista Vânia Cristina Boscolo na disputa pelo cargo. A votação só pode começar com no mínimo 17. O voto dos 33 vereadores será aberto.

Como foram inscritas mais de duas chapas, será necessário obter maioria absoluta (17 votos) para vencer a disputa. Se este número não for alcançado, os dois mais votados vão para segundo turno, com eleição por maioria simples. Se for necessário um segundo turno, será realizado no mesmo dia. Em caso de empate, será eleito o candidato mais velho, conforme está previsto na legislação eleitoral brasileira.

A Câmara de Riversul, no sudoeste paulista, cassou o mandato do prefeito Marcelino José Biglia (PMDB) em sessão realizada na noite de quinta-feira (23). De acordo com o presidente do Legislativo, vereador Luciano Aparecido Pinheiro (PTB), a maioria dos vereadores acatou as denúncias contra o prefeito, acusado de efetivar professores sem avaliação em estágio probatório e de autorizar o pagamento de bônus a funcionários comissionados sem base legal, entre outras irregularidades. O vice-prefeito José Aparecido Gomes (PT) assumiu a prefeitura hoje. O prefeito afastado nega as acusações. Ele informou que vai recorrer à Justiça na tentativa de reaver o mandato.

Mais um governador de Estado enfrenta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um pedido que pode levar à perda do mandato. Nesta semana, chegou ao TSE um recurso no qual o Ministério Público Eleitoral (MPE) requer que o governador reeleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), e o vice, Jackson Barreto, sejam punidos por supostamente terem divulgado publicidade do governo nos meses que antecederam às eleições de 2010.

Além de Déda, enfrentam pedidos de perda de mandato outros 11 governadores eleitos ou reeleitos em 2010: Tião Viana (PT-AC); Teotônio Vilela (PSDB-AL); Omar Aziz (PSD-AM); Cid Gomes (PSB,-CE); Siqueira Campos (PSDB-TO); Wilson Martins (PSB-PI); Antonio Anastasia (PSDB-MG); Roseana Sarney (PMDB- MA); André Puccinelli (PMDB-MS); Sérgio Cabral (PMDB-RJ) e Anchieta Junior (PSDB-RR).

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No recurso contra Déda, o MPE contesta decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe que livrou o governador do risco de cassação. O MPE sustenta que Déda e seu vice divulgaram publicidade institucional nos três meses anteriores à eleição, o que seria proibido pela legislação. O MPE também afirma que a residência oficial do governador teria sido usada para promover um almoço financiado com recursos públicos para 300 convidados. No evento, Déda teria confirmado sua candidatura à reeleição.

Para o MPE, a legislação eleitoral estabelece de forma clara que os agentes públicos não podem usar a máquina administrativa em benefício de partidos, coligações ou candidatos, sob pena de ser quebrada a igualdade de oportunidades entre os políticos que disputam uma eleição. Segundo o MPE, no caso de Déda, a suposta conduta poderia ser enquadrada como abuso de poder político e econômico.

"As irregularidades praticadas importaram em uma diversidade de condutas vedadas que, uma vez somadas, tiveram a aptidão de lesar, ainda que potencialmente, a legitimidade e isonomia do pleito, configurando o abuso de poder, ora político, ora econômico, ora na utilização de publicidade institucional", concluiu o MPE.

Em tom de despedida, o prefeito de Campinas (SP) Demétrio Vilagra (PT), cassado na noite da quarta-feira por 29 dos 33 vereadores, disse que vai recorrer junto ao Tribunal de Justiça paulista. Seu recurso pedirá a anulação da decisão da Comissão Processante (CP) que o tira do cargo e o torna inelegível por oito anos. O documento será protocolado só no dia 9 de janeiro, após o recesso da Justiça.

"Esse é um momento delicado. A decisão da Câmara foi ilegal e é uma injustiça praticada contra mim. Sou inocente", disse ele hoje em entrevista. Vilagra repetiu várias vezes que a Câmara não viu irregularidades antes, durante o governo, mas usa as denúncias do Ministério Público para "ganhar o governo de Campinas no tapetão".

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Para Vilagra, a Câmara não tinha nenhuma prova para afastá-lo do cargo ao usar uma suposta declaração de um réu confesso (ex-presidente da Sanasa, Luiz Catrillon de Aquino, que se beneficiou de uma delação premiada frente ao MP) para incriminá-lo. "Nós vamos procurar na Justiça todos os meios legais".

Ele lembrou um momento durante a ditadura militar, em 1983, quando teve cassados os seus direitos políticos. "Fui à justiça, lutei e 23 anos depois consegui restabelecer os meus direitos", contou. Em sua avaliação, só o Judiciário poderá lhe devolver o mandato. "O que eu ganhei nas urnas é meu de direito", resumiu.

Sobre as irregularidades nos contratos da Sanasa, repetiu: "Eu não sabia de nada". Mesmo afastado, Vilagra fica no cargo até segunda-feira. O presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT), tomará posse após a publicação do ato no Diário Oficial do Município. Serafim tem 90 dias para convocar novas eleições em Campinas, nas quais será indicado um prefeito-tampão para encarregar-se da administração da cidade até 31 dezembro de 2012 - quando tomará posse o candidato eleito em outubro.

O governador de Roraima, Anchieta Junior (PSDB), conseguiu se livrar na noite de hoje de uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Estado que havia cassado o seu mandato por suposto uso da máquina administrativa durante a campanha do ano passado.

Por maioria de votos, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atenderam a um pedido dos advogados do governador para que a decisão do TRE fosse anulada. O TRE tinha cassado o mandato de Anchieta ao concluir que uma rádio oficial teria sido usada durante a campanha para fazer propaganda negativa do principal adversário político do governador, Neudo Campos.

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Ao atender ao pedido da defesa de Anchieta, o TSE concluiu que houve um equívoco no processo porque não foi citado o suposto responsável pela irregularidade, o radialista que veiculou as mensagens contrárias a Neudo Campos. Apesar de ter se livrado da cassação, Anchieta enfrenta outros processos que pedem a sua saída do governo.

A Câmara dos Deputados absolveu na noite de hoje a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) no processo de cassação do seu mandato. Foram 265 votos favoráveis a ela, 166 pela cassação e 20 abstenções. Eram necessários 257 votos para tirar o mandato de Jaqueline. Para os parlamentares, o vídeo de 2006 no qual ela aparece recebendo um pacote de dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa, não representou quebra de decoro parlamentar. O principal argumento usado é que, naquela época, ela ainda não era deputada.

A gravação em que Jaqueline aparece recebendo um pacote de dinheiro foi divulgada em março em primeira mão pelo portal Estadão.com.br. Com base nisso, o PSOL pediu ao Conselho de Ética a abertura de investigação contra a deputada. Aquele colegiado decidiu por 11 votos a 3 recomendar a cassação da parlamentar. No plenário, porém, o voto secreto e o quórum baixo ajudaram a salvar o mandato da deputada.

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Durante o dia, dezenas de manifestantes protestaram pela cassação da deputada. Faixas foram espalhadas por Brasília para tentar sensibilizar os deputados. Jaqueline chegou à Câmara pouco antes das 17 horas e utilizou uma entrada em um túnel no anexo I da Câmara para evitar dar declarações aos jornalistas.

A sessão foi iniciada às 17h30, com uma hora e meia de atraso. Mesmo assim, somente 310 deputados tinham registrado presença e menos de 100 estavam presentes quando o relator, Carlos Sampaio (PSDB-SP), foi ao plenário explicar aos colegas seu parecer. Outra amostra da pouca atenção dispensada pelos deputados ao caso é que somente seis se inscreveram para falar sobre o tema.

Entre os parlamentares, prevaleceu o discurso do medo espalhado pela defesa de Jaqueline. Os deputados acabaram absolvendo a colega para se proteger do futuro por enxergarem em uma eventual condenação a possibilidade de virem a ser alvos de processos por fatos cometidos antes do mandato. Apesar das poucas defesas públicas, a maioria da Casa preferiu enfrentar a opinião pública a correr riscos.

O advogado de Jaqueline, José Eduardo Alckmin, foi o responsável pela aposta nesta tese da impossibilidade de se punir fatos anteriores ao mandato. "O que se quer é que todos os fatos da vida de um parlamentar possam ser julgados", disse o advogado.

A própria deputada usou a sessão que definiu seu futuro para falar na Casa pela primeira vez sobre o episódio. Frustrando as expectativas, porém, ela não entrou no mérito do caso. Jaqueline preferiu atacar a imprensa. "Lamentavelmente vivemos um período em que parcela da mídia devora a honra de qualquer pessoa". Fez ataques também ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que a denunciou na semana passada. Para ela, o processo que enfrentou na Câmara deveu-se a "absoluto interesse político".

Em seu pronunciamento, Jaqueline tentou dar um tom emocional ao caso. Ela afirmou ter sofrido muito junto com sua família e citou até o problema de um filho que sofre de hemofilia. Terminou seu discurso pedindo aos colegas que não a condenassem de forma "sumária".

O relator do processo tentou rebater a defesa argumentando que o fato só foi conhecido em 2011 e, portanto, teria de ser encarado como novo. "O ato indecoroso existe para que possamos extirpar do parlamento aquele que praticou ato contra o parlamento. Isso só pode ser discutido no momento em que o fato veio a luz", disse o relator.

Sampaio citou que a própria Jaqueline já tinha pedido a condenação de uma colega quando esteve diante de uma situação similar. Em 2009, a Câmara Legislativa da Distrito Federal cassou Eurides Brito por ter aparecido em vídeo recebendo dinheiro de Durval. Na ocasião, Jaqueline foi à tribuna e chamou a colega de "cara de pau" e "mau caráter".

Os argumentos do relator, porém, foram poucos para demover os deputados a proteger um dos seus e, com isso, Jaqueline Roriz foi absolvida e poderá agora "resgatar plenamente" sua capacidade política, como ela afirmou.

A última vez que a Câmara cassou um deputado foi no escândalo do mensalão. Naquela ocasião, foram cassados Roberto Jefferson (PTB), José Dirceu (PT) e Pedro Correa (PP). Naquele escândalo, outros seis deputados foram absolvidos em plenário.

O relator do processo de cassação da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), o tucano Carlos Sampaio (SP) pretende fazer um pronunciamento para tranquilizar os colegas em relação ao julgamento. Ele pretende enfatizar que seu relatório não abre brechas para que outros parlamentares sejam punidos por fatos anteriores ao mandato. Sampaio pretende, ainda, usar discursos da própria Jaqueline contra ela. No ano passado, quando o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) foi preso, ela fez duros pronunciamentos na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Jaqueline será julgada na Câmara dos Deputados por ter sido flagrado em vídeo recebendo um pacote de dinheiro do delator do mensalão do DEM no DF, Durval Barbosa. Ela teve a cassação recomendada pelo Conselho de Ética por 11 votos a três.

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Carlos Sampaio pretende enfatizar em seu pronunciamento ser base do seu relatório a premissa de que Jaqueline só pode ser julgada porque a divulgação do fato tido como indecoroso ocorreu neste mandato. O vídeo, gravado em 2006, veio à tona em março deste ano, sendo divulgado em primeira mão pelo portal Estadão.com.br. "Vou deixar claro para todos que ninguém está na mesma seara que ela. Não vai se abrir precedente nenhum. Até pela minha formação, eu jamais faria algo que trouxesse insegurança jurídica para a Casa", disse hoje o relator.

Um trunfo que Sampaio pretende usar é a postura da própria Jaqueline diante do escândalo no Distrito Federal. Ele citará trechos de pronunciamentos da colega no ano passado. Uma das citações, dita por Jaqueline em 5 de outubro de 2010, pregava a necessidade de "ética e honestidade" na política: "Ética e honestidade são inerentes. É uma obrigação tê-las. Elas não podem ser um produto para ser vendido. Temos a obrigação de sermos honestos".

A previsão da Mesa da Câmara é de que o relator terá 25 minutos para expor seu parecer. Sampaio já avisou que precisará de mais tempo. No Conselho de Ética ele falou por uma hora e 40 minutos. O advogado de Jaqueline, José Eduardo Alckmin, e a própria deputada terão o mesmo tempo que o relator para fazerem a defesa.

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