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Um grupo de ciclistas urbanos apoiados por seis coletivos ligados ao ciclismo realizou, na terça-feira (10), uma bicicletada com o intuito de cobrar das autoridades públicas medidas de segurança para quem transita pela cidade de bicicleta. Os participantes saíram às 19h30 da praça do Derby e terminaram o percurso em frente ao Palácio do Campo das Princesas, em Santo Antônio, no Recife. 

Desde o fim do ano passado, inúmeros relatos de ataques, principalmente às mulheres, enquanto se deslocam pela cidade pedalando estão sendo registrados nos grupos de ciclistas da cidade. 

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Um homem de moto se aproxima e puxa a bolsa da ciclista, provocando a queda de maneira violenta. Diversas mulheres partilharam a mesma situação nos arredores da zona norte e centro da cidade. Todos os relatos ocorreram entre 19h e 01h da manhã

Na noite do dia 08 de janeiro uma ciclista, na Rua do Espinheiro, sofreu a tentativa de assalto por um motoqueiro. Na queda a vítima fraturou o cotovelo e teve uma fratura exposta, ela se encontra no hospital e aguarda uma cirurgia. 

Existe um padrão em todas as ocorrências, o grupo de ciclistas levantou em sua pesquisa, que mais de um caso acontece por noite, sempre mantendo um padrão de horários e localidades, a janela de assaltos entre um caso e outro é cada vez menor. 

Muitos dos locais em que ocorreram os assaltos são próximos a pontos de encontros de ciclistas urbanos, como bares e parques nas regiões da Zona Norte e Centro. 

Uma das ciclistas assaltadas, na primeira semana de janeiro, compareceu à Secretaria de Defesa Social- SDS para requisitar a filmagem da câmera de segurança instalada na rua de sua ocorrência. A mesma foi informada que as câmeras da SDS estavam desligadas e que eles não poderiam fazer nada quanto à investigação do assalto. 

"Cobramos que o poder público tome medidas urgentes para interromper a ação dos ladrões e de uma possível quadrilha que atua em motocicletas e ataca deliberadamente ciclistas, principalmente mulheres, pelo Recife", destacou a Ameciclo.  

É importante lembrar que outras ocorrências de assaltos continuam acontecendo na cidade. Na noite do dia 10 de janeiro, em que o ato pela segurança de ciclistas foi realizado, duas ciclistas participantes estavam voltando para suas casas e foram assaltadas por 6 homens nas imediações da Avenida Guararapes, um deles portando um facão. Uma das ciclistas foi derrubada de sua bike, agredida e teve seus pertences e bicicleta levados.

Da assessoria

Suspeito de atropelar e matar a socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos, o motorista José Maria da Costa Júnior se apresentou no 14º Distrito Policial (Pinheiros) na tarde desta terça-feira, 10. A Polícia Civil havia entrado com pedido de prisão preventiva, mas ele deve ser ouvido e liberado depois por causa da legislação eleitoral.

Cicloativista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Marina foi atingida enquanto trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, na zona oeste, às 0h17 do último domingo. O Samu chegou a ser acionado por outras pessoas, mas a jovem morreu no local.

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Costa Júnior teria deixado de prestar socorro e fugido do local, segundo investigadores. Ele passou mais de 48 horas foragido até se entregar na delegacia na companhia de advogados.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que ainda aguarda decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) sobre o pedido de prisão preventiva. O mais provável, no entanto, é que o motorista não fique detido, uma vez que a legislação eleitoral só permite prisões em flagrante de eleitores a partir de cinco dias antes do pleito, que ocorre neste domingo, 15.

A avenida em que Marina foi atropelada tem quatro faixas e a socióloga estaria pedalando na última, perto do parapeito, de acordo com a investigação. Na via, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h.

Ainda no dia do crime, os policiais conseguiram entrar em contato com o proprietário do carro, um Hyundai Tucson, mas a pessoa alegou na ocasião que vendeu o automóvel em 2017.

Nesta terça, os agentes conseguiram localizar o veículo em um estacionamento no centro da capital paulista. O carro passou por perícia.

Entidades prestam homenagem e cobram Justiça

Descrita como uma pesquisadora brilhante e sorridente, Marina concluiu a graduação e o mestrado na USP, onde também era pesquisadora colaboradora, pelo LabCidade, e cursava o doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP). Na academia, se tornou referência por reunir dados sobre gênero e mobilidade por bicicleta.

No funeral, na noite de domingo, a mãe da jovem, Maria Claudia Kohler, falou a ativistas que faziam homenagem à vítima. "Ela estava construindo uma casa, com um marido, um amor, uma vida futura, estudando, fazendo doutorado, viajada. Daí acontece essas coisas que a gente fica demolida."

Diversas instituições também lamentaram a morte da jovem. Em nota, a FAUUSP destacou ter "certeza de que ela sempre será um exemplo para toda nossa comunidade uspiana e que suas lutas permanecem compartilhadas por todos nós, mantendo viva sua presença".

Já o LabCidade disse que se trata de uma "perda inestimável" e que "não pode ser vão". "Marina foi morta enquanto lutava. Pois sua luta não se separava da sua vida, do seu corpo em movimento de bicicleta pela cidade. E perdemos, junto com a ativista, uma companheira de vida, da vida que ela nos ajudava a enfrentar com novos olhos."

O Instituto Clima e Sociedade escreveu que a "melhor forma de homenageá-la é reafirmar o compromisso com a luta por uma cidade que respeite seus ciclistas e pedestres, causa defendida com tanto amor por ela".

A União de Ciclistas do Brasil destacou que o ativismo da jovem "nos ofereceu uma presença e legados incríveis". "Sua contribuição é histórica e importante, sua triste partida não será em vão ou esquecida", diz. Já o Observatório do Clima manifestou um "desejo profundo de que sua morte não fique impune".

Investigadores do 14º Distrito Policial (Pinheiros) localizaram, nesta terça-feira (10,) o Hyundai Tucson envolvido na atropelamento da socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos, morta no último fim de semana. O carro havia sido abandonado no centro da capital paulista. Identificado pela Polícia Civil, o autor do crime fugiu sem prestar socorro e ainda não foi localizado.

Cicloativista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Marina foi atingida enquanto trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, na zona oeste, à 0h17 de domingo (8). A jovem morreu no local.

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Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o veículo usado pelo autor do atropelamento já passou por perícia. Os investigadores também analisam imagens de câmeras de segurança. "O autor do atropelamento foi identificado e diligências prosseguem para localizá-lo", diz a pasta, em nota.

Ainda no dia do crime, os policiais conseguiram entrar em contato com a pessoa que consta como proprietária do carro, mas ela alegou que vendeu o automóvel em 2017. A identificação do carro foi possível graças a uma policial militar de folga que passava pelo local e presenciou o atropelamento. O PM anotou a placa e solicitou socorro.

A avenida do atropelamento tem quatro faixas e Marina estaria pedalando na última, perto do parapeito, de acordo com a investigação. Na via, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h.

Descrita como uma pesquisadora brilhante e sorridente, Marina concluiu a graduação e o mestrado na USP, onde também era pesquisadora colaboradora, pelo LabCidade, e cursava o doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP). Na academia, se tornou referência por reunir dados sobre gênero e mobilidade por bicicleta.

Entidades prestam homenagem e cobram Justiça

No funeral, na noite de domingo, a mãe da jovem, Maria Claudia Kohler, falou a ativistas que faziam homenagem à vítima. "Ela estava construindo uma casa, com um marido, um amor, uma vida futura, estudando, fazendo doutorado, viajada. Daí acontece essas coisas que a gente fica demolida."

Diversas instituições também lamentaram a morte da jovem. Em nota, a FAUUSP destacou ter "certeza de que ela sempre será um exemplo para toda nossa comunidade uspiana e que suas lutas permanecem compartilhadas por todos nós, mantendo viva sua presença".

Já o LabCidade disse que se trata de uma "perda inestimável" e que "não pode ser vão". "Marina foi morta enquanto lutava. Pois sua luta não se separava da sua vida, do seu corpo em movimento de bicicleta pela cidade. E perdemos, junto com a ativista, uma companheira de vida, da vida que ela nos ajudava a enfrentar com novos olhos."

O Instituto Clima e Sociedade escreveu que a "melhor forma de homenageá-la é reafirmar o compromisso com a luta por uma cidade que respeite seus ciclistas e pedestres, causa defendida com tanto amor por ela".

A União de Ciclistas do Brasil destacou que o ativismo da jovem "nos ofereceu uma presença e legados incríveis". "Sua contribuição é histórica e importante, sua triste partida não será em vão ou esquecida", diz. Já o Observatório do Clima manifestou um "desejo profundo de que sua morte não fique impune".

A cicloativista e pesquisadora da Universidade de São Paulo Marina Kohler Harkot, de 28 anos, morreu atropelada na noite de sábado, 9, quando trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI, no Sumaré, zona oeste de São Paulo. Segundo a Polícia Militar, ela foi atingida por um carro por volta das 23h50. O motorista fugiu sem prestar socorro e a jovem morreu no local.

O caso será investigado pelo 14º DP de Pinheiros. Procurada para dar mais informações sobre o caso, a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública disse estar apurando informações sobre o boletim de ocorrência.

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Marina era ativista feminista e de movimentos que defendiam melhores políticas de mobilidade urbana. Levou sua luta também para a vida acadêmica. Formada em Ciências Sociais pela USP, era mestra e doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da instituição (FAU-USP), onde atuava como pesquisadora colaboradora do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (LabCidade).

Segundo informações de seu currículo Lattes, ela vinha se aprofundando em sua pesquisa de doutorado "no debate sobre segregação socioterritorial a partir de abordagens de gênero, raça e sexualidade". Na dissertação de mestrado, defendida em 2018, Marina já havia estudado a relação entre gênero, mobilidade e desigualdade.

Movimentos cicloativistas organizaram para as 17 horas deste domingo, 8, um ato em homenagem à Marina no qual pedirão mais segurança no trânsito e justiça para a jovem. O ato será realizado na Praça do Ciclista, próximo à Avenida Paulista, na região central.

Nas redes sociais, amigos da jovem e movimentos sociais demonstraram indignação pela morte. "O motorista que a atropelou segue foragido. Basta de mortes de ciclistas e pedestres no trânsito, isso não é normal!", publicou o movimento Mobilize Brasil no Twitter, com a hashtag #NaoFoiAcidente.

O cicloativista Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike, questionou as regras de trânsito adotadas em vias como a avenida em que Marina foi morta e cobrou responsabilização dos gestores municipais. "Passou da hora de incluir prefeitos e secretários como corresponsáveis pelas mortes no trânsito. Talvez desta forma as coisas mudem. Uma via ampla em declive, sem fiscalização e com limite de 50 km/h não é condizente com a vida. E as blitz da lei seca? Viraram lenda urbana", escreveu ele no Twitter.

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) lamentou a morte e cobrou justiça. "Muito triste com a notícia do falecimento da querida Marina Harkot. Jovem pesquisadora e ativista em defesa da mobilidade urbana, Marina foi vítima da violência no trânsito. Aos familiares, colegas e amigos, expresso meus sentimentos de profundo pesar. Contem comigo na luta por justiça. Marina presente!", escreveu ela, em sua conta no Facebook.

A cicloativista e candidata a vereadora Renata Falzoni exigiu investigação e punição para os responsáveis pelo atropelamento. "Estamos em CHOQUE com a violência do trânsito de SP que fez mais uma vítima: nossa amiga e colega de luta, Marina Harkot. Exigimos apuração plena do ocorrido e justiça! É inacreditável tanta violência. Nenhuma morte no trânsito é aceitável! Luto total. #NaoFoiAcidente", escreveu ela.

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