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Uma “engenhoca” que visa, primordialmente, romper com as fronteiras comunicativas existentes entre um portador de disfunção de fala e uma pessoa “normal”. Essa é a principal função da luva que vem sendo desenvolvida por dois jovens estudantes do Colégio Apoio, localizado no bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife.

Por meio dela, o portador de necessidades especiais, detentor do conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras), pode se comunicar com as pessoas através dos gestos de mão. Para isso, basta que eles gesticulem as letras em Libras e o código visual é dirigido para um display que informa a palavra formada. Todo o processo se dá por meio de potenciômetros flexíveis que ficam em todos os dedos. Através deles, são transmitidas as informações por meio de uma programação.

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A construção do equipamento está inserida no projeto intitulado “Corpo e tecnologia: novos cenários para inclusão”, que ganhou recentemente duas bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A bolsa de iniciação científica dada aos estudantes durante a 1ª Mostra Nacional de Robótica (MNR), em Minas Gerais, servirá para aperfeiçoar ainda mais o objeto com aquisição de novas tecnologias e estudos mais aprofundados.

Segundo o estudante Pedro Jorge da Silva, 15, um dos idealizadores do projeto e ganhador da bolsa do CNPq, a ideia de desenvolver o objeto surgiu da percepção deles (Pedro e Bruno) de que alguns colegas deficientes da escola tinham problemas para se comunicar peor vários motivos.  “Observamos que tinha pessoas com disfunção de fala na escola. Procuramos a Libras, conversamos com eles (deficientes) e outros especialistas para aprofundar mais o estudo sobre a dificuldade. Foi daí que pensamos na luva”, falou Pedro, acrescentando: “A luva vem para solucionar o problema entre o surdo e uma pessoa que não sabe de Libras”, explicou o jovem que desde a 3ª serie participa de torneios de robótica. Nesse projeto, Pedro participa desenvolvendo a parte mecânica e elétrica; enquanto Bruno Moraes, o outro ganhador e idealizador, trabalha na parte elétrica e de programação.

Para a orientadora dos estudantes, a professora de tecnologia e robótica Vancleide Jordão, o mais importante de todo esse aprendizado é utilizar os conhecimentos de robótica para o bem. “Estamos vendo isso como uma tecnologia assistiva. Um objeto para estimular as pessoas a discutirem mais sobre tecnologia e qualidade de vida”, explicou.

Agora, com o projeto sendo financiado pelo CNPq, a partir de dezembro, os dois estudantes, juntamente com a professora, irão se aprofundar ainda mais com o equipamento. A ideia, segundo eles, é que a luva adquira outras funcionalidades, com a aquisição de novas tecnologias, para ser mostrada na Mostra Internacional de Robótica. Além de ganhar a bolsa no MNR, o trabalho ficou em 3º lugar na categoria profissionalismo Mundial 2011 no Campeonato de Robótica Lego nos Estados Unidos (First Lego League), que ocorreu em abril deste ano.

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