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A Prefeitura de São Paulo homologou nesta quinta-feira, 30, o tombamento de 32 imóveis modernos, assinados por arquitetos como Lina Bo Bardi e Franz Heep. Dentre eles, estão o prédio do Colégio Porto Seguro, a antiga sede da MTV, a Assembleia Legislativa, a estação Santo Amaro e o Edifício Lausanne.

O despacho destaca o "valor arquitetônico, urbanístico, paisagístico, histórico e ambiental" das edificações para a capital. Os tombamentos haviam sido decididos em março de 2018 pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), em meio a uma maratona de reuniões que determinou a preservação de centenas de edificações.

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A resolução de tombamento destaca que "a produção da arquitetura moderna de diversos autores detém caráter emblemático, expresso em diferentes tipos de programas arquitetônicos com intensa relação com a paisagem urbana hoje consolidada". Aponta, ainda, "o relevante valor arquitetônico destes edifícios construídos entre 1927 e 1980, parte integrante dos processos de transformação e modernização da cidade de São Paulo no século 20."

Além disso, a resolução ressalta que os imóveis foram projetados "com programas de usos diversificados por escritórios de arquitetos e que possuem importância do ponto de vista do uso racional dos espaços e da complexidade estrutural, resultado de criativa concepção caracterizada pelos sistemas de estruturas originais de concreto".

O tombamento não delimita área envoltória. Com a decisão, novas intervenções devem preservar os elementos constitutivos dos edifícios, permitindo obras de acessibilidade, adaptação e afins. A resolução também aponta o arquivamento do pedido de tombamento de dez imóveis.

Moradores vizinhos de bens tombados em Higienópolis e na região central da capital paulista temem, agora, serem cercados por espigões com mais de 30 andares por causa da nova diretriz do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp) que muda as chamadas áreas envoltórias. Pela lei de 1992 e ainda em vigor, qualquer obra ou reforma ao lado de imóvel tombado precisa de autorização prévia dos órgãos estadual e municipal do patrimônio histórico.

Há 19 anos morador na Rua Rio de Janeiro, um pequeno oásis no meio da região central, bem arborizado e ao lado do Colégio Sion, o advogado Ronaldo Brescanne, de 61 anos, criticou o "descongelamento" promovido pelo Conpresp. "O tombamento da área envoltória do Sion era a nossa garantia contra os espigões horrorosos iguais aos que acabaram com a Vila Olímpia e o Itaim-Bibi. Essa medida é um horror para uma cidade onde as empreiteiras já fazem o que querem. Vão acabar com as poucas 'ilhas de sossego' que existem na cidade", afirmou o advogado.

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Uma das resoluções do Conpresp também "descongelou" o raio de 300 metros no entorno do antigo prédio da Faculdade de Filosofia da USP, na Rua Maria Antonia. A região já é cercada por prédios e comércio atualmente.

Na opinião de Walter Godói, de 51 anos, síndico de um edifício na Rua Maria Antônia, um dos aspectos positivos da decisão é que, agora, não será preciso fazer um protocolo a mais para realizar reformas ou pintura na fachada dos prédios. "O duro é se facilitar a construção de shoppings e daqueles supermercados gigantes."

Comerciantes da Rua Xavier de Toledo, que trabalham em pequenas edificações de no máximo três andares, ao lado do Shopping Light, no centro, também estão receosos de que a nova regra modifique o perfil comercial da área. "Daqui a pouco vão querer construir aqueles prédios residenciais enormes por aqui e nós vamos ter de acabar saindo", afirma Alfredo Castro, de 71 anos, gerente de uma casa de vitaminas na Rua Xavier de Toledo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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