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O incêndio que destruiu grande parte da sede do Parlamento da África do Sul foi controlado nesta terça-feira (4), informaram os bombeiros, enquanto um suspeito que foi preso no domingo nas proximidades do edifício compareceu perante à Justiça.

Zandile Christmas Mafe, um homem de 49 anos, foi levado perante o tribunal correcional, que convocou uma audiência para 11 de janeiro. Até lá, o suspeito permanecerá sob custódia.

Ao chegar ao tribunal, o homem tirou a máscara e se virou para as câmeras da imprensa, observaram os jornalistas da AFP.

Seu advogado disse que o homem nega estar envolvido no incidente e se declara inocente. A Promotoria, por sua vez, disse que se opõe à liberdade condicional.

De acordo com a acusação, a que a AFP teve acesso, o suspeito é acusado de ter entrado à força no edifício, localizado no centro da Cidade do Cabo, "ateado fogo aos edifícios do Parlamento" e "roubado computadores, laptops, pratos e documentos".

A sala, forrada de madeira e com poltronas de couro, onde sentavam-se os deputados e onde o presidente faz seu discurso à nação todos os anos, ficou completamente destruída.

A área danificada é a parte mais recente do complexo legislativo, que é composto por três edifícios de diferentes épocas.

Os bombeiros tiveram que recuar no domingo diante da intensidade do incêndio, mas à noite conseguiram controlar as chamas.

Na tarde de segunda-feira, o fogo foi reavivado e à noite os bombeiros tiveram que enfrentar fortes ventos na cidade portuária, até que conseguiram "controlá-lo pouco antes da meia-noite", segundo informou à AFP o porta-voz do corpo de bombeiros da cidade, Jermaine Carelse.

Na manhã desta terça-feira, "pouco antes das 05h00" (00h00 de Brasília), o fogo voltou a ganhar corpo, mas "os bombeiros conseguiram apagá-lo", explicou o porta-voz.

Horas depois, quatro caminhões ainda estavam posicionados no local, enquanto uma dezena de bombeiros acompanhava a evolução da situação.

O incêndio começou na madrugada de domingo na ala mais antiga do impressionante edifício, cujo telhado foi completamente destruído.

Segundo os investigadores, o incêndio começou com dois focos distintos e o sistema automático de extinção de incêndios não funcionou corretamente, pois a água havia sido cortada.

Nas imagens captadas por câmeras de vigilância, o suspeito é visto dentro do prédio por volta das 02h00. "Mas os seguranças só perceberam a sua presença às 6h00, mais ou menos, quando olharam para as telas, alertados pela fumaça", disse à AFP a ministra de Obras Públicas, Patricia De Lille.

"As câmeras funcionavam. O problema é que ninguém estava prestando atenção a elas durante esta noite fatídica", explicou à imprensa. "Isso também está sendo investigado. Como não não perceberam que havia alguém no prédio? Há realmente uma falha de segurança", ressaltou.

O Parlamento sul-africano está sediado na Cidade do Cabo desde 1910, enquanto o governo está localizado em Pretória.

O ciberataque que afetou desde sexta-feira (12) mais de 100 países já foi controlado, assegurou neste sábado (13) à Agência EFE Vicente Díaz, analista da empresa russa de segurança cibernética Kaspersky.

"Está controlado. O código malicioso que foi utilizado para o ciberataque já foi neutralizado. Na sexta-feira, ele pegou de surpresa muita gente. Mas assim que as empresas entenderam o que estava acontecendo, todo o mundo correu para encontrar uma solução", apontou Díaz.

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O especialista acredita que o fato de o ciberataque "quase planetário" ter sido "capa" em todos os meios de informação, fez com que a comunidade internacional levasse muito a sério o ataque e suas consequências. "Foi revelador para muita gente. Em sete ou oito anos não havia ocorrido outro igual", apontou.

Mas Díaz adverte que se as empresas não corrigiram a "vulnerabilidade subjacente" utilizada pelo código malicioso, o ciberataque pode se repetir em qualquer momento. O especialista se disse "surpreso pela virulência, o sucesso desmesurado, a magnitude mundial e a capacidade destrutiva do código utilizado".

Em sua opinião, os autores do ataque buscavam dinheiro, mas "foi em vão", e acredita que em nenhum momento esperavam que "tivesse tal virulência", já que com 5% do ocorrido ontem, já teria sido "um sucesso".

"Mas não acredito que fosse um ataque dirigido, sim massivo. Se o objetivo fosse causar caos, então haveria uma mensagem e não um resgate", apontou.

O especialista em segurança informática acredita que o "efeito de pânico" fez que muitos contribuíssem ao sucesso do ataque e a "incapacitar o sistema" ao optar por desconectar os computadores e mandar os trabalhadores para suas casas. 

Sem precedentes

O Serviço Europeu de Polícia (Europol) qualificou de "sem precedentes" o ataque e oferecerá apoio a uma investigação internacional.

"O recente ataque tem um nível sem precedentes e requer uma investigação internacional complexa para identificar os culpados", afirmou a Europol neste sábado em um comunicado, no qual anunciou que participará das investigações através do Centro Europeu de Cibercrime (EC3).

A Europol acrescentou que está "trabalhando em estreita colaboração com as unidades de investigação de crimes cibernéticos dos países afetados e os principais parceiros da indústria para mitigar a ameaça e ajudar as vítimas".

O Serviço Europeu de Polícia lembrou que a equipe do EC3 está composta por "investigadores cibernéticos internacionais especializados" e foi "especialmente desenhada para ajudar nessas investigações".

O ataque se propagou através do vírus WanaCrypt0r, um tipo de 'ransomware' que limita ou impede aos usuários o acesso ao computador e seus arquivos e solicita um resgate para eles possam ser acessados de novo.

O resgate é geralmente pago em uma moeda digital, frequentemente o 'bitcoin', o que dificulta seguir o rastro do pagamento e identificar os 'hackers'.

Efeitos

No Brasil, o ataque cibernético atingiu entidades e órgãos de governo em várias cidades. No Rio de Janeiro, o atendimento nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi suspenso ontem.

A Justiça da França abriu uma investigação pelos ciberataques a sistemas de computadores no país, e que afetaram em particular a Renault, que decidiu suspender as atividades em algumas unidades de montagem de veículos. Fontes da Justiça francesa disseram neste sábado à Agência EFE que a Procuradoria de Paris formalizou ontem o início dessa investigação por crimes de invasão em sistemas de tratamento automatizado de dados, impor obstáculos ao seu funcionamento, extorsão e tentativa de extorsão.

A maior parte dos centros do sistema de saúde da Inglaterra afetados na sexta-feira recuperou a normalidade, afirmou neste sábado a ministra britânica de Interior, Amber Rudd.

Após presidir em Londres um comitê de emergências para avaliar os efeitos do incidente, Rudd indicou que 48 das 248 localidades do Serviço Nacional de Saúde (NHS England), desde onde são coordenados hospitais e outros serviços médicos como ambulâncias, foram afetadas pelo ataque.

Todos esses centros operativos, salvo seis, recuperaram a atividade habitual 24 horas depois que alguns de seus computadores ficaram bloqueados, segundo a titular de Interior.

Tanto Rudd como a primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, disseram que o incidente não comprometeu a privacidade dos dados médicos que são armazenados pelo sistema público de saúde em seus computadores.

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