Tópicos | Cordilheira dos Andes

Os povos nativos do Peru estão plantando queuñas, espécie de árvore nativa da região, que cresce nas áreas mais altas da Cordilheira dos Andes. Adaptadas para viver até 5 mil metros acima do nível do mar, as queuñas já foram devastadas por queimadas e pastagens, mas o projeto “Ação Andina” pretende reflorestar a região.

Anualmente, o festival Queuna Raymi reúne pessoas de todas as idades que sobem as montanhas para realizar o plantio coletivo. A iniciativa foi tão bem recebida que mais de 100 mil árvores queuñas já foram plantadas em um único dia.

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A meta é alcançar 1 milhão de hectares preservados, sendo metade com reflorestamento e a outra metade pela proteção da floresta original remanescente em seis países: Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Juntos eles formam a chamada América Andina.

Além do objetivo de preservação ambiental, as queuñas trazem um benefício adicional: elas armazenam grandes quantidades de água, o que contribui para a segurança hídrica das vilas localizadas nas montanhas.

Os constantes protestos das últimas semanas em países como Equador, Argentina, Chile, Bolívia e os mais recentes na Colômbia, mostraram ao mundo a revolta das populações sul-americanas. Protegidos pelas montanhas da Cordilheira dos Andes, os povos indígenas da região lutam para manter seu espaço, seus costumes e os símbolos da cultura enraizada no continente desde o Império Inca.

Um destes símbolos é a wiphala, uma bandeira quadriculada composta por sete cores, que chamou a atenção ao ser utilizada nas manifestações dos países andinos. Simbolizando a forma de pensar a existência (ar, terra e subsolo) da população indígena dos Andes, a representação em cores une a Terra na cor vermelha, a sociedade e a cultura em laranja, o espaço cósmico em tom de azul, as riquezas naturais em verde, a ideologia política na cor violeta, a energia e a força do povo em amarelo, e o tempo e a intelectualidade na cor branca.

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Na Bolívia, por exemplo, o primeiro mandato do ex-presidente Evo Morales, da etnia aimará, transformou a wiphala em símbolo nacional. De acordo com o site do Ministério da Defesa boliviano as cores, quando vistas juntas, "organizam a sociedade comunitária e harmônica do Andes".

Para o professor do curso de Comunicação Social da Universidade Guarulhos (UNG), Inácio Rodrigues de Oliveira, a análise por meio da visão semiótica (estudo dos símbolos) da wiphala reflete ao conceito de união. "A wiphala se comporta como um qualisigno, um signo com qualidade e significação. Nela há vários quadrados dentro de um quadrado maior que se torna um englobante e alia os demais como se tivesse algo maior para unir todos os outros", explica.

Ainda segundo Oliveira, além de uma ideia de paz, a junção dos quadrados do mesmo tamanho e de cores diferentes representa a ligação de fatores divergentes que são parte da mesma cultura e identidade. "Os quadrados são de várias cores e do mesmo tamanho, portanto essa ideia de igualdade, de diversidade, representa a união de coisas distintas", completa.

Mesmo com algumas histórias de que a bandeira possa ter sido confeccionada por habitantes do continente antes da chegada dos europeus, no século XV, a wiphala virou um marco popular nas mãos de líderes camponeses andinos. Ainda na Bolívia, na década de 1970, o símbolo ilustrou a aliança dos habitantes do campo na busca pela recuperação da identidade política dos aimarás que, junto com a etnia quéchua, forma grande parte da população composta por cerca de 36 etnias indígenas do país. Estima-se que dos 11,5 milhões de bolivianos 1,8 milhão sejam de origem indígena.

Dois alpinistas chilenos e um com cidadania norte-americana e russa foram encontrados mortos na tarde dessa terça-feira (1º) na montanha conhecida como “Pirámide de Garcilaso”, pico de mais de 5 mil metros na Cordilheira Branca, região central dos Andes no Peru.

A equipe de resgate acredita que os três foram vítimas de uma avalanche gerada acidentalmente por eles mesmos durante a escavação da neve. Os alpinistas estavam desaparecidos desde o dia 22 de julho. O acidente ocorreu nos primeiros 100 metros da montanha.

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Os chilenos foram identificados como Cristóbal Bizzarri e Gabriel Navarrete, enquanto o russo é Alexander Maznev. Os corpos devem chegar à cidade de Caraz, a 470 quilômetros da capital peruana Lima, na quarta-feira.

Segundo Rafael Figueroa, da Associação de Guias de Montanhas do Peru (AGMP), os três alpinistas estavam sem um guia treinado para este tipo de expedição, o que não é recomendado.

A “Pirámide de Garcilaso” fica na região conhecida como Cordilheira Branca, que é uma cadeia montanhosa no noroeste do Peru, frequentada por escaladores de diversas partes do mundo.

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